quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um passeio sobre os corações.

Caminhando na praia aquela madrugada pude ver corações desenhados, talvez tenham sido desenhados um bom tempo antes que eu os visse. Mas eles estavam alí, intactos. Bem desenhados. Dois corações.
Senti a água bater nos meus pés e tentei entender porque a água não os havia alcançado para apagá-los dalí. E me deliciei com cada toque que as ondas daquela imensidão de praia me fizeram sentir nos pés, nas pernas.
Enterrei os meus pés na areia, só pra brincar, e senti uma deliciosa sensação de que sob o solo existe um mundo quentinho, um mundo escuro, aconchegante.

Passei por cima dos corações de areia, com os meus pés molhados, joguei as minhas mãos para o céu e degustei a liberdade de estar pisando em dois corações ao mesmo tempo.

Caminhei sobre os corações, os senti nos peitos dos meus pés.

Um passeio com a cabeça leve. Sem peso algum na consciência por estar pisando em corações.
Uma euforia leve.Um aumento de leve na minha percepção de humor.
Fiquei feliz. Pensei rapidamente na quantidade de corações pelos quais eu já fiz caminhada. Foram muitos.
Pensei em quantos corações nunca sentiram o solado dos meus pés. São muitos.

Alguns corações já me serviram de hotel, me serviram de cama, de montanha-russa.
Alguns corações me servem até hoje de depósito. Eu tenho um depósito de corações.

O coração, responsável pela circulação do sangue em todo o corpo.
O vírus do amor. Bombeando e pressionando. Fazendo ser.
Artérias, veias, ventrículos e zonas.

Zonas perigosas. Zonas de amor. Zonas de nervosismo.
Amor nervoso.
Passeio por tudo isso.

Zonas de calmaria.
Extremidades.

Uma caminhada sobre os corações alheios, e meus.

domingo, 20 de dezembro de 2009

good trip

a loucura da calmaria, felicidade fácil, barata.
um fiasco. um pequeno fiasco.
as letras desorganizadas no meu alfabeto, as palavras trocadas e as pernas bambas.
alucinante.

o vento na cara na viagem.
a viagem inteira.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Saudade.

( Se for ler, indico que leia escutando essa música : http://www.youtube.com/watch?v=1FzVWlOKeLs&feature=fvst )

Todos nós sabemos que a palavra saudade só existe em português. Já escutamos várias vezes sobre isso, em aulas de português ou até mesmo em aulas de inglês, quando algum professor ou professora resolveu nos ensinar a falar 'estou com saudade disso/daquilo/de não sei quem ...'.
E daí vamos aprendendo com a vida mesmo - a maior e melhor professora do mundo - que saudade é dolorida. Que saudade pode ser boa, que pode ser feliz, que pode ser triste, que pode até fazer chorar, mas também pode fazer sorrir.

A saudade tem vários tons diferentes, como na música. Ela pode até desentoar, por vezes, destraída, nos fazendo perder o controle. Nos fazendo desacreditar no reencontro. Nos fazendo enxergar a vida da maneira real que ela é. E no fundo, sabemos que a vida nua e crua é um tanto dolorida. Tentamos fugir da realidade que machuca... E acabamos acreditando em nossas próprias mentiras, vez em quando, como uma válvula de escape pra aliviar todo o sofrimento que toma conta lentamente letalmente de todos os nossos sentidos. De todos os nossos ossos, nossos músculos e nervos. Fazendo chorar de dor, de amor e de saudade.
E sofrer no sentido real da palavra, sofrer de tanto querer.

Ausência é outra palavra que podemos usar pra explicar a falta. É que a saudade faz isso com a gente. Essa vontade de querer. Essa vontade de abraçar. De beijar. De apertar cada pequena parte do corpo ausente.A falta que alguém faz. Um lugar faz. Um cheiro, um toque.
A falta daquela música que só tocava naquela rádio.
A falta daquela melodia que só se podia escutar da maneira exatamente como ela era quando assoviada pelos lábios da pessoa ausente.
A falta daquela mesma história que sempre era contada na mesma data, tipo quando a gente faz aniversário e nossa mãe sempre faz questão de falar a que horas nascemos, e como foi a dor do parto, e o que os médicos falaram quando aparecemos pro mundo.
Aquele cheiro que tinha na primeira casa em que você morou.Na primeira cama em que você dormiu. O cheiro dos lençóis lavados com aquele amaciante que hoje já saiu do mercado.
Lembrança da primeira vez que você beijou na boca, da primeira vez que falou 'eu te amo' e de quando descobriu que nem sempre é amor.
Saudade pode doer e pode fazer bem.
Pode machucar e pode curar.

A nostalgia surge quando criamos completa noção de que o momento já não mais será vivido por nós outra vez. Que passou, passou...
E é por isso que de vez em quando a gente sente a dor. Geralmente sentimos isso por termos crescido.
De alguma maneira o sofrimento nos faz crescer, e sempre faz.
O pior da nostalgia é o fato de que quando entra em contato com sua causa, ela aumenta ao invés de diminuir.
A saudade não é assim. Queremos matar a saudade pra diminuir a dor. Pra aumentar o amor, pra estancar a ferida no peito.
Mas é tudo saudade. Sendo nostálgica ou só saudade. É tudo saudade.

E se crescemos com os sofrimentos, nos tornamos adultos consequentemente... E se tornar adulto é um problema. Estou vivendo isso agora.
Porque pra ser adulto é necessário sentir nostalgia. E todos os adultos sentem nostalgia.
É como quando nos lembramos do programa de televisão que mais gostávamos quando pequenos, e que hoje em dia não passa mais em nenhuma emissora. Aquele desenho animado com dublagem mal feita.
Como quando lembramos aquela fruta que tirávamos no pé. E o cheiro que ficava em nossas mãos depois de comê-la.

A saudade faz a gente derramar lágrimas. Faz a gente colocar pra fora do corpo a água que bebemos naquela época...
Ah!, os tempos passam, os absurdos aumentam e quando menos esperamos, cá estamos nós, envelhecidos, como aquela geladeira amarela que fazia sucesso entre as mães, na nossa infância.
Como aquela comida cheirosa que nos aguardava quando chegávamos da escola, meio dia.

Vamos perdendo as pessoas queridas, vamos entendendo a morte da maneira como ela deve ser entendida - ou não -, com a dor e a saudade.
Vamos carregando e acumulando em nosso peito a saudade de um, de outro, daquilo... E um dia, como se não houvesse mais saída dessa vida em que tentamos sobreviver, vamos chegar em casa, as sete e meia da noite, depois de um dia cansativo de trabalho, deitaremos em nossa cama e com a ajuda do silêncio que as quatro paredes nos farão ter, lembraremos sem parar das coisas maravilhosas que passamos. Da nossa juventude rebelde, do nosso primeiro amor, do nosso primeiro adeus, do segundo adeus e quem sabe lembraremos até do cheiro que a primavera de 1996 fez.
Lembraremos dos bailes de formatura, lembraremos dos porres alucinantes que tivemos, e lembraremos de quando fomos rejeitados por alguém a quem tanto amávamos.
Será torturante.
Lembraremos de nossos pais nos aconselhando a não fazer isso e aquilo, e lembraremos do quanto fomos ingratos algumas vezes.
Iremos lembrar das traições de amigos. Iremos lembrar das amizades sinceras e das amizades que já se foram. Alguns terão ido embora dessa vida, e deixarão conosco as boas recordações.
E cá estaremos nós, envelhecidos como os fuscas.
E cá estaremos nós, cheios de saudade daquela tia por parte de pai que nos dava tudo o que queríamos.
Aquele avô que sempre nos dizia o quanto éramos especiais e bonitos.
E já seremos pais, já sentiremos a dor de uma desobediência de um filho.
Estaremos lutando para que nossos filhos não sofram. Estaremos lutando para que nossos filhos tenham boas lembranças no futuro deles.

Sem sombra de dúvidas, a saudade é o que mais me faz chorar nessa vida.
E sei que me tornei adulta quando notei que parte da minha saudade era também nostalgia.
Sem saída, me sinto encurralada num beco.

Provavelmente daqui uns anos, estarei sofrendo com a ida de alguém que amo muito. É que não tem pra onde correr, o destino de todos nós é o mesmo.
Infelizmente - ou não, mais uma vez - somos meros mortais.
O ciclo continua. Tudo isso deixando amargar o peito um dia ou outro.
E o importante mesmo é que tenhamos feito a nossa parte nesse mundo que, por enquanto, ainda é nosso.

Saudade aperta mesmo o peito.

E viver é assim : Como se estivéssemos no finalzinho daquele doce maravilhoso... Guardando sempre o melhor pro final. E vamos comendo aos poucos, deliciando-nos do sabor dos ingredientes, apreciando as mãos de quem o fez e sem sabermos se ele acabará daqui a dois minutos, ou daqui a duas horas. Depende da mordida. Depende da fome.

Digo que recordar é viver e faz muito sentido agora.

Nós, envelhecidos, abraçados a ninguém, com o peito cheio de saudade.
Sorrindo e chorando, com lapsos de memória. Com memórias completas. Com tudo desordenado no cérebro.



Querendo voltar atrás o tempo que já passou, passou.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

ID.

Preocupada, analisando os fatos, olhando tudo ao meu redor. Parei,
pus a mão esquerda na cabeça e a direita na cintura por uns segundos e logo depois estavam as duas mãos na cabeça.
O moço que morava alí mesmo, na rua, me olhou, se aproximou e perguntou se eu havia perdido alguma coisa. Se estava tudo bem.
Eu tive vontade de chorar na hora, mas só disse que havia perdido sim minha identidade.
Ele ficou preocupado, até olhou pra baixo tentando encontrar alguma coisa parecida com a identidade de alguém. Disse que não estava enxergando nada. Que não devia estar por alí.
E eu respondi que eu também achava que não estava por alí, mas que não fazia idéia de onde poderia estar. Comentei que estava tudo escuro e difícil de enxergar.
Ele concordou.

Estava mesmo,tudo escuro, dentro e fora.

Deserto.

A cor do amor é vermelha.
A cor do ódio também.
O amor precisa de tempo e pensamentos. O ódio também.
O amor exige vísceras, pulso, alma, coração, assim como o ódio.
Os dois andam juntos.
A indiferença não. Ela não tem cor. Ela não exige nada, nem corpo nem alma.
A indiferença maltrata. Amarga.

Vinho do amor.

Eu preciso de um romance. Que me faça subir pelas paredes e que me faça descer de lá correndo pra abraçar forte e nunca mais largar.
Eu preciso de um romance novo, desses que fazem a gente perder o ar. Que fazem a gente enxergar cor onde não tem.
Preciso de um amor, sei lá, mais um, talvez. Sou cheia dessa coisa toda. Mas to precisando de aventura. Uma aventura mesmo, dessas que fazem a gente ficar apaixonado pela vida mais do que já é.
Dessas coisas malucas que são vividas e que depois arrancam da gente como se a gente não merecesse. Aí a gente chora muito. Aí a gente pede pra sair da vida. Aí a gente abraça os travesseiros espalhados pela cama.
Abraça qualquer coisa que aparece na nossa frente, aí a gente vai atrás de um novo romance, de novo. E tudo novo de novo. E blablabla sem fim.
E a gente vai ficando nessa, nessa desilusão.

Uau! Eu comecei escrevendo bem isso aqui, comecei falando de coisas lindas e já desfiz o paraíso em pouco tempo.
É assim. Eu começo a escrever e sonhar coisas boas e quando menos espero eu me pego escrevendo decepção.
Me desculpem os românticos, perdi pedaços do coração por aí...to tentando resgatar, mas é preciso calma.

Como eu ia dizendo, estou esperando ansiosamente por um novo romance. Mas que seja romance mesmo, que dê pra escrever pelo menos uns vinte textos sobre ele.
Que me dê inspiração de verdade. Que me faça sentir vontade de conhecer a fundo.
Que me faça abrir os olhos pra outras coisas boas dessa vida.
Porque eu to na mesmice, eu to na chatice e quero sair.

Já mudei meu guarda-roupa. Já vou comprar perfumes novos, pra esquecer o cheiro desse tempo que já passou.

Me desculpem os românticos, mas vou pedir um copo do vinho do amor... já esqueci desse sabor e quero me embreagar.

um pedido.

não me empurra não, que eu já to na beirada.

Efusivamente palavras.

