quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Uma carta para alguém

Olha você,
eu não sei aonde te dói, nem o que te dói, muito menos por quê dói. Mas vou te falar que de dor eu entendo.
De dor interna, aquela que destrói com todo o resto do corpo. A dor do coração, da alma.
Essa é a pior.
Hoje eu decidi que iria escrever pra você. Pensei em tantas coisas, quis me imaginar no futuro, doendo como agora.
E como doeu...
É que no futuro as coisas parecem um pouco mais brutais, assim, sem pena.
Como se a idade fosse parte do contrato de vida : Art.4 Quem tiver acima de vinte anos merece sentir as dores de uma vez. Sem sedativos. Doa a quem doer.
A vida é sem dó.
Nem piedade. Nem porra nenhuma.

A vida dói na gente, como se fosse pra descontar a raiva por estar viva. Sacanagem.

Em forma de amor, em forma de desamor, em forma de faca, de revólver, em forma de distância, em forma de saudade. A vida dói pra caralho e ninguém faz nada.
Mas também, né? Quem poderia fazer alguma coisa?
Dói na hora do parto e dói na hora do velório. É assim e sempre vai ser. Não há o que mudar nem como mudar.
A vida é deixar ser como será.
Mas que dói, dói.

Hoje eu resolvi escrever essa carta pra você, e vou direto ao ponto... me falaram que você é bom em massagear coração e alma. Isso é fato ou ficção?
Quem é você? Ah vá...
Aguardo respostas.

Amor,
Eu.