sábado, 15 de maio de 2010

Urgente!

Não pare mais nunca de dançar. E faça com que todos ao seu redor notem como a música te faz viver.
Mexa-se no mesmo ritmo da música e dance, de verdade, como se ninguém estivesse te olhando.
Sinta a música entrando em cada um dos seus poros.
As vibrações musicais vão entrar e mexer com tudo que existe dentro e fora.
Pode observar, todos estão frenéticos. Todos estão felizes. Não é a droga. Não é nada disso. É a realidade que poucos conseguem enxergar.
A paz musical no ar. O amor de cada um triplicado, misturado, em contato com a natureza, com o sol, com a grama.

A música te faz sentir vivo. E não, não é pra ser escutada, é pra ser sentida.
Sinta, sinta, sinta.

Estou com saudade disso, urgente!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tic-tac.

O tempo não para, já dizia o poeta. Os milênios que passaram, e os centenários dos nossos antepassados, que hoje, são apenas ossos numa catacumba.
Tic-tac, tic-tac. Nasci há poucos dias, mas já tenho duas décadas. Duas décadas de luta, a cada respiração, a toda inspiração.
O relógio, bom, ele foi a única coisa em toda minha vida que nunca parou.
Anos e mais anos,e pra morrer basta estar vivo.
Nada acabaria - por hoje - durante a minha vida, não fossem os segundos que insistem em passar sem parar, e se acabam. E começam outra vez.
Pra sempre o mundo gira junto com os ponteiros do relógio de parede que fica na cozinha de Maria.
A pergunta é : Quem disse que o tempo não pode parar e inventou esse lance de infinito?
Tempo é relativo e digo porque sei que a intensidade de cada momento vivido é o que importa.
Posso morrer em cinco minutos e viver muito em apenas dois.
Estar vivo é como ter dentro de você, no íntimo do ser, no âmago, todos os relógios do mundo.
Viver é a arte de transformar segundos em horas, horas em anos.
Intensidade sempre aqui, alí, no mundo. Em ti, em mim.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Estações.

É interessante essa coisa de sentimento, né?
Tem gente que sente demais, já outros quase não conseguem compreender bulhufas nenhuma quando o assunto é esse.
Tem gente que acredita até que amar é só um sentimento, único.

Ontem eu pude perceber - vivi - a maneira de como o amor é abrangente. Isso mesmo! O amor é um dos sentimentos que mais envolvem outros sentimentos.
Parece que faz tudo parte do mesmo pacote : compre um e leve vinte.
A vida é uma promoção absurda.

Amor dá raiva, dá aflição, dá angústia, saudade, desapego, apego, humor, alegria, tristeza, ódio, rancor, e passa e fica e vai e volta.
Amor é uma loucura e só quem é louco de amor sabe mais do que qualquer outra pessoa no mundo.
Tristes são os que sofrem de amor, porque sabem o que é amar.
Felizes os que sorriem por amor, porque vivem a melhor parte dele.
Ah, esse tal de amor.

O amor é além de uma decisão, uma disposição mental. Você não escolhe demais.

Quando você menos espera, ele te pega, te envolve, te enlouquece, te aquece.
E você, que um dia era desacreditado, recebe as boas-vindas de quem já passou por isso.
É uma coisa meio ensaiada no mundo inteiro. Quem já amou, sabe.
No início, um amor de rosas. No meio, uma piscina parada com rosas,
no fim, bom... no fim parece um esgoto cheio de defuntos e rosas.

As coisas vão morrendo no amor, pouco a pouco. E se desfazem e começam a feder.
O cheiro do amor é muito bom no início, e no fim, fétido.

Mas eu já disse,
vai e volta.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Voltando.