Senti uma vontade louca de escrever até os dedos sangrarem.
Pra demonstrar o tamanho da angustia que me tomou conta exatamente agora, quando lembrei de você.
Tive vontade assim, de sair correndo e tirando minhas roupas pelas ruas, até chegar em sua casa e dizer algo como 'pode encostar, sempre foi tudo seu.', mas aí eu não seria correta. Aliás, eu seria má.
Mas é que quando eu lembro de você me sinto tremer e me sinto arrepiar, como se um vento bem frio passasse sobre a minha pele, avisando aos meus poros que a droga está no ar. Como se eu fosse viver intensamente por dois minutos e depois morrer.
Como se eu fosse te ter a vida inteira e viver só mais dois minutos.
Lembro do seu toque, do seu abraço e de cada palavra e gíria que saía de dentro da sua boca que eu beijava sempre que me dava vontade. Vontade louca de você.
Dos beijos doces e dos quentes. Das mãos bobas e das mãos juntas. Cada coisa detalhadamente observada, gravada, feito tatuagem na pele. Pra nunca mais sair.

Lembro de todas as vezes que você passou as mãos com cheiro de cigarro pelos meus cabelos e me dizia que eram lindos, eles, os nossos cabelos.
Porque acabei me dando tanto à você, que tudo que era meu passou a ser seu também.
Ai, como dói de lembrar que agora eu não sou de ninguém.
Chego até a pensar que esse lance de ser de todo mundo é um jeito de fugir da realidade que dói mesmo. Dilacera com o meu coração. Sufoca a minha alma na parede.
Nas paredes do meu quarto, coitadas, que me escutam chorar sempre que penso em você. E nos seus cabelos que hoje em dia não tem mais nada de 'meu'.

Pensei em nascer de novo, mas teria que morrer pra isso. E viver é bom, sabe? Mas era muito bom mesmo quando eu tinha você pra respirar junto com a minha respiração.
Os corpos colados, a mesma cama, a mesma direção. Enxergávamos juntos a vida.
Se chovesse a gente se molhava junto e se fizesse seca a gente matava a nossa própria sede. Um com o outro. Um pelo outro. Os dois juntos, numa mistura intensa de tudo, dos corpos, da alma e do coração.
Tinha facilidade grande de sentir os cheiros quando estava com você. Até hoje quando sinto o seu cheiro por aí o coração gela. Pensando ele, pobre iludido, que irá te encontrar logo à frente.
Aquele perfume que eu te dei, muitos caras usam.

Minha alucinação. Minha perfeição. Minha confusão. Meu amor. Meu ódio. Meu tudo. Meu nada. Minha paz. Meu caos. Minha calmaria. Meu frenesi. Minha construção da alma, a destruição da mesma. Meu céu e meu inferno.
De dó a dó. Dor.
Muita dor, sem você, com você, sem você.

Foi-se embora e a saudade no peito inda mora.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Eu ordeno.

Hoje eu descobri que quem escolhe tudo sou eu.
Eu acabo escolhendo com quem vou conversar, com quem vou caminhar,
quem vai me escutar e quem eu vou escutar. E quem vai estar comigo enquanto perco tempo e ganho vida, enquanto ganho vida e perco tempo.
Nessa novela inteira eu acabei percebendo que as minhas escolhas são tão importantes como o fato de seguir em frente.
Keep walking.

Escolho atentamente o que vou beber, o que vou fumar, o que vou tomar, o que vou comer e como vou comer.
Quem vou comer.
Quem vou beber.

E faço a seleção, naturalmente, das coisas que carrego comigo e das coisas que ficam out da minha área.
Das dores de amor, dos amores, do feeling todo de ir embora e não precisar dar tchau.
De ficar e se despedir ainda assim.

E a minha sede é saciada, com cada escolha.
A minha fome é alimentada a cada não que escuto.
Mato rápido a minha fome. Mato tudo rápido demais dentro de mim.
Choro dores de outro amor pra um novo amor.
Amo como nunca amei antes, vários outros amores.

E engano.

Eu crio caminhos.
Qualquer passo, qualquer movimento. Tudo depende de mim.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Perdendo as estribeiras.

Mentalizando sem parar uma cena de verdade, uma história antiga.
Forte, bem forte.
Descontrolando todo mundo ao seu redor por conta do seu descontrole.

Pondo as coisas no lugar e desorganizando tudo por dentro.
Uma bagunça.
Forte, muito forte, cada vez mais forte.
Animal.

Tremendo, respirando fundo, ofegante.

Lembrando do pouco que restou. Sugando em cada segundo de pensamento o máximo que
pode e que consegue.
Sugando tudo, até a última gota.

Amor venenoso.
Gostoso. Querendo nem saber até o amanhecer.

Mentalizando, desejando. Forte.
Profundo e forte.

Passando dos limites. Gritando de desejo realizado.
Gritando e deliciando-se no eco.
O vazio.

Perdendo as estribeiras no vazio das veias, dos sinais.
Tudo branco.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

afraid

me sinto como se tivesse medo de escuro e a vida estivesse de luz apagada.
presa no meu próprio medo.
fechada nos pensamentos absurdos.
com medo da vida, da morte. de tudo.

alguém acende a luz por aí e me faz sorrir. to precisando muito.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Don't you shiver?

Pensei na surrealidade de tudo o que aconteceu.
O que vem pela frente deve ser de arrepiar.

Me arrepiei tanto por aí, e com você aqui.

Posso chamar de lar onde você estiver.

Meu lar é o mundo, já que te procuro em cada pouco de ar que respiro.
E te encontro.
Sempre.

Você já pensou que... de repente, estávamos juntos mais do que nunca em uma cidade que não nos pertencia?

Nada nos pertence.
E sinto que é tudo meu.

Ah, o mundo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Meu interesse é no ser humano.

Todos os movimentos e desencantos. Todas as palavras, todos os suspiros. Essas coisas me interessam.
Os medos e desejos de todos os jeitos.
As roupas que vestem, o nu dos corpos.
Os mamilos que alimentam, as mãos que conduzem.
A menina dos olhos responsável pela passagem da luz.
As formas variáveis do ser humano.
As mentiras que saem do mais profundo do ser, as verdades que saem da boca pra fora.

Eu me interesso muito pelo ser humano. Cada um no seu canto, cantando e encantando aos desânimos.
Tentam ser grandes, tentam aparecer.
Um dia querem sumir. Todos.
Vão por aí, sumindo aos poucos, se desmanchando.
Desfazem tudo o que foi feito. Acabam com a felicidade alheia.
Por prazer. Fazem várias coisas desmedidas. Por prazer.
O ser humano é meio assim, meio assado.
Vive cansado.

Os olhares se cruzam, se ameaçam, se apaixonam, se matam.

Ah, pobres seres.
Cheios de prazeres. Cheios de vontades.
Se desfazem.
Almejam o céu e cultivam o inferno.

Meu interesse é neles.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Livro da vida.

Meu amor, não estamos sós, tem um mundo a esperar por nós, no infinito do céu azul,
pode até ter vida em marte.

Quero te pedir desculpas por todas as arrogâncias vindas de mim. Quero te pedir perdão por cada palavra dura que te falei, em relação à você.
Quero lamentar perante você o ponto no qual chegamos.

Quero te dizer de peito aberto, que o meu maior medo é de te perder, mesmo sabendo que já te perdi muito nessa vida.
Vivemos nos perdendo diariamente.
Mas sabe, meu amor, não estamos sós.
Eu não quero que se vá, nunca. Eu não quero nunca que se vá de vez. Porque vai doer muito em mim. Vai rasgar a alma.
E não te falo sobre ir de vez assim, como na morte... Estou falando sobre você resolver sair de uma vez por todas da minha vida, como se um dia eu fosse não ser mais ninguém pra você.
Por tanto tempo eu sempre preservei a nossa relação, eu sempre tentei que ficasse tudo bem, mesmo tendo que engolir coisas que, para mim, são tão doloridas, tão inacabadas, inaceitáveis.
Mas sabe, é que eu sempre pensava em você como mestre. Sempre pensava em você como aquele papai o qual eu cantava no coralzinho da igreja à frente da igreja... 'Papai você é meu herói'... e coisas assim. Não sei se consegue lembrar dessa parte das nossas vidas.
Queria que você soubesse a falta que tem me feito em todos esses anos. A falta de fazer massagem em você quando você chegava cansado em casa.
Eu quase não lembro mais como é uma vida com você.
São fatos tão desgastados que só consigo me lembrar bem dos almoços perdidos durante a semana em algum restaurante,
só consigo me lembrar bem dos dias que te vi na porta do meu prédio com o dinheiro numa mão e a outra vazia pra que eu te desse a bença.
Ou sei lá, de alguma viagem em busca da felicidade e por conta da infelicidade... a viagem acabou sendo infeliz.
E tudo isso vai passando, a gente costuma passar a mão na cabeça das coisas ruins.
A gente costuma dar um sorriso amarelo pra fingir que tá tudo bem, e a gente segue...
E aquela coisa toda que você me ensinou quando pequena? E a nossa família feliz que foi pro beleléu ? E tudo isso que desabou por cima de mim?
E toda essa coisa que eu tenho carregado nos ombros ha tanto tempo?
Queria saber por onde nos perdemos, queria nos encontrar.
Queria te encontrar, magrinho, com aqueles óculos fundo-de-garrafa, e encontrar a minha mãe com cabelo curtinho e aquelas roupas cafonas que se usavam antigamente.
Queria me ver com os cabelos presos, cheios de gel, com aquele cachinho que eu fazia só na frente.
Queria ver o meu irmão magrinho, brincando de matar lagartixas e enterrar no jardim da nossa casa do Orlando Dantas, e implicando a vida inteira comigo só pra ter com quem brigar.
Queria ver a minha irmã reclamando das barbies que o meu irmão insistia em pegar no guarda-roupa dela pra destruir. E queria muito ver todo mundo junto, só pra mais uma foto nossa.
Sinto falta de fazer os almoços, quando Sara, nossa empregada, faltava um dia de trabalho. Foi assim que eu aprendi a cozinhar, sabia? Eu me sentia muito útil de fazer o almoço pra quando você e minha mãe chegassem do trabalho, junto com meus irmãos que estudavam pela manhã.
Lembra daquela empregada que a gente teve por uma semana? Que fumava e você odiava as comidas que ela fazia? No final das contas eu mandei ela pra fora. E depois só avisei à vocês. Eu acho que vou ser uma boa dona de casa, um dia. Imagina? Quero casar e ter filhos... Mas isso eu só sinto vontade às vezes, quando me sinto muito só no mundo. Porque sempre que penso na dor de cabeça que casamento dá, eu desisto fácil.
Quantos sonhos eu já deixei escapar das minhas mãos por desacreditar nessa coisa de felicidade. É que isso sumiu muito de mim.
Lembro como ontem, do dia em que resolvemos brincar de estourar bolas de assopro cheias de ar com a união de nossos corpos, como num abraço.
Você lembra disso? E eu lembro que eu me assustei com o barulho que uma das bolas fez e falei ' Eita porra.' E você me disse ' Como é?' E eu disse ' Eita poxa.'
E você disse ' Você não falou isso' e todos riram de mim, porque eu fiquei morta de vergonha por ter soltado um palavrão na sua frente.
Éramos infelizes, né?
Perdi quem sou por aí. Nem tenho muita noção de felicidade e infelicidade mais.

E choro toda vez que me lembro das nossas sextas-feira, quando minha mãe cozinhava um monte de coisas deliciosas pra degustarmos na mesma noite de sexta e no sábado inteiro.
Minha mãe nunca mais fez massas de pizza, nem pão doce, nem pão integral, nem sopa de frutas, nem nada, nada, nada.
Todas as coisas mudaram. Tudo deixou de ser e passou a ser. Mudaram todos os meus horários, mudaram todas as minhas expectativas, mudaram até as comidas feitas em casa. Existem mudanças que doem demais.

Te deixei escapar das mãos.
E você ainda acha que eu poderia pensar diferente de que não te roubaram de mim?
Te roubaram de mim, e quase que de ti.

Então, será que assim você consegue entender um pouco da falta que me faz?
Eu lembro quando eu era fã de Backstreetboys e colecionava fotos de revista deles, e tinha uma pasta cheia dessas coisas, e eu levava pra igreja, pra compartilhar as fotos com minhas amigas que também eram fãs, e um dia você descobriu que eu fazia isso e me proibiu de levar aquilo à igreja, eu chorei tanto.
Mas era tão mais fácil de compreender as coisas antigamente.

Fugiu da minha mente como era te receber em casa. Eu só consigo lembrar do barulho que os cadeados imensos dos nossos portões faziam quando você chegava e do barulho do motor do seu carro. Eu esperava tanto o dia inteiro aquela hora. Era hora de assistir jornal com você, ou então, comer amendoins japoneses vendo um jogo na televisão com a sua companhia.

