quinta-feira, 25 de junho de 2009

homesick

tem mais gente querendo cuidar das extremidades - do seu corpo - do que se imagina. e eu estava tentando cuidar só do estômago. ( pra não vomitar, ali. )
é uma mistura de maracatu e rock.
fico olhando aquela mãe desnaturada, com o filho inseguro aos braços. e eu fico olhando a chuva cair e ver a desgraça e a graça que causa.
deve existir alguma coisa que explique as bençãos e as maldições da água.
dilúvio e seca. coisas que tratam da mesma coisa, mas de maneira completamente diferente : abundância e escassez; sobra de/ falta de.
viva muito. guarde dez anos para lembrar.

informações alucinantes. pessoas preocupantes. coisas que nos destroem, que nos preocupam, que nos fazem acreditar na felicidade, e que nos fazem entender a tristeza.
são coisas assim, que nos deixam malucos por minutos.
minha vontade era de pegar aquela criança nos meus braços e trazer pra minha casa,
e dar minha vida. o melhor de mim.
mas eu sabia que não podia. quem era eu? quem era eu? EU ?
desejei ser tudo, naquela hora.
disse : eu sei o quanto a vida pode ser cruel pra você, minha senhora, eu sei. imagino o quanto seja difícil. mas lute, vá em frente... seja forte e confie.

a minha vontade era de ser poética e dizer : não se entregue à tempestade.
quis tanto dar um abrigo.
quis tanto.

ai, ai. são coisas assim, que nos fazem sofrer por minutos, horas... dias.

tenho vontade de soltar coisas que nem sejam necessárias, mas que acalmem.
quero o céu nas mãos.

uma vida inteira numa prisão e não fazer amigos?
eu não sei o que está acontecendo.
devo pedir desculpas ou por favor?

queria eu conseguir enxergar só o que quisesse ver.
normalmente não imploro por ajuda... ( me ajude, por favor. nos ajude.) eu confio nos meus próprios olhos para ver,
mas agora eles não têm sentido para mim.

tem gente que sente saudade de casa sem ter - casa - e morre de vontade de um dia voltar.
um lugar quente e aquecido. é como o coração...

eu sei que os sons estão meio distorcidos ( como no amor ),
mas eu não consigo parar de ouvir aquele som,
entre tanta confusão, entre tanta coisa ruim e boa contrastando... ah, é um tipo de caos calmo,
onde eu não consigo parar de ouvir... são vozes lindas, macias,
que me dizem coisas doces, como... bom, como ' escute esse som, faça as pessoas ao seu redor escutarem. você é o amor, e você pode guiar. esse é o seu destino.'

escuto, guio,
e amo.

e vejo uma luz, sempre, eu sempre vejo uma luz no final do túnel.
consegue ver?
vem,
vou te mostrar...
alí............................. a luz.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

with or without

viver.
com ou sem.
eu falei viver.
amor e desgraça.
graça e paz. ...................penso, penso........... paz e amor no coração das pessoas ruins.
que haja transformação. no coração. revelação.
..................................................................................................................................
que respiração profunda.
observe os batimentos cardíacos de quem tá perto. sinta pulsar. pulse junto.

viver com ou sem, sem ou com, cor.
........................................................... eu,
....bom, eu quase não consigo mais falar nada...............................................................


ser feliz,
bom,
ser feliz tem ocupado bastante o meu tempo.

felicidade, feliz idade.

........................................................ felicidade.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

frágil.

a carne não é nada comparada à essência.
eu estava pensando em quantas pessoas amadas já se foram. em quantas pessoas especiais já foram embora de perto de mim ( aparentemente, pra sempre ).
estava pensando em como a vida é frágil. e como dói quando perdemos pessoas tão queridas.
eu sei que dói. não tem nem um ano e já se foram muitas pessoas especiais.
eu fico tentando encontrar uma lógica nesse tipo de coisa, mas não encontro. o que acontece é que começo a pensar, pensar, pensar e não encontro resposta nenhuma pra nada.
mas sei de coisas que talvez só eu saiba. talvez.

e como a vida é frágil... eu sei. cansei de saber!