Aos 10 anos de idade - sim, bem pequena - eu escrevia coisas bobas nas folhas da minha agenda escolar. Às vezes eu até arrancava as folhas e colocava junto com as minhas barbies em cima do meu guarda-roupa, pra que ninguém nunca pegasse pra ler.
Afinal de contas, as coisas escritas eram minhas e bastante pessoais. Tão pessoais que nem me lembro mais.
Sempre fiz essas coisas... meu incentivo se renovava a cada aniversário, 30 de novembro, quando eu sempre ganhava um conjunto de 'escolinha' da mesma tia.
Tia Ilma sempre me presenteava com um potinho que vinha réguas de várias formas, vários lápis e canetas, borrachas em forma de urinhos e sapinhos e todos esses bichinhos, e um caderninho em branco onde eu podia desenhar o que eu quisesse. Eu sempre preferi desenhar poesias. Sempre gostei de frases impactantes. Sempre achei muito bonito, a forma como as palavras ficavam bem mais bonitas com a minha mão esquerda. Sim, sou canhota. A minha tia é formada em jornalismo, frustrada. Nunca exerceu.
Eu sempre escrevia umas coisas bem bobas. Inventava amores platônicos. Inventava um monte de coisas. Até que um dia eu não precisei mais inventar.
As coisas aconteciam e eu costumava passá-las pro papel - e eu já não ganhava mais o kit escolar da minha tia -, em qualquer papel eu escrevia tudo o que ia acontecendo, meio que de uma maneira frenética. Isso sempre me aliviou bastante, isso sempre me fez sentir bem.
Um dia, lembro que eu estava sentada na porta do meu colégio esperando o meu pai ir me buscar e comecei a escrever no fundo do meu caderno alguns pensamentos meus, sobre o que estava acontecendo dentro e fora de mim, e a Carol, minha amiguinha de classe, leu tudo o que eu escrevi, eu havia escrito em uma folha inteira de caderno um monte de coisas, e no final, ficou até 'de arrepiar', e ela me disse : " Como você consegue escrever tão rápido tanta coisa tão louca e que no fim faz muito sentido?"
E eu não sabia que isso era verdade, mas depois que ela me falou, eu comecei a reler tudo o que havia escrito, e me dei conta de que realmente as coisas estavam postas no papel, assim como existiam dentro e fora de mim.

Criei paixão pela coisa.
Nunca mais eu consegui parar de escrever. Eu tinha duas agendas grossas de tanto que eu escrevia.
E fui sendo assim... tudo o que me doía, tudo o que me amava, tudo o que eu amava, tudo o que eu chorava, tudo o que eu ria, tudo o que eu beijava, tudo que eu tocava, tudo o que me fazia ter uma vontade incontrolável de escrever até os dedos doerem.
Fui sendo assim.
Um dia, quando estava passando por um dos momentos mais difíceis da minha vida, na separação dos meus pais, eu notei que as minhas melhores companhias eram essas : uma caneta, uma folha em branco e uma luz pra que eu pudesse ver tudo o que acontecia quando eu deixava que as minhas mãos falassem por mim.

Um dia descobri o amor, e lembro do prazer que habitava em mim, quando vez ou outra, ele dormia e eu tinha a chance de escrever olhando pra ele, parecendo um anjo dormindo.
Lembro de muitas coisas, dessa vida rara.

Aí, eu fui ficando moderna, e fui começando a escrever algumas coisas no meu e-mail e salvando nos rascunhos.
Aí, pouco tempo atrás alguém me disse sobre 'fazer um blog' e eu gostei da idéia.
A vida foi me ensinando a ser um pouco menos envergonhada, e fui começando a gostar da idéia de expor os meus sentimentos, e de desenhar não só pra mim, mas pra quem quiser decifrar as palavras que escrevo com tanta dedicação como um desenho rabiscado de uma criança com 10 anos.

Hoje, com vinte poucos anos de idade, eu falo sobre saudade, falo sobre amor, e desamor. Falo sobre solidão, sobre noites vazias, sobre rotina e sobre paixões.
Falo sobre beleza, sobre bares.
Falo de tudo que me faz pulsar. Eu gosto desse lance, apesar dos pesares.

Estou me sentindo vazia há meses... e só hoje eu percebi que o que alimenta a minha felicidade é escrever, e com a minha atual mudança de cidade esqueci um pouco disso tudo.
Tive que cuidar de coisas bem mais sérias. Comecei a trabalhar e estou estudando muito.
Mas ok, é hora de voltar a ter muita felicidade desenhada, mesmo que eu esteja falando sobre tristeza.

Hoje, oficialmente, devo dizer a todos vocês que me acompanham durante algum tempo, que eu voltarei a escrever com frequência.

Nada cura a minha alma como um bom som, e palavras escritas por mim.

Dou-me as boas-vindas.
Sejam bem-vindos, mais uma vez, ao meu mundo em palavras.

Um pouco de bossa nova.

Hoje, quando eu acordei, senti o frio começando nos pés que estavam menos cobertos que todo o resto do corpo.
E realmente fazia frio, do lado de fora, e dentro de mim.

Durante muito tempo mantive aquecida a minha alma, e eu vivia reconstruindo-a.
Há pouco mais de três semanas me dei conta de que nessa obra eu não trabalho mais... Não me pergunte nada, sei pouco sobre mim.
Só sei que muito amei, chorei, abracei, soltei.
E bossa nova fala assim : Mesmo a tristeza da gente era mais bela. E alí se via da janela um pontinho de céu e o redentor. É meu amigo, só resta uma certeza : é preciso acabar com essa tristeza. É preciso inventar de novo o amor.

Perdi nas gavetas velhas da minha antiga casa, daquele móvel que não me pertence mais, a receita, escrita em algumas poucas folhas, rabiscos sobre o amor.
Perdi tudo o que sabia sobre o amor. Da mistura que se fazia necessária.