Fico pensando como é estranho, hoje você não sabe nem como é a casa onde eu moro. Você não sabe como é a minha televisão, nem o meu sofá, nem tem cadeados por aqui, acredita?
Lavar o seu carro na garagem de casa, comer dicuri que você e minha mãe traziam da feira dia de domingo pra mim. Lembra? Quando a gente soltava pipa que o carioca - porque era assim que você era conhecido no bairro inteiro - fazia? Lembra quando a gente andava de bicicleta?
Coisas tão mais simples, meu Deus!, que me faziam tão feliz.
Eu consigo vagamente me lembrar de quando a nossa casa ainda tinha goteiras no telhado, que quando chovia eu sentia respingos de água caindo em mim.
Lembra das trovoadas que um ano deu lá no nosso bairro?
Teve gente achando que era a volta de Jesus... haha.
Meu amor, não estamos sós.

Estou chorando e me sinto extremamente só. Perdi todas as minhas noites e não foi em vão.
Chorei por você, por nós, lamentei o nosso amor perdido, o nossos laços cortados. Sofri.

E eu não sei se estou certa, mas errada sei que não estou. Pelo menos não por completo,
porque eu acho que valeu à pena cada lágrima derramada. Foram 15 anos investidos pra isso.
Levo lembranças, traumas... tudo dentro de mim. E talvez seja isso tudo que me faça ser uma boa escritora.
Ouvi dizer outro dia que os melhores escritores foram os que mais sofreram dores no coração na vida. Sabia disso? Eu também não sabia...
Me falaram outro dia desses.
Eu não achei uma coisa bonita de se dizer, eu não me acho infeliz, por completo.
Muitas vezes o coração não consegue compreender... o que a mente não faz questão e nem tem forças pra obedecer.

Se o futuro assim permitir, não pretendo viver em vão.

No final das contas, eu só quero que você saiba que te amo. Que te amo muito e te levo no peito, por onde eu for, pai.

Meu amor, temos um ao outro e isso não foi uma escolha nossa. Aconteceu.

Vai saber!?... Vai dar jeito na vida!

Um beijo cheio de amor e lembranças falhas e carinhosas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Só.

Tenho pavor da solidão.
Do silêncio.
Do caos dentro de mim.
Das mentiras que me contam.
Das verdades que eu sei.
Tenho pavor de tudo que é quieto e não se mexe mais.
Tenho medo do escuro, do barulho.
Do frenesi.

Medo de dormir e ter pesadelos.
Sonhos infelizes, besteiras ilusórias.

Tenho pavor da solidão.
Intensidade no susto,
intensidade no medo.

As mãos tremem, as sobrancelhas tremem,
o corpo fica todo branco por falta de sangue nas extremidades.
Pálida.

Preciso de alguém, qualquer pessoa que faça com que o meu sangue volte
pras extremidades.

Tapo os olhos com as mãos pra não ver o estrago.
Tenho medo de viver o que não entendo.

Tenho medo da solidão, embora a entenda profundamente.

domingo, 22 de novembro de 2009

Picos sentimentais.

Vezes no alto, vezes no baixo. Odeio o meio.
O meio pra mim não faz sentido e nunca fez.

Ou estou feliz demais, ou estou triste.
Ou solto gargalhadas, ou não dou nenhum sorriso amarelo pra fazer de conta que as coisas estão bem.

Então eu prefiro caminhar sem parar se não tiver motivo pra ficar parada no mesmo lugar,
ou então eu fico parada e até sento, se fizer sentido fazer isso.
Mas eu nunca vou sentar de tão cansada por esperar.

Eu gosto mesmo é de que as coisas cheguem aos seus extremos. E os extremos, ah, esses sim me fazem sentir viva.
Essa coisa de morno não funciona comigo. Ou é quente fervendo, ou é frio congelante.
Ou eu abro os olhos ou os fecho de uma vez por todas.
Ou grito ou me calo pra sempre.
Ou falo ou conheço o mudo a fundo.

GostodeextremidadeS.

Eu procuro ficar fora de problemas, tento entender todos, tento acalmar os ânimos, tento, tento, tento.
Mas se não consigo, eu desisto. Mas só desisto por uns dias, uns meses quem sabe, mas nada que seja assustador como a palavra é.

Eu sempre ando tentando, como se fizesse parte de mim ser assim, e como se eu precisasse ser assim pra estar nas extremidades.
Ou é ou não é.

E são coisas que me afetam sempre... essas minhas extremidades infernais. De chorar, de gritar, de espernear, de dizer 'adeus' ao invés de 'tchau'.
Eu quase morro sempre que essas coisas me surgem.
E choro toda a água do meu corpo, e é muita água. Aí, vou à geladeira, pego a garrafa de água bem gelada, encho vários copos e me encho de novo, só pra esvaziar continuamente.
E vou, seguindo, vendo tristeza até onde não tem.

E quando a extremidade é dessas de fazer flutuar, de tão leve, eu me sinto beijando os pés de Deus lá no alto do céu, nas mansões celestiais e dizendo 'quero descer, só pra dizer ao mundo inteiro qual a textura das nuvens.'.
E daí eu dou tanta risada bonita, e encho os olhos de esperança. E saio fazendo caminhos com cheiro que a felicidade tem, por aí, pelos jardins dessa vida.
Vejo beleza até onde não tem.

São picos sentimentais, desses que nos fazem cair e levantar.
Mas eu nunca gosto de estar mais ou menos isso, mais ou menos aquilo.
Ou é ou não é. Já disse.

Felicidade é transbordante. Tristeza também.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

As rosas não falam.

O meu coração doeu, apertou, minimizou.
Me senti pequena num mundo de gigantes. Me senti só numa sala cheia de gente.
Parecia até que eu estava ficando louca, e que as horas estavam passando pelo lado contrário do relógio.
Olhei o céu e tive vontade de ter asas. Quis voar até você, te abraçar, te acolher e te dizer todo o meu amor.
Tive vontade de ter asas pra chegar até você, e te falar ' calma, agora estamos juntos e o mundo nos espera, você precisa ser forte.'

Tive vontade de não estar aqui, só pra estar aí.

Pensei em te ligar, mas me disseram que não seria uma boa idéia. Me falaram que você não queria falar com ninguém e me doeu de imaginar a dor que dói em ti.
Me doeu de doer em ti. Toda dor que te atinge dói em mim também.

Tive vontade de te abraçar tanto, sem parar e chorar com você, por você, pela não vida e pelas dores que nos doem sem doenças.
Fechei os olhos no chuveiro, quando fui tomar banho e pedi muito a Deus ' cuide dele, cuide dele, cuide dele'.

A morte é dolorida pra quem fica. A morte é dolorida pra quem ama.
Eu sei que você ama...

Você ficou, e peço pra que fique mais, fique comigo, temos que ver muitas coisas e sentir muitas outras coisas.
Tem muita coisa aqui dentro que preciso te dizer. Sobre amor, sobre vida, sobre não vida, sobre te querer perto mais do que nunca.

Sinta a dor da perda, eu também estou sentindo com você, mesmo que daqui.
Me sinta contigo, aí...

Eu te abraço, te beijo, te digo eu te amo e te acolho em meus braços pra sempre.

Preste atenção amor,
o tempo é o melhor remédio, e nele conquistamos o consolo.
Pense nos bons momentos vividos. Viva-os de novo em memória.

E no fim, meu amor, saberás que tem todos dentro de você,
os que foram e os que não foram embora dessa vida,
não importa onde eles estejam.

A saudade é o amor que fica.

Eu estou contigo.

domingo, 15 de novembro de 2009

Uma carta para Bárbara.

Estava te olhando dormir de pés sujos e pensei em te acordar pra falar ' Não tá afim de lavar os pés não?', mas logo desisti... você não se importa muito com a cor do seu pé quando está com sono. Já eu... bom, me dá gastura de te ver deitada com esses pés nojentinhos.
Pensei até em pegar um pano úmido e limpá-los...Pensando que isso poderia te fazer ter um sono melhor, já que comigo isso super-funcionaria.
Deixa pra lá, eu me adaptei ao seus costumes.

Estou te escrevendo só pra te dizer que tudo que em você dói, mexe comigo também.
Que tudo que em você sorri, me faz sorrir também.

Tive vontade de te falar sobre as coisas que ficam, geralmente, subentendidas entre nós... Irmandade é o que penso quando olho você chegar aqui na porta do meu apartamento e deixo-a entrar, tendo a certeza de que estarei bem acompanhada pelo menos por mais um dia.

Sinceridade é o que me faz tanto te querer por perto. Mesmo quando você está com esses olhos úmidos, cheios de amor demais, cheios de tanta vontade de abraçar e nunca mais soltar.
É que me dói quando te vejo com os olhos úmidos por motivos tristes.
E - quase - sempre são esses mesmos que te atacam.
Não deixe que o mundo te ataque. Não deixe que as dores te doam, nem deixe que as palavras te travem a garganta.
Faça tudo.

Eu gosto muito do seu sorriso, e aposto que você nem deve imaginar isso.Não é a toa que te peço pra sorrir nas fotos. É claro que você tem certeza de que eu te quero feliz. Óbvio. Mas estou falando de como você combina com o seu sorriso. De como você fica melhor quando sorri.

Estava pensando, menina, sobre quando te conheci, que você era tão boazinha com todo mundo. E eu sempre insisti em dizer que ser boazinha demais não presta. E aí eu fui te ajudando a melhorar em algumas coisas, talvez, te ajudei até a ser mais durona. E você me ensinou a ser mais doce.
Doce de verdade, sem ironia alguma nessa palavra.

Uma menina humilde, simples até demais, que com voz mansa o tempo inteiro me fez entender melhor muita coisa da vida.
A menina de vinte e poucos anos, que me ajudou nos momentos complicados da vida, que passou a acompanhar passo a passo os meus passos, me ajudou a administrar a dor e o amor, o amor e a dor, a dor de amar quem não ama a gente, a dor de querer ter o mundo nas mãos e não ter como. Me ajudou a sorrir mais, nesses meus dias tão sei lá o quê.

Eu queria te dizer, de coração, que você não precisa ter medo de nada, até porquê você não é fraca e medo a gente deixa pra quem é.
Quero te lembrar, que você pode fazer tudo o que você quiser, e logicamente que pra que isso aconteça basta você querer. Lembra daquele outro dia que te falei isso e parecia mágica?
Quero te dizer que realmente não importa como esteja o seu coração, que a vida continua e que você precisa continuar junto com ela, sempre. Sempre.
E que existe um coração dentro de mim que vai te levar pra onde eu for.

Queria te pedir pra não ter medo de me perder nunca, porquê a gente só perde o que não cuidamos, e cuidado, meu bem, é o que você mais tem comigo.

Obrigada mesmo, por cuidar de mim sempre que eu preciso.
Quero ter feito isso tudo por você também...

Quero te abraçar tanto, pra te fazer ter certeza de que dentro dos meus braços os abraços hão de ser trilhões de abraços.
Quero te dizer sempre que me der vontade que te amo por tudo que você é, e você é muito. Muito mesmo.
Quero te amar pra sempre, porque já que chegamos até aqui, já que por tantas coisas passamos... Como eu poderia um dia deixar o amor por você ser esquecido ? Não quero isso, e pode ter certeza.
A nossa amizade, meu bem, é coisa de gente feliz. Coisa de gente que não tem dinheiro pra sair e sai pra se divertir mesmo assim. E que se diverte.
Coisa de gente que não tem carteira de motorista e entrega o carro na mão da outra - que nem consegue reduzir uma marcha - e no final, a noite termina com o hamburguer mais barato da cidade, na minha casa, com suco de seja lá o que tiver na geladeira.
É dessas amizades raras de se encontrar... que as famílias se tornam uma família só.
Dessas irmandades que Deus nos dá depois de nascidas e crescidas.
É isso : Deus me deu você. Deus nos uniu.
E o que Deus uniu, nada separa.

Se eu pudesse, voltaria no tempo, te conheceria aos 14 anos, firmaria uma amizade imensa com você, te conheceria dos pés à cabeça, escreveria uma crônica bem bonita e leria nos seus 15 anos, mesmo que não tivesse festa.Só pra você chorar e ficar feliz de ter chorado na crônica do seu ano debutante. Mas tudo bem,
escrevo não uma crônica, mas esse texto, digo, não pra te fazer chorar,
mas pra que leia sempre que sentir saudade de mim, sempre que ousar pensar que estarei distante de você.