nessas horas eu lembro como é que podemos ainda viver numa guerra de mundos tão grande assim? somos todos iguais no fim das contas. todos rimos, todo choramos, e no final, todos sangramos.
o coração resolve parar, uma hora. ele pára. e a gente continua dentro dos outros.
dá pra entender? entende...
estamos aqui, conversando, respirando, rindo, e vamos indo e vindo, e um dia vamos, sem voltar.
a pior parte é essa.
eu sei da essência das pessoas que fazem de alguma maneira parte dos meus. os meus.
a vida não poderia ser mais frágil.

i remember. i'll always remember.

o corpo foi, a essência está aqui.
eu lembro de coisas lindas. de coisas de amor, de coisas boas que saiam de dentro pra fora,
eu lembro de cada riso... de cada olhar. lembro de coisas assim, que nos fazem amar a essência.

as almas. eu não entendo,
eu sei que,
...

parece que o ar está mais puro, hoje.

"Eu Carrego seu coração comigo (Eu o carrego no meu coração).Eu nunca estou sem ele"

Disse Cummings num dos seus poemas.

E continua : "(Você é a raiz da raiz, e o botão do botão, e o céu do céu de uma árvore chamada vida; que cresce mais alta do que a alma pode esperar, ou a mente pode esconder.Este é o milagre que distancia as estrelas,
Eu Carrego seu coração(carrego no meu coração)"

Ah Cummings - ele deveria entender bem sobre carregar coisas no coração - , maravilhoso!
Falando em estrelas, Ah!, como eu gosto de olhar pra elas e imaginar cada um desses me olhando, me guiando... me trazendo paz. Como eu gosto!
Minhas estrelinhas.

A essência de todas as pessoas especiais permanece. Ninguém morre quando é especial.
Eu tenho uma lista de imortais.

os lugares parecem os mesmos, e nós somos a única diferença.

mas eu lembro que o cheiro era de natal. era um cheiro assim, daqueles pinheiros, com comidas gostosas sendo preparadas em toda a cidade.
a razão principal era estar alí. daquela maneira.
eu me pergunto todos os dias o que eu estou fazendo aqui, tentando encontrar um momento, só um momento em que eu me retire daqui, sem precisar mexer os pés desse chão que piso agora.
eu sinto tanta saudade daqueles tempos.
eu acredito em várias coisas. acredito em vários sons diferentes e tenho nostalgia com vários cheiros.
então, eu tento perder um pouco a minha cabeça do meu corpo, pra que a mente vá atrás do que eu quero sentir, ver e cheirar.
e às vezes - bem raramente - eu alcanço as nuvens que desejei.
eu acredito em várias coisas. em opções.

eu, então, fico feliz, só de lembrar que UMA coisa, uma única coisa pode me satisfazer nessa vida.
sou cheia. eu disse cheia... de amor pelo corpo.
tenho vontade de me pintar, dos pés à cabeça com palavras repetidas de amor.
e vou.

sou dessas, que enfia as mãos num saco de grãos só pra sentir a sensação gostosa de cada um deles passando por entre os dedos.
eu sou dessas que fica sem tomar banho o resto do dia quando algum cheiro permanece pelo corpo e não se quer esquecer.
sou dessas que relembra a vida por cheiros.

sou pouco sonhadora. eu vivo.
vivo como um copo de água gelada na frente de um sedento.
é a vida.
existem várias visões, várias opções... eu escolhi viver.
e amar, como não?!

terça-feira, 9 de junho de 2009

amoramoramor,amar.

e ninguém dirá que não valeu a pena. ninguém dirá que foi pouco, ou que é pouco.
não existe amor maior que esse (o seu, por você mesmo, o seu, pelo espelho que te reflete, o seu, pelo coração que te faz pulsar, o que está dentro de você. o próprio. ele mesmo ). as decepções podem existir, sim. as pessoas podem decepcionar umas às outras. e o céu pode um dia parecer não tão bonito assim. a chuva pode até não trazer aquela magia que ela sempre costuma trazer.
e o sol, ah, o sol pode não fazer tão bem assim como dizem, ou tão mal, quem sabe. (filtro solar)
mas de uma coisa fique certa, amor, não poderá dizer que não valeu a pena.
e digo isso porque sei. digo porque vivo e sei. diferentemente de muitos que vivem cegamente.
sei do caos. sei do inferno e sei do paraíso.
conheço, conheço detalhadamente as portas dessa casa, sei pra onde me levarão, e sei pra onde jamais serei levada.
ah, as portas dessa casa são traiçoeiras. a sala dessa casa, na verdade é uma cozinha, onde cozinham porcos para o almoço.
a minha casa é o mundo, e é dele que estou falando agora.
conheço bem a varanda dessa casa. sei o que existe nessa vista. é só olhar atentamente e também irás enxergar.
eu conheço bem. muito bem!
existem sim, alguns cômodos que podem ser desconhecidos... mas eu não vou ter medo de conhecê-los.
quero viver intensamente, intensamente.
nessa casa escuta-se de tudo. nessa casa se vê de tudo. você que escolhe o que quer escutar,
você quem escolhe o momento certo para fechar os olhos.
pode ser terror, e pode ser comédia. o que importa, meu bem, é como você quer enfrentar.
mas ninguém dirá, ninguém do bem dirá, que não valeu a pena.
eu já disse : o mundo é mau. o mundo é praticamente um gato, e nós os ratos. ( não pense em desenho animado )

