quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O amor é uma palhaçada.

Acho engraçado o amor. As pessoas um dia acordam e dizem " Sou feliz por ter você em minha vida. Eu te amo."
Num outro segundo, as pessoas acordam e dizem " Acabou! Quero ver quem é quem me segura agora."

Num segundo querem casar e ter mil filhos. No outro, ignorariam os filhos durante a separação, e brigariam loucamente pela divisão de bens.

Num segundo, são declarações sem fim de amor. No outro, de ódio.

Nunca vi pessoas tão afetadas psicologicamente nos términos de relacionamentos como tenho visto depois dessa onda de redes sociais.

Quando você troca de "Casado" para "Solteiro" muita gente vibra de felicidade, muita gente de tristeza. Quando você troca de " Solteiro " para "Namorando" muita gente que nem te achava interessante passa a te enxergar com outros olhos e a fazer pé-de-guerra meio que "silenciosamente" com comentários indecentes nas suas fotos e até mesmo recadinhos com amor-demais-pra-quem-não-te-notava.

As pessoas passam anos namorando e sendo infelizes, porque a dor de trocar o status na rede social é maior do que a de realmente acabar o relacionamento.

Existem aqueles que são casados e fingem não ser, achando que ganham alguma coisa com isso. No máximo uma gravidez fora do casamento, ou um dia, a mulher entra com a senha do fulano e pega um monte de mensagens secretas das vagabundas que ele dava corda.

As redes sociais e o amor andam juntos e separam. Separam mesmo.

Tem neguinho botando fé em declarações públicas, onde o amor está estampado numa foto colorida ou até p&b.
Tem neguinha pirraçando mulher dos outros por aí, colocando fotos safadas e aproveitando a data de aniversário pra dar aquela indireta do " Nunca mais nos vimos... saudade!"

Tem gente que adora pirraçar, e a coisa mais fácil do mundo é fazer isso através de uma rede social. Você escreve e joga na rede! Se fulaninho-que-não-gosta-muito-de-você fizer parte da sua lista de amigos, melhor ainda, porquê aí aquela ofensa vai diretamente para ele. Se não fizer, você desbloqueia o seu feed de notícias e aí vai dar um jeito de fisgar quem você quer que leia. Ou veja.
Porque é assim. As pessoas enchem de fotos felizes. E mentem.

Acho engraçado mesmo, o amor. Num dia, o menino deixa no mural da menina " Eu te amo, minha princesa!"
No outro, ele muda " Fulaninho agora está solteiro" e enquanto seus amigos cheios de virilidade deixam recados do tipo " É nóis que voa, bruxão!"
ou " Ninguém segura nóis, fiiiii! ", e todas essas coisas estúpidas que parecem ser legais quando se está na merda, ele se sente o máximo, e até aparenta estar bem, mas ok.

A menina por sua vez, recebe recadinhos lindos e com uma pitada de veneno de suas amigas desiludidas, do tipo " "Eu te amo, tu me amas, ele não te ama, nós não ligamos, vós levantais a cabeça, eles que se danem" ( desculpa, mas esse aqui foi o último exemplo que tive, daí não pensei em outra coisa ) e qualquer coisa banal que, no momento, parece essencial.

E enquanto se separam, discutem de forma séria e cruel, muito cruel mesmo : a maldita mudança no status.

Entre a dor da separação e a incerteza do amor, a maior dúvida agora é : " você vai mudar o seu status no facebook?... Não... porque se você for fazer isso hoje já, me avisa, que daí eu também já tiro..."

E assim seguem os namoros nos dias de hoje. Alguns, como eu, na tentativa de unir o útil ao agradável - sim, é muito mais agradável quando você tem uma única conta de facebook, fica mais fácil de administrar a cara de pau das pessoas, e você consegue evitar um pouco ( mas bem pouco mesmo ) daquelas pessoas que SÓ QUEREM acompanhar o seu relacionamento bem de perto - fazem uma conta só para o casal. É tipo um namoro dentro de um reality show, onde tem aqueles que torcem, aqueles que torcem contra e aqueles que simplesmente querem fuçar, analisar, dar pitaco pro além. Quem pode com uma coisa dessas, minha gente? Já não bastava os vizinhos, os colegas de trabalho, os irmãos das igrejas, a própria família, agora inventaram essa droga! Rede social fode com a vida de um. Ou dois. Ou milhões. Mas que fode, fode.

Olha, o amor já era engraçado antigamente, com suas pitadas de desgraça. Mas vou te contar, viu, depois das redes sociais, o amor anda uma palhaçada.

domingo, 10 de abril de 2011

Eu não posso me expressar nem aqui!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Conversa distante.

Distantes, conversavam vagamente :
- Acho que isso é história! Você tá amando sim.
- Acha?
- Ahan. Só que você está mais velha... tá amando de uma maneira diferente.
- Se ficar mais velha significa amar assim... pra mim chega! Não quero mais fazer aniversários! Chega!
- Calma, é só uma hipótese.