Eu vou embora sim, mas eu vou embora de cidade só. Eu quero ficar no seu coração.
Posso morar aí? Me deixa, por favor. É que aí dentro eu tenho certeza de que vou estar sempre segura e cheia de palavras de amor. E sei também que vou estar sendo bem cuidada por você.

Quero te pedir que se os seus olhos se tornarem úmidos por mim, que seja apenas por saudade, porque saudade dói mesmo, e faz a gente chorar, como eu já chorei com você aquele outro dia aqui, no sofá da minha sala,
e que se você for lembrar de mim, que chore se sentir vontade, mas que nunca esqueça do quanto eu aprecio o seu sorriso, que combina perfeitamente com o seu corte de cabelo e com tudo o que você veste.
( Me dói te ver chorar. )

Bárbara, Bárbara,

o que existe em mim, por você, é grande demais.

Não foi a toa que eu falei aquilo à minha irmã, lembra?, quando fomos te buscar em sua casa, aquele outro dia.

Quero te dizer que você é linda, e só os que realmente valem à pena conseguem enxergar a beleza interior e exterior ao mesmo tempo.
Você tem as duas belezas de maneira extraordinária. E eu quero que dessa vez, mais do que nunca, você confie nas minhas palavras.

Eu não consigo mesmo continuar sem você, e nunca iria continuar sem você... Portanto, tenha uma certeza absoluta : Te levo comigo.

Imagina só se um dia eu iria ser boba de te perder de vista?... Coitada de mim,...,
eu me tornei dependente de você.
Me promete que não vai ficar longe de mim?

Te quero sempre comigo, minha amiga.

Um beijo no seu coração, todos os dias.

Sua amiga doce-doce-doce.

( Me desculpe se por vezes sou amarga. )


P.S.: Você nunca estará só no mundo.

sábado, 14 de novembro de 2009

Script de uma peça teatral.

tenho os pulsos machucados hoje pela manhã.
acordei com o coração cheio de mágoa, parecendo pus, dentro...
e tenho o peito imensamente dolorido, minha irmã que é psicóloga ontem disse um nome que se dá pra isso, mas eu não lembro agora.
ontem eu pedi muitas vezes pra morrer também. eu não consigo tirar minha vida de jeito nenhum. morro de medo.
me sinto pior ainda de não conseguir nem isso!
e pode soar bem ridículo isso que eu falo, mesmo, pq acabaram de ligar aqui em casa, era do gaac ( grupo de assistência à crianças com câncer ) e me pediram dez reais de ajuda pra uma campanha deles, imagino o quão dolorido seja ter câncer... principalmente quando ainda é criança.
eles lutam pela vida, né? e eu querendo morrer... vez em quando.
isso aconteceu agora e eu me sinto péssima pq ontem quis morrer.
mas eu tinha motivo suficiente, não é? eu tinha! eu tinha mesmo! era um câncer na alma.
ontem eu até comentei isso, que eu vou morrer de duas coisas na vida : ou câncer ou ataque cardíaco...pq eu sou assim, cheia de dor no coração e pus... e eu tento me desdobrar pra esconder isso, na realidade.
mas todo mundo é triste, ryane.todo mundo é triste. faz parte da gente ser assim.
o foda é que a felicidade existe e as vezes ela aparece dá um oi e vai embora e dói dói pra caralho quando ela vai embora.

e vc me fez ter vontade de ficar pra ver qual vai ser o final de tudo isso,
me fez ter vontade de sentir todas as dores insuportáveis dessa vida.
essas feridas da vida. esse absurdo todo nesse caos.

se for pra sangrar, que eu sangre junto à vc.
e eu também tenho muito muito muito, mas eu não sei o que é muito, nem sei do que é feito.
só sei que é muito.

e é exatamente dessa maneira que eu me sinto, quando a aproximação de qualquer pessoa me faz desabar mesmo, e já me senti assim várias vezes,
até já chorei quando me perguntaram ' como vc tá?' e eu chorei.

decadente.

triste decadencia de vida. quando se encontra pelos cantos, com uma garrafa de vodka, entornando-a guela a baixo, só pra criar coragem pra morrer. criar coragem pra ter falta de coragem.
criar coragem pra parar com tudo de uma vez por todas.
triste.

e as pessoas sentem, sabia? eu tenho uma amiga que hoje me ligou, dizendo que desde ontem tentou me ligar e não conseguia, mas que desde ontem ela sentiu muita vontade de me ligar só pra saber como eu estava.
e eu estava ruim, ontem. bem mal mesmo.
e hoje quando ela me ligou e falou comigo e disse que me amava e essas coisas todas, eu fiquei pensando em como ela estaria nesse momento se eu tivesse tido coragem ontem pra enfiar de vez aquela faca nos pulsos e tivesse sentido dor em silêncio e morresse deitada aqui no chão de madeira do meu quarto e fosse encontrada hoje pela manhã, pálida, sem sangue nenhum... tudo pelo chão.
até os sonhos.
e quantos amigos chorariam por mim... e quanta dor eu causaria nas pessoas.
e só pq eu não consigo controlar uma dor que é, de fato, muito insuportável.
eu não sou fraca assim. sou ? tenho amigos que me mandaram mensagens, amigos que hoje cedo me ligaram, outros que nem imaginam que ontem eu tentei morrer, e que hoje falaram coisas como ' eu te amo', ' estou com saudades de vc', e umas coisas que a gente nunca consegue imaginar quando está em desespero.

e eu preciso continuar viva, sabe... pra mostrar que eu sou palhaça e tenho orgulho de ser, pq o mundo é uma palhaçada mesmo, a vida é uma palhaçada, e eu adoro circos.

e pode parecer que tá tudo desorganizado aqui na minha mente, pq realmente tá, mas eu continuo sabendo a ordem do meu teclado pra escrever tudo perfeitamente.
eu nasci pra escrever e pra morrer escrevendo, pq se eu não escrever eu morro logo-logo.
é que por aqui eu desabo sem chorar. desabo a vida e a poesia inteira pelas mãos.
os dedos que freneticamente escrevem escrevem e escrevem.

e pode parecer tudo muito dramático, mas é pq realmente é um drama.
a vida é um drama, uma palhaçada eu já falei.
ontem eu tremia e chorava e gritava e via minhas veias saltando, e as veias que saltavam na minha garganta com choro e gritos e as veias que saltavam nos meus braços, loucos de vontade de esganar as coisas ruins. meus braços loucos de vontade de apertar o meu pescoço e me fazer ir.

quis sumir.

pensei em subir até o ultimo andar do meu prédio, lá em cima onde não tem ninguém,
e terminar a garrafa de vodka sozinha e tropeçar por alí pelas beiradas e morrer sentindo a sensação rápida de liberdade. eu e o ar.

pensei em fazer um monte de coisa que na realidade eu não tenho coragem de fazer.

e quando vc pediu pra eu te esperar 5 minutos e eu falei que não dava, era pq eu tinha certeza de que se eu ficasse 5 minutos te esperando eu ia tirar de mim o único pouco de coragem pra morrer que tinha em mim, e eu estava decidida a morrer.
cacete,
eu só queria morrer ontem.
que triste, que triste.
não vou te dizer que hoje eu acordei com a maior vontade do mundo de viver,
mas é que eu também não to com vontade nenhuma de morrer hoje.
e que se dane esse mal que me fazem.

eu fiquei por todos os que me amam,
por você
e um pouco por mim.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Adeus.

What goes around comes around.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Resquícios de vida.

A queda d'água do meu chuveiro limpa minha pele, limpa o meu cabelo e me faz sentir de alma lavada, como se todos os meus medos estivessem indo embora pelo ralo.
Como se todos os resquícios de dores dessa vida estivessem escorrendo pelos braços e pernas, passando entre os dedos dos meus pés e dizendo adeus.

Cuidadosamente, eu me encosto na parede do banheiro, tentando manter o equilíbrio para que não escorregue e caia - porque é justamente isso que eu mais sei fazer na vida, digo...tomar cuidado para não escorregar e cair - e daí eu vou passando as mãos por entre os cabelos, e dizendo em voz baixa, bem baixinha mesmo : 'vai embora dor... não ouse voltar.'

O ruído que a cama faz enquanto eu me mexo de um lado para o outro, mostra o tamanho da minha vontade, o tamanho da minha angústia, o tamanho da minha felicidade...e todas essas coisas grandes demais que quase não cabem em mim.

Faz silêncio no mundo todo e eu só escuto o barulho do meu ar-condicionado, da minha respiração e das teclas que tenho que apertar pra escrever isso aqui.
Sou notívaga.

É no silêncio da vida que percebo o quanto preciso de mim. O quanto preciso da minha respiração e dos meus dedos.
Talvez eu precisasse de um lápis, mas está escuro e eu não conseguiria escrever num papel a essa hora.
É na paz da madrugada que sinto a sensibilidade maior dos meus dedos, dos meus olhos e dos meus pensamentos.

Encontro-me, exatamente agora, na calmaria do caos.


Afasto os pensamentos, tento escutar o meu próprio coração bater,
olho pro céu e sinto a paz divina. Sinto a fé olhando pra mim e gritando em silêncio : 'Coragem!'

Devo dizer que é complicado escutar um grito em silêncio, é preciso que o coração esteja desarmado.


A lua hoje está cega, surda e muda, e eu já cansei de contar a ela os meus lamentos.

Acendi a luz, me olhei no espelho, vi os olhos cheios de sonhos, falei com voz de sono : ' O mundo é seu. Vai sem medo. Seja forte quando precisar, e nunca deixe de cuidar para não cair. O silêncio da noite é traiçoeiro.'

Quase não me movi mais um segundo, tive medo de fazer barulho.

Era o caos, a ansiedade, o barulho, o silêncio, a paz, tudo misturado nos meus olhos sonhadores.

E permaneço viva, dentro e fora, porque estou.

Estou viva, mais viva do que antes.

Arte de viver.

Estou ansiosa demais.

Estou comendo as unhas,
me descabelando às vezes,
fazendo listinhas,
pensando em coisas demais,
fazendo planos.
Sem conseguir dormir direito,
acordo pensando e durmo pensando.
Estou feliz e aliviada.

Consegui o que eu queria.
Alcancei o meu objetivo,
e agora só quero que o tempo CORRA, pra que eu comece a tornar tudo isso numa realidade... rápido!
Eu quero fazer com que as coisas aconteçam!

Eu sei que eu posso,
eu nunca duvidei disso.

Sempre fiz questão de que acreditassem em mim, e nas palavras que eu digo,
e aqui eu estou pra dizer mais uma vez, acreditem em mim!
Eu sempre acreditei muito em mim, e não tenho do que reclamar...

Eu dou nó em pingo d'água!

Estou adorando quem sou eu até aqui,
e tenho certeza de que vou ser o que quero ser.
Estou trilhando o meu caminho...


Quero mais! Eu sempre quero mais!


Sim, eu posso!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Família, desde sempre para sempre.

Existem momentos de nossa vida que perdemos a noção das coisas acontecendo ao nosso redor.
Começamos a enxergar o mundo do jeito mais cruel que se pode enxergar, e do jeito mais real que se é.
O mundo é cruel mesmo, e ele só é assim devido às pessoas ruins que fazem parte dele.
São nesse momentos que temos a capacidade de reconhecer ainda mais o amor verdadeiro das pessoas que estão próximas a nós.
A nossa família é o vínculo maior que temos aqui nessa vida, a nossa família é uma das coisas mais valiosas dessa vida, e só por isso devemos dar o valor merecido à ela.
Amigos vem e vão, a família é fixa.
O amor familiar não precisa ser conquistado, ele é como o nosso gênese, existe desde o princípio.
Deus nos deu nossa família justamente pra isso.

sábado, 7 de novembro de 2009

My sweet november.

Novembro com os braços abertos me convidou.
Eu obedeci, e cheguei até aqui.
Agora que cresci, que vou fazer duas décadas de vida, posso garantir,
que de todos esse anos, novembro é o mês que mais me atrai.
E talvez por ter essa sensação de que é perto do fim, mas ainda há tempo.
Há tempo de amar mais, há tempo de acabar com o sofrimento antes que o fim chegue, há tempo para abraçar os amigos e amores, há tempo para esquecer por completo o que já passou de ruim, e guardar apenas o que foi bom.
Novembro é doce desde que eu cheguei aqui, nesse mundo.

Só pra provar que novembro é especial, cheguei no último dia, pra trazer felicidade ao mundo que me rodeava.

A minha mãe, outro dia, disse que eu nasci sabendo do que tava fazendo! A cesariana seria mais cara na virada de 30 de novembro para 1 de dezembro.

Novembro me queria e eu queria novembro desde o início.

Sou intuitiva, fazendo merecer.