eu, do bem, digo : até aqui valeu a pena.

e prossigo : até a morte valerá.


plante e colha, meu bem, o amor. viva.o amor.respire. o amor. cante. o amor. eu digo, o amor.
e se você estiver coberto disso... se seus poros exalarem o amor... ah, que delícia.

pelo amor eu ficaria dias sem tomar banho, só lavando a alma.

domingo, 7 de junho de 2009

É do Drummond

Os Ombros Suportam o Mundo
Carlos Drummond de Andrade
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.Tempo de absoluta depuração.Tempo em que não se diz mais: meu amor.Porque o amor resultou inútil.E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho.E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.Ficaste sozinho, a luz apagou-se,mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.És todo certeza, já não sabes sofrer.E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?Teus ombros suportam o mundoe ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifíciosprovam apenas que a vida prosseguee nem todos se libertaram ainda.Alguns, achando bárbaro o espetáculo,prefeririam (os delicados) morrer.Chegou um tempo em que não adianta morrer.Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.A vida apenas, sem mistificação.



.

isso foi nos anos 40.
imaginem então, o caos em que estamos ?
o monstro de milhões de cabeças que estamos enfrentando cegamente?

o mundo está com câncer.
dói é em mim.
.

So much trouble in the world

estou assustada... estou desperada por gente de verdade. gente que pulse. estou desesperada por gente que saiba o que realmente, de fato, é viver.
eu quero pessoas que transbordem. pessoas que saibam o real significado de VIVER. eu quero sorrir pra pessoas que eu realmente saiba que valem à pena. quero olhar pro lado e ver gente que eu possa confiar. quero me expor pra quem mereça. eu quero sorrir quando me der vontade, sem ter ninguém pra me julgar, nem pra medir a altura do som que faço quando dou risadas de verdade, e que também não tenha ninguém pra me julgar quando o meu abraço for demorar mais que dez minutos em qualquer pessoa que realmente MEREÇA. eu preciso respirar.preciso ver que os meus meninos e as minhas meninas estejam acobertados de amor, de cuidado e de muita atenção.
e eu sei que os meus meninos e minhas meninas sabem o que é amor. sei disso. os meus, ah, os meus sabem muito bem o que eu digo quando falo sobre amor.
fazer o bem, sempre. plantar e colher o bem. cultivar. cultivar.
eu estou precisando gritar na cara de algumas pessoas 'AMOR,AMOR!' .
ou talvez eu precise CUSPIR na cara de algumas pessoas e depois disso, sim, gritar ' É TARDE, É TARDE.'.

hoje a vontade é de gritar... O MUNDO PRECISA DE GENTE MELHOR.

a vida é uma coisa maravilhosa. cada um nasce com a sua. é preciso compreender o livre arbítrio.
o livre arbítrio nos é dado desde o momento que somos considerados seres humanos.
é tão difícil entender? é tão difícil aprender, pelo menos?
as pessoas são livres, e cada um é responsável pela quantidade de amor que carrega.
eu, como sou cheia de amor, só digo uma coisa :

o mundo precisa de mais amor.


o mundo está ficando doente, juntamente com as mentes doentes das pessoas que não sabem amar. que não sabem viver, e que como se não bastasse, ainda fazem questão de atrapalhar a vida do próximo.


meu coração já se cansou de falsidade.
e ele não vai se entregar à tempestade. ( não vai )

'Deus é amor.'

terça-feira, 2 de junho de 2009

vida doce, vida.