Naquela mesma tarde, se matou.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

die another day

tenho sentido uma vontade de desaparecer do mundo, todos os dias.
uma vontade que deve ser parecida com a do meu último amigo que resolveu morrer.
mas ao mesmo tempo, tenho medo da morte. tenho medo da dor.
e me questiono : que dor seria pior ? a de agora, ou a que iria sofrer minutos antes de parar de senti-la ?
eu queria uma morte silenciosa, sem muita dor, sem muita aflição.
pensei em veneno. alguma coisa que matasse sem muita dor.

penso em morrer todos os dias, desde o momento em que acordo, até o momento que volto a dormir.
eu imagino a dor que iria causar nos amigos que vivos permaneceriam.
imagino a dor que causaria nos meus pais. talvez não tanto na minha mãe.
eu deixaria vivo e só o homem da minha vida.
eu deixaria sobrinhos e cunhados.
deixaria uma madrasta e um irmão mais novo.

mas eu deixaria também a minha dor silenciosa que fnijo não ter todos os dias.
ao mesmo tempo quero morrer, ao mesmo tempo quero viver.

agora, nesse exato momento,

quero muito morrer.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

talk a lot

foram muito mais do que seis mil cento e sessenta e oito palavras.
muito mais.
você nem sabe o quanto já falamos.

nada fizemos.

Palavras de um autor desconhecido.

Estou meio pálida.
Às vezes me sinto um pouco dormente. Como se houvesse uma anestesia louca circulando pelas veias do meu corpo.
Resolvi nomear as coisas que escrevo por ' devaneios ', e assim vou escrevendo.
Hoje eu decidi que falaria um pouco sobre as coisas que tenho prazer de fazer/sentir/ver na vida.
Eu poderia começar isso falando sobre o óbvio, mas não gosto de coisas óbvias.
Um dos meus maiores prazeres é esse : coisas bem-pouco-óbvias.
Uma coisa que eu não gosto é a parte não-óbvia que é chata. Por exemplo, uma traição. Seja ela de onde vier. Traição não é uma coisa óbvia, e por mais que saibamos que não devemos confiar nas pessoas, essa é a minha maior fraqueza, eu confio. Então pra mim, traição é uma coisa bastante não-óbvia. E essa é a parte que eu não gosto.
Mas fora isso, acho que curto todas as outras coisas não-óbvias.

Eu curto o barulho que as páginas das revistas fazem quando são passadas uma por uma.
Gosto do silêncio que se tem depois do almoço na casa dos avós, e da voz mansa e serena que a vó tem enquanto conta coisas do passado.

Eu gosto do prazer que sinto quando minha bexiga está se esvaziando. E dependendo do tempo que ela esteve cheia, parece que alguns pensamentos negativos vão pra descarga junto com meu xixi.

Gosto muito da brisa do mar pela madrugada batendo no rosto, no corpo. Eu gosto de ficar chapada e sentir os poros bem mais sensíveis.

Eu gosto do som ensurdecedor que as cigarras fazem quando vai chegando umas 16h. Não sei, mas sinto como se fosse necessário aquele barulho pra me tirar o som do mundo ao meu redor.

Eu gosto muito de escutar explicações. Principalmente quando elas são do meu interesse. Gente se desculpando, gente tentando ser melhor.

Tenho um prazer imenso de estalar os dedos das mãos como se estivesse quebrando os ossos.

Gosto de enfiar as mãos em sacos gigantes de grãos na feira. A sensação dos grãos passando entre os dedos é deliciosa.

Morro de prazer quando enfiam os dedos na minha nuca e puxam o meu cabelo de leve, num ato de carinho.

Eu gosto de coisas auto-explicativas também.

Gosto de abacaxi, a fruta.
Maracujá, o suco.
Melancia, a fruta e o suco.

Gosto de pintar os olhos com todas as cores da aquarela.

Acho maravilhoso acordar de madrugada e ter o amor ao lado. Dar um beijinho, fazer um carinho, e voltar a dormir, tranquilo, em paz.


Eu prefiro mil vezes a palavra 'orar' do que a palavra 'rezar'.

Gosto de lavar os pés antes de dormir, mesmo que tenha acabado de tomar banho.

O cheiro do natal é um cheiro que só eu e um outro amigo meu sabemos. Só e eu ele entendemos. Tenho prazer de sair pelas ruas e sentir esse cheiro.

Gosto do cheiro do cigarro quando usam um fósforo para acendê-lo. Só o primeiro cheiro.

É bom quando vejo um flanelinha se 'benzendo' ao receber meros cinco centavos no sinal.

Gosto de comer batatas fritas com mostarda.

Durmo pelada. Roupas me incomodam. Sempre. Mas na maioria das vezes preciso estar vestida.

Eu gosto da combinação de ' life sucks'. Sei lá, são palavras que parece que foram feitas uma pra outra, elas são perfeitamente cheias de sintonia.

Gosto de números pares.

Novembro é e sempre será o mês mais doce de todos. E não, não se trata do filme... apenas.

Eu gosto dos cheiros. Cheiros das pessoas. Sem perfume.
Pele.
Carne.
Não gosto de sangue.
Não gosto de sujeira.

Gosto de mendigos sábios.

Fora de casa eu prefiro os sabonetes líquidos.

( Me identifico com esse texto )

Devaneio, um.

Eu,
eu sou,
eu sou um,
eu sou dois,
ou até três.
Mas sou.
Sou o amor. Em carne.
Sem osso.
Eu sou o amor,
e a sombra,
da sombra.
Sou o equilíbrio. O caos.
Eu sou.
Eu.