Os jardins ficam meio esquecidos, mas nada que deixe a beleza de novembro inexistente. Ao contrário disso, a beleza é diferente, dessas que não atrai qualquer pessoa. Beleza dessas, que só os bons sabem valorizar.

Ah novembro!, como eu te amo.
Novembro me faz enxergar que sempre é possível ver de outro lado uma mesma situação! E que essa idéia pode mudar muita coisa na vida, pois faz entender que o sentido que direciona os caminhos pode mudar a todo instante, de acordo com o ponto de referência.

Novembro me faz entender muita coisa, inclusive que estou ficando velha, que estou cada vez mais evoluída mentalmente, espiritualmente e fisicamente.

Novembro é doce, doce, doce.
E que seja sempre doce, doce, doce.

Since november, 1989.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

De tanto desamor, a indecisão.

Estava cheia de ardor no peito, a tal menina queria uma explicação pra o que queimava tanto alí dentro, parecia fogueira de acampamento de juvenis.
Queimava a noite inteira, fazia arder os olhos e as lágrimas saiam dos olhos descontroladamente.
E parecia uma questão de lógica que não fazia sentido. Era tudo muito complicado,
e a menina tentava dizer exatamente o que ela preferia que acontecesse, mas ela não conseguia, e era só falta de coragem. Falta de certeza, até porque, até alí, só haviam dito a ela coisas inseguras.
E ela, acreditando na vida, acreditava cegamente em tudo que lhe falavam.

Acreditou até quando alguém falou que era só o bem que a desejava.
Acreditou até quando a chamaram de bem.

Ah menina!, ...

A fogueira deveria ser apagada. Os olhos deveriam parar de ficar vermelhos e lacrimejantes.
O coração devia ou não apagar a chama?

As opções : Ou ia ou ficava

Se fosse, doeria muito, mas doeria tanto... E seria realidade. Era melhor que ficasse.
Se ficasse, seria dolorido, seria triste, seria bom enquanto ilusão, era melhor que fosse.


As incertezas tomaram conta da menina. Ela se calou. E deixou que a situação fosse como um balde d'água na fogueira, que lentamente apagava, e fazia muita fumaça que ardia ainda mais os olhos e fazia com que tudo fosse um pouco desfocado.

Ela fechou a boca, como decisão definitiva, e desejou boa noite.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

3:17 am, 4 páginas.

' Me arde o peito, de desgosto. E devo dizer - mesmo que me doa muito - que finalmente me tiraram ainda em vida uma das pessoas mais amadas por mim. A metade exilada, arrancada de mim. Você. Não há mais o que ser feito a não ser aceitar essa condição, de ser assim. Eu sigo, sem um pedaço de mim, mas sigo. Te vejo vez em quando, pra não passar tão em branco assim. Ainda bem que existe um escritório entre nós dois. Até mais. '

domingo, 1 de novembro de 2009

Dentro e nunca fora.

Eu quero ser sensitiva, a ponto de nunca esquecer o perfume do Jamil,
o espanhol dono de circo.
Quero lembrar exatamente do jeito engraçado do Jorge, o mexicano jogador de futebol. Que me ensinou que o som do J é como o R. Rórrê.
Do Niklas, que tentou me ensinar a falar alemão, e que me fazia usar aquela blusa com ICH LIEBE DICH algumas várias vezes. E que dizia, com um português um tanto ruim ' Eu gostar de estar com você, mas eu tenho medo de ir e você ficar...'
Porque são pessoas que marcaram. São pessoas que foram amores, por dias.
Amores.

O Eduardo, paulista, que saiu de Pirituba até Guarulhos de ônibus, comigo, com uma mala grande e muito amor no peito. E que viveu comigo a dificuldade de um 'tchau' tão dolorido, e sofreu a dor da despedida, juntamente comigo. Entre toffees, mãos dadas... step by step. Much more than this.
O Cesar, paulista, amigo do Eduardo, que me trouxe poesia, que me fez tremer de amor, que me fez chorar e acreditar que tudo pode realmente ser. E estar. E que pra sempre, vai me fazer cantar don't you shiver?, o meu número sete.

Quero ser sempre assim, sensitiva, pra não esquecer de quando a poesia desaba por dentro, como quando foi com a Marcella, paulista, do céu, do mesmo Deus, quando abraçada à ela, pude saber o real valor da realidade. E pude dizer que assim preferia, a realidade.

A Hannah, paulista, que acordou de madrugada e foi até guarulhos... que me esperou na frente do desembarque, alucinada de amor e ansiedade, assim como eu. E que dividiu um quarto de hotel comigo, só pra estar perto. Entre cigarros e conversas deliciosas.

A Ryane, que me ganhou com pouco tempo, que me levou a entender que estou pelos ares, e que abre - vez em quando - as janelas de sua casa, pra me sentir entrando... Que sorria comigo, passando as mãos bobas pelo corpo, só pra dizer alguma coisa que não fazia sentido nenhum,
mas que era engraçado, não por ser engraçado, mas por ser a gente.

O Luciano, que gostou de mim rápido e posso garantir a reciprocidade. Que me escutou bêbada, falando sobre amor. Que me abraçou forte, mostrando claramente que amor há sempre de pintar por aí.

O Rafael, que entre abraços e silêncio, me fez entender que pra ser especial, basta estar perto e amar. Que foi o último a chegar, e me abraçou mostrando o quão especial eu era, pra ele estar alí.

O Gabriel, que me fez gostar de lagartixas de uma maneira divertida, e que me tratou como uma velha amiga quando necessário. Que me ajudou a carregar as malas do Paraíso até Pirituba e que me abraçou como um velho amigo, também. Que conversou comigo, coisas da vida, me fazendo sentir em casa, mesmo dentro de um ônibus quase meia-noite, voltando pro hotel...

A Lígia, aquela, que sempre me recordo, com amor e samba nos pés, que me faz sentir saudade quando lembro de como me olhou nos primeiros minutos, e como repetia sobre a minha beleza.
Que reagiu de forma desesperada de amor, quando soube que eu estava chegando...

Mando um salve a todos os meus amores, de longe.

A Bruna, que ama o mesmo cara que eu, e que passou a ser a número oito. Falando sobre amor, juntas, chorando e sorrindo.



Quero mandar um salve, pra Renata, pra Mack e pra Nathy, que gostaram da minha voz, rouca e nordestina, cantando pra alegrar os bares e tudo ficar mais suave.

Queria dizer a todos vocês, do mundo inteiro,
que o coração é igual uma pensão de putas, sempre cabe mais um,
e que de alguma maneira,
vocês nunca mais sairão de dentro de mim.





E 'pensão de putas' é só pra lembrar Gabriel García Márquez em O amor nos tempos de cólera...
Quando ele diz : O coração tem mais quartos que uma pensão de putas.






Quero nunca esquecer a calmaria que um dia essa cidade me trouxe,
e do caos que me fez viver nela.
Agradeço.

Sob minha pele.

Cochilei e por minutos pude sonhar coisas lindas. Pude enxergar tanta felicidade futura. Vi tudo o que eu mais desejo. As cores eram exatamente essas de que tanto falei por todos esses vinte anos de vida.
Tive vontade de escrever, porque é exatamente quando eu escrevo que todas as palavras que existem dentro e fora de mim fazem algum sentido. Basta sentar e escrever e tudo se torna realidade para mim.

Acordei com essa sensação de que tudo o que é normal me incomoda demais. E fiquei querendo cantar pra sempre, toda essa poesia que me escorre pelos cantos da boca,
e todas essas oportunidades que tenho entre os dedos.
Tive vontade de nunca mais me deixar esquecer nenhum segundo da poesia. Nada. Tudo.

Tive uma vontade louca de fazer uma viagem até a lua, encontrar estrelas pelo caminho, cumprimentá-las e dizer do apreço que tenho pelo brilho de cada uma delas.
E tive vontade de gritar, alto e em bom tom : O MUNDO É MEU!

É exatamente desse jeito que estou me sentindo agora. Querendo agarrar essa felicidade que - de tão grande - chega a ser sufocante!
Estou falando de uma alegria que faz tudo pulsar, pelo corpo.
Sinto o meu coração batendo até nos fios do meu cabelo, nas unhas pintadas de uma cor que me traz paz,
sinto pulsar nas pernas, e braços e abraços. Eu quero o mundo dentro de mim! Eu quero ter controle do descontrole de tudo!
E quando eu gritar que o mundo é meu, eu quero que todos ouçam. Porque eu quero mesmo é poder mostrar a todos que a felicidade é fácil.
Quero dizer que viver não é difícil e é delicioso!, tão delicioso quanto entrar num banho de água fria quando se morre de calor. Quando se toma um copo d'água gelado, na sede.
Eu tenho sede! Sede de amor, sede de vida, sede de liberdade, sede de ser e estar, sede de nunca mais parar, sede de nunca desistir sem tentar, sede de ir e ficar, de voltar e nunca mais ir...

E estamos todos sob o mesmo céu, estamos todos sob a mesma cápsula protetora/desprotegida,
estamos todos a par de que o mundo tem extremidades, assim com nós com nossos dedos dos pés e os das mãos,
e que cuidar das extremidades, sendo elas nossas ou dos outros, faz parte da felicidade.
Eu posso cuidar de infinitas extremidades. E algumas, por mais distantes que possam estar,
sempre estarão sob os meus cuidados, os meus carinhos, o meu amor to-do.

Porque eu sou assim, to-da.
Me entrego por inteiro a todos os meus amores, e quase não sobra nada de mim pra mim mesma.
Mas eu não nasci pra isso, de qualquer forma.
Eu estou aqui para que deixe que peguem de mim o que acham melhor,
e eu não faço questão que sobre muito de mim. Não agora.
Eu quero que me levem por todos os caminhos desse mundo enorme,
eu quero que me carreguem por aí, pelos corações vagabundos e pelos amores puros.
Eu quero que nunca me esqueçam e assim já restará muito de mim.

I've lived a life that's full,
I travelled each and every highway.
And more, much more than this,
I did it my way.

My way!

Eu quero é correr por entre as árvores dos caminhos de sombra.
Quero é suar pelos caminhos de deserto. E sentir todo o frio que o deserto faz quando a noite chega.
Quero sentir falta de ar, e respirar profundo, pra que entre na pele e nunca mais saia.
Sinto muita vontade de arrancar pedaços de mim e deixar por aí, por cada canto que eu passar.

E assim vou ficando cada vez menos pra mim, e quando a reta final chegar, vou poder dizer coisas que confortem as pessoas ao meu redor : Ei, eu plantei um pedaço de mim em cada solo por onde passei.
E vão existir - com certeza - momentos em que eu irei morder mais do que eu possa mastigar.
Arrependimentos até podem chegar, mas eu nem vou lembrar de muitos deles.
Eu vou ter amado, chorado, sorrido e cuspido da boca tudo o que me deixava mau gosto.


No final, eu vou ver tudo com as cores que eu mais gostei até aqui,
e talvez, a única diferença seja que... terão inventado cores diferentes e que provavelmente,
eu também irei gostar.
Existirão cores novas que me deixarão atraída, que me farão amá-las, que viverão e morrerão comigo.
Porque tudo o que um dia eu gostei, vai comigo. Por entre todos os solos em que hei de passar,
por entre todos as árvores, e gelo, e fogo, e céu e inferno.

Estou aqui pra atrair e ser atraída por tudo o que me faz ser viva. Eu gosto.
Está tudo sob minha pele.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Amém.

" Porquê Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê,
não pereça,
mas tenha a vida eterna. "

João 3:16

Um veado novo entre as folhagens.

Dizem, do riso fácil, daquele que sai, quase involuntário, mas que não vem de dentro, não vem do âmago.
Nada me define, além do rancor.
E pela janela de minh'alma pode-se ver, aquela visão, quase impossível de ser aceita.
E minha'alma, que tem a essência dos melhores perfumes, lamenta sobre o riso forçado, sobre o amor inventado, e a lágrima verdadeira.

E por instantes, o mundo parece caber na minha pupila. Uma loucura descontrolada que consigo, pois, transmitir por elas - as pupilas, e quem as enxerga, sabe bem, que são espelhos de minh'alma. As minhas púpilas pois, também transmitem o perfume bom, também lamentam tudo que enxergam.
Os meus olhos quase falam vez em quando, quase sempre.

E quando eu dou risos falsos, é perceptível... Os meus olhos não falam sobre felicidade,
eles nem ficam um pouco fechados, como de costume.
Risos falsos, frases engasgadas na garganta.

Creio nos risos - mesmo mentirosos - como proteção, como fuga do caos. Creio nas lágrimas, por vezes, mais que nos risos.
Assim como no amor, as palavras às vezes são desnecessárias para que o ódio seja transportado.

Eu queria falar de amor, dessa vez,
mas não é ele que transborda hoje em mim.

Como personagem dessa vida, devo dizer, estou representando bem tudo que sou obrigada a representar. Qualquer coisa.
Vezes o bem, vezes o mal. Vezes o amor, outras desamor.
Sou como bicho que camufla, e como tal, utilizo a técnica da seleção natural,
me protejo dos meus predadores, e embora os meus olhos me descrevam quase-sempre,
posso garantir a minha habilidade de esconder-me.
É difícil discernir um veado novo entre as folhagens, devido a cor parda e às pintas escuras.

Me queira como quiser, e faça de tudo pra que eu seja, assim serei.

Palavras chave : Pupila, camuflagem, lágrimas e risos ( falsos ) .

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Nove dias sem escrever.

Com a vida um pouco parada, a respiração meio apertada,
de ansiedade, nervosismo.

É que tem muita coisa querendo acontecer, e muita coisa deixando de acontecer.
Umas coisas querendo que o tempo seja maior, outras querendo que ele corra, corra muito!

A minha vida está pedindo por remédios, pra curar,
pra curar a dor de cabeça,
e pra acalmar os nervos.

Dei uma guinada na vida no domingo, 25. Bom, pelo menos tentei.
Faltam oito dias. 8 dias pra eu poder saber se é pra frente que eu vou andar, mesmo.

Estou precisando de um calmante pra chegar até lá.
Dia 4 parece estar tão longe...

domingo, 18 de outubro de 2009

escrevendo em caixa baixa.

e o que tinhas me veio na hora exata - essa que estou.

e o que tenho para ti chegou na mesma hora, exatamente - essa que sou.

me desculpe, mas esse é o meu modo.


ama-me,
amo-te, ao meu modo.

Os pés e o coração.

O que se pode fazer quando o que insiste em acontecer é tudo que não se quer?, e quando tudo que se quer é tudo que não se faz?, e tudo que se faz é de fazer amar e desamar!?

Mas que dor é essa, minha gente?
E de onde vem toda essa água?
Me digam, vocês que são inteligentes,
de onde vem toda essa lágrima?

Essa desarmonia. O desandar das coisas.
O caminhar meio tropeçado,
a garganta travada. A fala que não sai.
A palavra que quer ir, mas fica.

O grito que vai, mas deveria ter ficado.
Calado.
As surpresas desagradáveis.

Tenho pressa! - pra ver a graça da desgraça, o choro do feliz, o sorriso do infeliz, a palavra nunca dita, o tapa nunca antes dado,
a pedra lançada...

Tenho pressa e quero com urgência! - toda a mudança de uma vida. Todo um sistema diferenciado do de antes.

Mas que amor é esse, minha gente?
Que nunca existiu e só iludiu!
Destruiu o alicerce e desfez até o projeto.
Que loucura!
Que loucura!

Tenho pressa, pra ser gente grande e nunca mais me arrepender de ter crescido.
De correr pelas ruas sem escorregar um só segundo, e nunca tropeçar nas pernas bambas
de tanta felicidade, de tanta emoção.

Ai, ai, coração, guenta!

O que se faz quando tudo que se quer ... ?

Eu quero, eu vou atrás, e vou caminhar até meus pés sangrarem.
A alma já sangra há tanto tempo... E eu continuo viva.
Quem dirá os pés, tadinhos...

Ai, ai.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pensando sobre a vida, sobre a não-vida.

O que nos faz pensar que somos tão eternos assim? E que podemos deixar de dizer o quanto amamos uma pessoa hoje apenas porque temos a certeza de que iremos vê-la amanhã?
Que certeza é essa? De onde vem e para onde vai?


Que geniozinho é esse nosso, que nos faz acreditar que sempre teremos quem amamos aqui ao nosso lado amanhã?

E que mania é essa, de acharmos que somos tão grandes, e que somos imbatíveis e que podemos ser maiores que os outros?

Que mentalidade falha, essa nossa.


A morte é a coisa mais próxima da vida.


E como já diria meu pai, ' pra morrer, basta estar vivo.' .

Não passa de uma grande verdade.


É preciso que sintamos. É necessário que entendamos de uma maneira bastante clara que não somos nada mais, nada menos, que pedaços de carne ambulantes.

Como bois e vacas, como frangos e peixes. Coisas que também tem coração,
mas que a qualquer momento podem deixar de ter.
Corações que são arrancados bruscamente por outros seres. Ou por qualquer acidente da natureza. Do meio.

Corações que deixam de bater com qualquer coisa que machuque,

qualquer coisa que rasgue, que faça sentir dor,

qualquer coisa que nos mostre - de maneira brutal - que não somos tão imbatíveis assim como pensamos.


Vivemos, respiramos e devemos amar uns aos outros. DEVEMOS, eu disse.

O mínimo que podíamos fazer uns pelos outros é isso, amar.

Essa coisa de desamor, essa coisa de coração de pedra, de alma desalmada,

essas coisas todas que estamos tão acostumados a ver nos jornais... Todo esse vexame!, toda essa desgraça assistida. Sentida.

Dolorida.


A beleza exterior é a coisa mais fútil que o ser humano tem.

Digo isso, porque sei o quão importante é o alicerce que existe dentro de cada um de nós.

O nosso gênese. Aquilo que podemos ter de belo ainda que a beleza exterior se vá.

Aquilo que cremos, falamos, lemos, estudamos, ensinamos, mostramos. O que vem de dentro pra fora.

O que importa não é o que você parece ser, sim o que é! O que você tem dentro. O que te faz ser bom de verdade.

Sua dignidade. Seu caráter. Seu amor. Sua bondade.


De que serve a vaidade, o orgulho e a arrogância se no final das contas,
somos todos de carne e osso, todos sangramos.

É o coração que faz o caráter. É o caráter que te faz ser bom ou ruim.
E o que você escolheu ? O que você cultivou e/ou anda cultivando?

Caráter, saúde, conhecimento e bom senso, isso é o que precisamos. É por isso que deveríamos lutar.
Uma luta saudável.

O nosso caráter é o que temos de indelével. Nada pode destruir.
Nem um acidente do meio. Nem nada que nos doa,
nem nada que nos rasgue,
nem nada que mude a beleza exterior. Nada pode destruir o nosso caráter!

E quando eu digo que beleza exterior é bobagem, você que está aí lendo, e que se sente bonito(a) demais, não precisa se entristecer... Mas eu quero te dizer, que é preciso enxergar com os olhos do coração.
É preciso cegar um pouco os olhos do rosto. Fechar por minutos e entender o que existe dentro. Distribuir às pessoas ao seu redor uma coisa mais segura, uma coisa além disso que está aí fora.

Os poderes dessa vida são passageiros.
A beleza, o dinheiro...

Bom, já diria Nicolas Chamfort que quem não tem caráter não é homem, é coisa.

Quando o homem se sente impotente, nesses momentos terríveis da vida,
é que pode enxergar de maneira clara e simples, o quão importante ele é,
através do caráter que ele plantou nas pessoas. Através das palavras,
dos atos, de todas essas coisas boas que um bom-caráter pode ter e doar.
Doar, sem cobrar nada em troca.
Doar. Dar-se ao outro.

Ser bom é bom, e tenho dito.
Quando os olhos fecham, as lembranças ficam.
O que você vai deixar para seus amigos, familiares e próximos é o que importa.

A alma e o coração trabalham juntos. O caráter é tudo o que você tem, e mais nada.







terça-feira, 6 de outubro de 2009

More than ever.

E quando eu falar de limão, quero que você entenda perfeitamente o meu ponto de vista.
Quero que você saiba traduzir a palavra, na fratura mais exposta que exista dela.
Ácida. Ácida. Ácida.

A palavra hoje é ácida.

Eu estou me sentindo assim, meio amarga.
Eu, que tenho tanta doçura em mim. Que carrego tanto amor no peito.

E a minha garganta que amanheceu doente hoje... Não é resfriado. Não é o tempo.
Não é nada disso.
A doença vem da alma.
Começou quando eu travei o choro. Travei na garganta e guardei.
Engoli os sapos. Engoli tudo que queria sair.

O meu português quis acabar, por hoje.
Minha alma está doente.
Meu corpo padece.
Meu coração não está transbordante.

Ácida.Desagradável. Azeda.
Que tem mau sabor.

Eu.
Hoje.
Eu, ontem.
Nunca mais.
Sempre.

Sem empatia.
Sem estímulo pro amor.
Sem incentivo pra curar, a dor.

Nada é mútuo.
Tudo se desfaz facilmente.

E eu, logo eu, que não queria ser a autora e ao mesmo tempo o principal centro.
Eu, que não queria ser a autora e a atriz.

Quero o desapego, só hoje.
Nada de outros. Só eu mesma.

Me tornei um pouco assim,
pela metade.
Fizeram isso comigo.
That's not me.

Domisteco! - grito para mim.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O sorriso do (des)conhecido

Pouco te conheço,
mas sei muito mais do que você imagina sobre você.

Posso te decifrar.
Sei a cor de seus olhos e posso até te garantir que eles me transmitem muita calmaria, além da beleza exterior.
Sei do seus sorrisos. De todos os que você dá.
Dos sorrisos com a boca entreaberta. Os outros, completos.
Já consigo saber - antes de acontecer - qual o sorriso que você vai usar para cada situação.

É estranho escrever sobre você. Na maioria das vezes eu preciso conhecer muito bem o assunto o qual eu trato... E você, quem é?
Eu quero saber.

Ontem e hoje não me satisfizeram. Não me fizeram entender quem é você por inteiro.
Te conheço um pouco só... talvez até menos que a metade.
Talvez bem menos que a metade da metade.

O pouco que conheço é suficiente pra saber que você é bom. Pra saber que sua essência é boa.
E se quer saber, bom, ahn, eu gosto de todos os sorrisos que você dá.
E falar da cor dos seus olhos seria muito clichê, então só digo que sei.

E aquele segredo, sobre o meu cheiro - era segredo? -, espero que não esqueça, espero que não me esqueça.

Temos alguns dias para darmos boas risadas, e pra te fazer sentir meu cheiro.

Te escrevo nem sei porquê. Achava que não conseguiria escrever tanto...
Te escrevo mais do que te conheço.

Hoje, no seu dia, foi agradável demais poder estar perto e contar minhas histórias,
e escutar as suas.

E sobre a menina com um piercing no septo nasal e tatuagens pelo corpo,
relaxa,
um dia, quando ela te conhecer mais,
ela vai saber que você vale à pena.
Boa sorte.

Te escrevo porque de ontem pra hoje você pareceu merecer.
Espero que mereça.
Te dedico cada letra desse texto.
Um dia quem sabe, eu possa escrever mais coisas sobre você.

Com carinho,

Rk.

domingo, 4 de outubro de 2009

Te (d)es(es)pero.

Se essa coisa de reconhecer uma alma deserta e bererê-barará existir de verdade, como o querido Caio já dizia,
bom,
devo dizer que me encaixei perfeitamente em você.
No seu eu. No meu seu. No seu meu. No nosso.
Me perdi em você.

Me vi em você, nos seus olhos, várias vezes.
E sei que você se viu nos meus. Se viu até demais - em mim.
Eu vi.
( Na verdade, não sei de nada disso. )

Essa coisa de querer, essa coisa de desejo.
Toda essa coisa, essa coisa toda.
Ai, ai.
E só de te ver, eu penso em te fazer acreditar num jeito de esquecer do resto do mundo.

Te vejo em qualquer lugar.
Mal sabia seu nome.
Prazer, o prazer é todo nosso.


Vem. Larga tudo que não te pertence.
Larga tudo que não é mais seu, que você não quer mais, e corre pra mim!
Tem um corpo te esperando,
e um coração louco pra ser acelerado por cada atitude que você tomar...por cada gesto e cada vez que o corpo for enxergado por seus olhos.


Quero que me olhe de perto - não como ontem -, e que se surpreenda cada vez que me enxergar de uma maneira diferenciada - por esses seus olhos.
Quero que se acostume com a minha presença.
Não quero escondido.
Não quero fugir. Quero ficar. Quero enxergar, sentir, cheirar, tocar.

Largue o que já passou. Descubra coisas novas comigo.
Tenho um mundo novo pra te fazer viver.
Viver, eu disse.

Quero que você venha, e só.
Mas venha logo.

Cada um tem seus processos,
e eu quero entender logo o seu.




Te espero.

Com urgência,

Rk.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Cravado.

Fazem alguns dias e meu peito sente ainda a dor, que até então, eu tinha certeza de que iria diminuir.
Você também sabe o meu endereço e o meu telefone. Eu não mudei.
Todo mundo sabe. Mas só eu que sou obrigada a saber.

Sei lá até onde isso vai dar!

Eu estava pensando em todos os envolvidos na história.
O amor de um, o carinho de outro, o desapego de um,
o tesão de outro.
A conversinha fiada de um, a conversa séria do outro.
A risada de um, o mal humor do outro.

Eu estava pensando em mudar de endereço.
Pensei em mudar todo o meu guarda-roupa.
Senti saudade.
Senti repúdio.
Senti você.

Desamor e todo o seu significado.

A hemorragia no coração, nas veias, na alma.
Sangra.
Sem parar.

Pensei em te escrever uma carta, mas minha letra não está muito bonita hoje.
Se eu te escrevesse, não sei, ... ahn, acho que você choraria de ler.
Eu escrevi tanta coisa já. Você já me leu da cabeça aos pés.

E o tesão, o amor, o desapego, a conversinha fiada, a conversa séria, o sorriso e o mal humor,
tudo isso dentro de você, saindo.
Tudo isso que me deixa confusa.
Cravei no peito um (des)afeto incrível.
Não sei nem por onde terminar, se nem comecei.

Eu deixei que você ( me ) usasse de todas as maneiras, aqueles carinhos que ( eu ) separei.
E que tocasse com todos os dedos.
Que beijasse com lábios, dentes e língua.

Eu até pensei em falar todas as coisas que querem sair pela boca,
que corroem meu coração,
que acabam com minha mente.
Pensei em te gritar umas coisas absurdas.
Pensei em enfiar a minha boca no seu ouvido esquerdo e falar alto, pra que você entendesse,
o que eu queria tanto te fazer entender.

Oh, distance has no way of making love understandable,

e agora eu só te sinto longe.
Nem te vejo mais.
Sumiu no meio da poeira que cobre o meu coração, há anos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A real resposta, sobre saudade

Sobre saudade, em resposta

Te digo que te quero sempre por perto.
Temos uma vida pela frente.
Uma cidade inteira pra caminhar com malas nas mãos.
E ônibus que nos esperem entrar e nos levem para o paraíso, para pirituba.
Eu vou até onde você quiser ir comigo.
Muitos bares nos aguardam. Muitas ressacas. Muitos colares ( meus ) te aguardam bêbada, pra serem perdidos por você pelos banheiros dos bares.
Tenho dentro de mim, uma coisa guardada (só) pra você, que se chama amor. Eu chamo de além disso.
Eu lembro de seu cheiro. Lembro do cheiro de sua casa. Lembro da polpa de maracujá. Do potinho de açucar.
Lembro das pinturas feitas por você, naquela parte de cima da sua casa. Suas artes.
Lembro dos gastos e de como tudo valeu à pena!
Dos nossos cigarros nas horas certas.
Do seu casaco rosa-roxo-não sei a cor que tinha uma flor pindurada,
que me salvou do frio naquela noite.
Lembro da minha blusa em você.

Quero muito te abraçar de novo e queimar quantos cigarros forem necessários pra nos acalmar, pra nos agitar.
Quero escutar - ao seu lado - as músicas mais legais.
Cantar na Paulista coisas que só nós sabemos cantar tão bem.
Sentir o ar fresco de São Paulo e esquecer que é cinza.
Te amar, amar, amar, amar.
E nunca mais dizer que tenho que ir.
Quero deitar na escada de Pirituba, olhar os pássaros, tomar uma água, sentir você perto, tão perto que quase me sinto dentro de você, quase te sinto dentro de mim.

Eu por você, você por mim e o mundo inteiro contra nós.

Eu só sei te amar, minha saudade.
Eu só sei te amar, minha presença.

'Você é meu sim e nunca meu não'.


Quero cantar pra você todas as músicas que nos faça feliz.
Te fazer escutar o timbre da minha voz, meio seca, e saber que você se sente transbordante, como eu me sinto.
Você é o amor ( que está em mim ), você é a minha dor, você é minha irmandade, minha divindade.
Coisas que só eu e você sabemos, minha amiga.
Tudo foi compreendido a partir do primeiro sorriso recíproco que demos.
Seu sorriso se parece com o meu.
Nossos corações são parecidos, afinal.
Nosso Deus é o mesmo.


Eu te amo e nunca vou parar. Nunca estaremos distantes.
Enquanto houver samba pra nos aquecer. Enquanto houver algo pra beber... Peça-me tudo o que quiser.

Sobre saudade, por mim e por Marcella Klimuk

Hoje enquanto eu me arrumava pra ir à minha prova de inglês,
tive a oportunidade de encontrar uma grande amiga na internet, e conversamos um pouco - embora eu já estivesse atrasada - e falamos de saudade.
Há alguns meses que eu não a vejo. E vocês devem saber que saudade dói. Aperta o peito.
Machuca, né?

E enquanto conversávamos, sentimos a sinceridade uma da outra. A necessidade. A falta que uma faz à outra...

Tive que ir. E mesmo assim não tirei da minha cabeça as coisas que havia lido, que havia escrito...
Voltei pra casa e me deparei com uma surpresa muito, muito agradável e emocionante : Um texto feito em minha homenagem, por ela.

" Sobre saudade

escutei mombojó ontem no metrô e naquele ruído intenso subterrâneo pensei na melodia boa que sua voz soou durante alguns dias em meus ouvidos. e dentro de mim bateu a saudade que dói e que me faz te amar mais ainda. num impulso te mandei uma mensagem sincera de saudade no celular e você me respondeu em dobro, sabendo o que dizer, do paraíso, da minha ausência-paulistana, do nosso amor. e no fim, você entende que são paulo me consome até o talo, que o cinza me arrasta pra longe (fisicamente), mas nossos corações estão sempre juntinhos. e toda essa pressão acadêmica e social me consome e me faz sentir falta de (te) amar, portanto isso é uma questão de fase, porque na maioria dos meus dias, vivo pra amar e vivo (te) amando.
e hoje ao falar sobre nordeste, são paulo, cinza, interior, a nossa realidade - boa e ruim-, as nossas almas que se encontraram nesse deserto, a verdadeira poesia desabando por dentro, e desabamos em lágrimas espontâneas, eu aqui, você aí. o quanto eu encontrei de mim em você e muito de você em mim. até nosso sorriso tem semelhança. algo que só nós entendemos, muito mais profundo que, a princípio, não imaginávamos.
eu quero tanto sentir seu coração batendo junto com o meu, nesses peitos loucos de amor, sabendo que o mundo inteiro está contra a gente. mas nós amamos e amamos e amamos. e não sabemos nos entregar pela metade, a gente mergulha de corpo e alma e bate a cabeça até (não) cansar.
traga seu nordeste calmo e quente pra mim. eu vou lhe ensinar a não enlouquecer nessa cidade caótica e linda ao mesmo tempo. venha absorver tudo que são paulo tem de melhor, vamos conhecer o avesso do avesso do avesso do avesso que é a própria cidade nas suas esquinas, bares e malandragens. vamos fumar nossos cigarros lá fora do bar, de pé, na calçada e respirar o ar fresco de são paulo ao anoitecer. vem viver ao meu ladinho, me socorrer dessa saudade que corrói. quero sentir o gosto de nordeste no suco de maracujá e na lasanha descongelada, sentir seu cheiro de perfumes caros e doces que você tem. escutar que esse é o nosso reino da alegria. quero dançar e gritar num show do mombojó com você e te carregar pro palco pra dançar comigo, frenetimente, pra esquecermos o mundo todo juntas.
eu quero um samba pra me aquecer, quero algo pra beber, quero você
peça tudo que quiser. quantos sambas agüentar dançar, mas não esqueça do seu trato da hora de parar, só vamos embora quando tudo terminar. eu vou te levar aonde você quer chegar, eu tenho a chave nada impede a vida acontecer. deixe-se acreditar, nada vai te acontecer. tudo pode ser, nada vai acontecer, não tema, esse é o reino da alegria. vamos viver na íntegra tudo isso. vamos sumir nessa massa cinzenta paulistana juntas. "

domingo, 20 de setembro de 2009

Três vezes Cinema Paradiso, música

Eu tenho gastura de escrever com caixa-alta.
Mas tem dias que eu sinto necessidade.Momentos. Não sei.
DEMASIADO HUMANO.
Espere. Agora eu vou escrever.

Loucamente e Freneticamente.
Não tente entender. Entenda só.
Eu preciso escrever coisas que meus dedos querem falar. Meus dedos querem gritar. E que a garganta não faz sair.
Preciso muito apagar as luzes, e deixar tudo meio sombrio, assim como está agora minh'alma. Espere, eu vou apagar as luzes.
...

Eu apaguei todas as luzes e pude sentir, dentro e fora a amargura. A dor. O amargo da dor.
Eu estava precisando ver o mundo sombrio - talvez - pra começar a perceber que tudo está realmente meio apagado.
E que a felicidade está meio sumida de mim. O amor está meio perdido. Está tudo caindo, tudo derretendo.
Eu mal consigo enxergar direito agora. É meio dolorido, sabia? Respirar e não sentir o ar entrando.
É meio vazio.
Tudo está meio vazio... E logo eu, que adoro ser transbordante.
Eu sei que você está aí, me lendo e tentando entender um pouco de mim.
Um pouco do que sou. Humana. Demasiada humana.
A dor que eu sinto no peito é a mesma que está nas pernas.
A vida me foi muito gentil até certo ponto e resolveu parar.
A música parou, e parecia que eu não tinha mais nada pra falar. Senti - em uma questão de segundos - a sensação de só falar de novo quando a música continuasse.
É a beleza da dor, do som, do amor.
É a beleza que um dia acaba. O som que uma hora acaba e o amor que nunca acabará.
Ah, eu não estou preparada, talvez.

O som meio distorcido, que se complica no caminho até o ouvido, pelos barulhos que faço enquanto derramo lágrimas e tento controlar o pouco som que sai de dentro de mim enquanto choro.
Chorar é horrível.
Eu queria mesmo era sorrir agora.
Chorar é horrível.
Obrigada - querido, - pela música deliciosa. Obrigada por ter me ajudado a chorar. Eu estava precisando.

Ontem eu vi, claramente, a dor de sentir dor. A dor do desamor. Hoje sei.
Desafeto - desafetado -, fato.
( E senti o amor - que ainda não se pode definir como amor. Mas isso é outra história... Talvez eu me complique aqui nessas palavras. Ontem foi um dia cheio de coisas. Amor e desamor. )

E uma vez eu disse que todo mundo se encolhe sob os lençóis e chora e passa os dedos pelas paredes - sentindo a tinta entrar nas unhas -, de desamor, de desafeto, de desgosto. Eu sabia, perfeitamente, do que eu estava tratando.
A música parou de novo, e foram os segundos mais angustiantes de minha vida - esses oito segundos - que passei sem escutar essa música que me faz chorar agora.
A alma está meio aliviada, embora murcha.
Se a alma sangrasse, eu estava derramando sangue pelos ralos.
Se o coração falasse, o meu estaria gritando por atenção, por um pouco só de entendimento.
Se eu pudesse, eu estaria explodindo o mundo com uma bomba.
Tudo isso faz parte de mim. Toda essa dor - quem sabe -, que eu busquei.

Eu disse pra você não dizer nada.
( Eu sei que você falou sem pensar. )

Eu não tenho medo do abismo. Eu não tenho medo de voar. Eu não tenho medo de quase-nada.
Eu tenho medo mesmo é de não saber voar algum dia. Medo de não conseguir olhar o abismo daqui de cima.
Eu tenho medo é da dor que não se pode ser sentida.
Eu tenho medo é de que a música pare de uma vez por todas e todos os sons cessem. E aí ?
Do que vale tanto tempo nesse mundo e não ter feito nada valer à pena?
Do que vale?

E essa coisa toda de desapego. Essa coisa toda de falta de/ medo de/ lógica para/ objetivo/, essas coisas todas gasturentas. Que me fazem desacreditar - por segundos - de uma vida sem lógica, mas que valha à pena.
Que me fazem, estranhamente, acreditar que realmente o que vale da vida é o que tanto lutamos para conseguir.
Estou entregue e você nem percebe.
Estou de corpo e alma nus e você - cegamente - não percebe.

Se a música algum dia parar pra aí, também vai parar pra mim.
E um dia quando menos esperarmos, nos daremos conta do que é vida.
Do que é morte.
Se a música parar pra mim, parou pra todo mundo.
Se os sons não saírem mais dos instrumentos musicais e se não forem direcionados à mim, apenas, CHEGA!, eu estarei exausta.

Abre os olhos. Abre o coração. Esquece a dor de ontem. Não me faça sentir mais dores que o normal!
Hoje eu vi o mundo sombrio. E ainda pus defeito no céu. Disse que era culpa do tempo, e que a tristeza havia chegado com a chuva. Bullshit.
A tristeza deve ter saído de mim e ido ao céu. O céu chorou por mim, que até pouco tempo atrás não conseguia derramar uma lágrima sequer.

Acho que eu não quero cair fora. Não ainda.

Desse mundo não se leva nada.

O amor é fundamental. Não sou cega, nem muda, muito menos surda.
Disso que estou falando.
Meu coração enxerga bem. Não se assuste.
Eu vejo exatamente o que se passa dentro e fora das pessoas.

Eu sei de sangue. Gosto de vísceras ( já deu pra notar ). E sou apaixonada por música.

Play me.
Pode falar.
A música parou outra vez.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Story

Escrever é tentar transmitir a dor que sufoca. É tentar entender de onde vem a dor.É tentar acolher a alma desconhecida.É tentar aliviar a dor que não se sente. Mas se vê.Escrever é deixar a alma falar e a boca fechar.Tentar entender. Tentar compreender.Juntar letras num só lugar. Juntar palavras.Escrever me acalma.A palavra é a minha paz.A palavra é o meu caos.Meu céu e o meu inferno.Raiva. Amor. Ódio. Paz. Caos. Cansaço. Tranquilidade. Alma. Corpo. Vísceras. Coração.Tudo em palavras.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Inspiração

Vem do 'não' e do 'sim'.

A minha inspiração vem do que aconteceu e do que jamais acontecerá.
Vem do que dói e corta os pulsos da alma, sem nenhum sangue jorrar.
Do que não dói e vem de fora, dos outros.

Tudo que eu escrevo, geralmente, são palavras vomitadas pelas mãos. Coisas que precisam sair.
A maneira como eu escrevo é a maneira como eu sinto.

A inspiração vem da direção contrária e da mesma direção.
Vem de quem me segue e de quem nem sabe por onde eu vou.
Do desconhecido. Do bastante conhecido.

Às vezes, sofro sem nunca ter sofrido. E amo sem nunca ter amado de verdade.
Às vezes, choro pelos dedos, pelo pedaço de papel. Outras, dou risadas em silêncio,
em cada uma ou duas palavras que desenho.
Isso!, desenhar.
Eu desenho a vida. Escrevo a vida de maneira desenhada. Desenho a vida de maneira escrita.

Minha inspiração tem vindo de dores alheias, de amores alheios,
de cortes nas almas alheias. E dos meus amores, e minhas dores.
Inspiração é o ato de sugar - o ar- as coisas pra dentro do organismo.
Expiração é o ato de por pra fora depois.

Inspiro e expiro, o tempo todo.
Respiro.

Enquanto chega ou não chega, estou pronta.
É madrugada, está tudo em silêncio.

Iluminar o espírito. Não importa ser meu ou de outrem. Iluminar o espírito.

A inspiração que vem da música.
A inspiração que vem da vida.
Da lágrima caída. Do amor não-correspondido.
Do amor mais correspondido de todos. Do sorriso dado, e do recebido.
Do dia de glória, e o de perda.
Dos pássaros. Do sol, da chuva, da lua, da noite e do dia.

'Escrever é uma salvação. Escrever é procurar entender. Escrever é abençoar uma vida que não foi abençoada' C.L


Inspire-se.

Meu português jamais acabará.


[ Dedico esse texto aos meus amigos Danilo Euzébio e Flávio Sousa, que um dia, curiosos, quiseram saber de onde surgiam tantas palavras. ]

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ghost

E nas palavras de Sam para Molly :
‘É incrível Molly! E que meu amor, fique com você.’

O verdadeiro amor sempre levamos conosco.

Corpos entrelaçados.

Eu te peço que me encontre no seu melhor momento. No melhor comportamento.
Que me encontre no seu pior.
Deixe-me pegar em sua mão e te dar o meu amor.
Deixe-me nunca desistir de apenas te dar o meu melhor.
Quero o seu melhor momento, seu melhor comportamento,
todo o seu sentimento.

Pegue suas coisas e venha até aqui fora. Venha conhecer o mundo que reservei pra você.
Esqueça seus problemas e sinta-se protegido.
Esse vai ser o nosso melhor momento.
Venha até mim. Me encontre no nosso melhor momento.

Existe alguma coisa de mim em ti.
Existe um tanto de ti em mim.
Em mim.

Eu.
Você.
Nossos corpos entrelaçados. Alma. Sentimento. Vísceras. Amor.

Você já me encontrou - e talvez esse seja o melhor momento -, não me deixe ir.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

you don't have to do it.

I never told you that you need to talk to me.
I never ever told you that you need love me.
I never said you have to treat me this way or that...

So, why are you looking at me with that face - like - who never seen me before?

Don't tell me words dry.
Don't gimme wet kisses for nothing.
There're right times for you to be dry. And you should know to be loving - with me.
I know you know. I know you know I really like you - and that shouldn't scare me.

You don't have to do it.
Feel free to share.
The door is open - and for now - the house is yours, you can live.
Don't leave me.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Desgosto.

quem teve o gosto de açucar e o gosto de limão...
sabe.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Percepção.

Estamos no caos. Vivemos nele.
Quando sairemos?, eu ainda não sei.
Quero te falar sobre uma história triste de uma menina que achava que era feliz.
Quero te contar detalhadamente a história de uma menina que pensava ser triste e era feliz,
e pensava ser feliz, quando era triste.
Uma história cheia de complicações. Uma história complicada do início ao fim.

Era uma vez uma menina.
Era uma vez um mundo.
Era uma vez uma família.
Era uma vez um sexo.
Era uma vez um amor.
Era uma vez um namoro.
Era uma vez um dia.
Era uma vez uma viagem.
Era um vez outro amor.
Era uma vez outro sexo. Masculino.
Era uma vez outro-outro sexo.
Era uma vez outra família.
Era uma vez uma religião.
Era uma vez um Deus.
Era uma vez uma amizade.
Era uma vez uma faculdade.
Era uma vez a irmandade.
Era uma vez um perfume.
Era uma vez uma música.
Era uma vez uma noite muito louca.
Era uma vez uma ressaca.
Era uma vez o quarto 534.
Era uma vez o choro.
Era uma vez um sorriso.
Era uma vez um aconchego.
Era uma vez o caos.
Era uma vez um desconhecido.
Era uma vez o que tiver que ser será.

Era uma vez uma história,
sem início, meio ou fim.

Alguém havia percebido - antes de ler esse texto - o quão chato é esse lance de 'era uma vez...'?

Tá sendo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

welcome home, september.

Seja muito bem-vindo, lindo setembro.
Seja muito bem-vindo com seu jeitinho equinócio... suas primaveras doces.
Espero de você noites diferentes...
Espero dias diferentes.
Te aguardei tão ansiosa, Setembro!
Você chegou, você chegou!

Olá, primavera. Te espero no dia 22.
Quero ver as suas flores desabrocharem. Quero sentir o cheiro que só você sabe dar ao mundo.
As flores mais bonitas te pertencem, primavera.
Quero todas as margaridas pra mim. Quero todas as rosas, e todos os girassóis .
Bougainvillea é uma flor. Mas esse nome nem usam pra ela. O nome que usam é primavera.
Ela é tão linda quanto você, primavera.

E toda essa história de que na primavera o nordeste permanece na seca é mentira.
Digo,
é muita mentira!
Todos nós aguardamos tanto você, querida primavera.
Ficamos cheios de amor, e o amor é meio molhado até... cheio de beijos e cheio de banhos de mar.
Ah, o amor é tão primaveril.

Agosto, o mês do desgosto, foi-se.

Te recebo de braços abertos, Setembro.
Te recebo de coração rasgado e de alma limpa.

A minha madrugada, saindo do dia 31 de agosto, e entrando em 1 de setembro já mostrou o quanto é doce.
Ah, setembro...


Espero ansiosamente pelo dia 22.

Me faça mais doce. Me faça melhor, Setembrinho.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Cartazes te procurando.

Saiba que eu gosto muito de você. Aqui, alí, aí, ou onde você estiver.
Onde eu estiver.
Te levo no coração,
e quando você chora, eu sinto o meu coração também com lágrimas.
Por isso que te quero feliz,
por isso que te quero com o coração manso, porquê assim o meu também vai estar.

Por isso te quero sorrindo, porquê mesmo aqui, vejo a luz do seu sorriso.

Eu peço aos céus que te cubram de proteção. Peço à Deus que te ilumine os caminhos.
E eu morro de inveja do sol daí - que por ironia da vida é o mesmo daqui - que pode te aquecer.

O vento que te toca, o ar que você respira.
Eu estou no mundo, abre a janela e me deixa entrar com a calmaria do vento.
Me sente daí.
Me abraça nos sonhos.

Sente a paz que existe dentro de mim. Faço questão de te dar,
a minha paz, o meu sorriso, o meu carinho e tudo que existir de bom em mim.

Se sente feliz.
Sente o abraço.

E se tivermos a sorte,
a sorte de uns dias tranquilos...
Ah, se tivermos essa bendita sorte...
Te faço sentir o meu cheiro.
Te faço ouvir a minha voz ao pé do seu ouvido, repetindo que tudo está bem, que tudo está bem.

Pinto até os lábios pra poder escrever a minha boca em você.

C.F

"Não, não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto - se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto, mas se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada.
Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia, e mesmo assim insisto - meus gestos e palavras são magrinhos como eu, e tão morenos que, esboçados à sombra, mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo,
meus passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que a brisa da tardezinha."


Ele escreveu pensando em mim. Me descreveu.

Vai ser bem melhor.

Ontem pude perceber o quanto estou ligada à isso tudo.
Enquanto eu pensava num jeito de as coisas voltarem a dar certo,
me subia à cabeça aquele pensamento - direto do coração - dizendo algo como 'calma alma minha, calminha, que tudo vai ficar certinho.'

Mas o desespero e o desânimo já haviam me pego de jeito, e isso me fez mal. Me fez mal pensar que não iria te abraçar no more, no more.
Um mal que me fazia chorar com o coração e com os olhos.

Eu me sinto melhor agora, que sei que as coisas realmente voltaram a dar certo.
Estamos nesse meio-tempo, separados, cada um de um lado do mundo,
vivendo coisas completamente diferentes, sofrendo as mesmas tentações, tentando sempre lembrar
de coisas que nos fazem seguir em frente, embora às vezes elas saiam de nossa mente...

Vagamos pelo mundo por muito tempo, e agora encontramos um lugar perfeito pra ficarmos 'parados'.
E ainda bem que os nossos caminhos se cruzaram. Ainda bem!
Hoje, eu já não sei mais como faria pra seguir essa caminhada se não existisse uma motivação tão grande como você é pra mim.

E ontem, pouco antes de recebeer as boas novas, eu havia sofrido e sentido muito - e eu nem imaginava que poderia causar tamanho efeito em mim, isso tudo - e só então pude perceber o quão importante é você.

Boas novas divinas,

não podia ser diferente.


Cedo ou tarde, tenho a certeza.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

contraste

"...e seu coração disse para sua cabeça, vá, e sua cabeça disse pra sua coragem, vou, e sua coragem respondeu, vou nada..."

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

chorando em silêncio.

mandei uma assim :

'preciso viver, mas preciso primeiro me sentir viva por dentro... e sinceramente?, estou morta.'

e fiquei em silêncio. encolhida sobre os meus lençois, chorando a minha própria morte ainda em vida.
aliás, eu tenho essa mania de chorar precipitadamente.
mas dessa vez, bom, eu realmente me senti morta.

e é muito triste mesmo.
e eu não sei de onde tiro essas coisas...eu devo ser mesmo muito triste por dentro.
ou finjo muito bem, e acabo acreditando no que eu finjo.

- que dúvida, né?

- né?

-é...

- pois é, muito triste. ( como tudo em minha vida )

e recebi uma assim:


' tenho sentido bastante essa sua ausência. te amo, filha'

pior,
foi pior.

chorei ainda mais a minha morte em vida - por dentro, claro - e fiquei meio pensativa.
sobre desde quando nascemos e desde quando começamos a morrer.


olha,

eu curto viver.

pensei uma assim :

' que tal não existir ausência? que tal me deixar morar DENTRO de você? que tal?
nem me sinto mais em seu coração... nem isso mais.'


mas fiquei quieta.