dizem por aí uns salgados, que a vida é doce. vida que é doce, que a vida é do mar que eu conheço. a vida daquela água doce, onde tem coisas bonitas que lá vivem e não sobrevivem.
sobreviver é pra fracos, desiludidos - quem disse que ilusão é ruim? -, descrentes.
ah, eu caminho o tempo que eu bem entender e me apaixono por quem eu quiser, afinal, faz bastante parte de mim, ser assim.
olhe pro lado e se apaixone pela folha, que já está seca, mas junto com as outras, dança em círculos.
as folhas secas que dançam. apaixonantes, como os sonhos que eu tenho quando durmo bem, ao lado de alguém ou de ninguém.
me apaixono fácil, por tudo. se for preto, branco, arco-íris, tanto faz, me apaixono.
e me entrego, de corpo e alma e vou indo até o fundo sem ter medo do que pode chegar depois.
medo também é pra fracos.
nesse momento eu me sinto a mais corajosa do mundo inteiro. tenho tantos amores. é tanto bem-me-quer.
deve existir alguma flor que eu brinque de bem-me-quer e não exista o mal-me-quer.
e a cidade do carnaval é como o meu coração por amor.
o amor é feito de plástico e eu tenho no meu coração aquele símbolo de reciclagem.vivo me apaixonando.
veja a vida. ela é apaixonante! sensacional, com todas essas ruas...
'there are so many special people in the world',
a cada segundo muda tanta coisa nesse mundo, eu nada posso prometer,

mas o que eu tenho é pra viver.

transformando a noite em dia.

poderia existir alguma coisa que eu sabia que você estaria gritando dentro de você, pelos seus olhos.
eu lembro da primeira vez que os vi, daquela maneira, e a última vez, foi há pouco, você me olhou como se fosse a primeira, e eu vi um pouco de água dentro dos olhinhos.
eu queria poder abrir mais os meus olhos, pra enxergar além. e eu sinto como se você estivesse me tocando de vez em quando. como se nada fosse embora agora, nem tivesse ido ainda.
a última coisa que saiu de sua boca foi um 'adeus'. se você não me seguisse, eu iria te encontrar algum dia, de qualquer jeito.

e se eu não tivesse ficado aqui ? o que seria de nós ? e se eu nunca tivesse chegado até aqui, o que seria de você ?
eu estava caminhando e me veio a mente: 'sinta.'
fechei os olhos, e senti. parecia uma música, cantada e tocada por você... eu lembro daquela - na noite da lua bonita - 'are you gonna be my girl?'.
eu quero esquecer essa.

repare o vento. olhe pra onde ele vai. eu estou indo junto com ele.
mil e uma poesias.
could you be loved and be loved? já cantei tanto essa parte.

o amor nunca nos deixaria sozinhos. na escuridão deverá aparecer a luz. - a parte na nossa língua.
você nunca vai perder sua água, até ficar seco - a outra parte na nossa língua.

pensei, onde está a noite? é tanto amor.
eu transbordo.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

É isso!

pensei em comprar uns remédios pra me curar da dor e do amor. peguei o catálogo, procurei alguma farmácia com o nome - pelo menos um pouco - sugestivo para a ocasião.
'farmácia dos doentes'. 'farmácia dos pobres'. ' drogaria viva bem', - tudo parecia sugestivo demais, pensei.
estava eu, pobre de espírito - aquele dia -, cheia de vontade de viver bem e não sabia nem por onde começar e isso me fazia sentir muito enferma.
por onde eu deveria começar? e fui andando, de um lado para o outro, com a mão na cabeça vez ou outra, pra tentar sugar alguma coisa de dentro dela.
parei na metade do caminho de volta ( ou ida, não me lembro ) e pensei, rápida e confiante : É ISSO!
pensei em uma nova caminhada, pelo sol, talvez pra pegar um bronze, ou sei lá, só pra sentir calor mesmo.
pensei em várias coisas... aí lembrei que poderia mudar o rumo de toda a coisa. e fui.
andei por entre os pássaros naquela praça, por entre as árvores, os cheiros, a luz e as pessoas.
respirei tão profundo, que achei que poderia ser você entrando em mim.
eu te vi, te abracei, cantei pra você, bem baixinho no seu ouvido, e depois falei que queria gritar para o mundo o que eu sentia por você.
olhei os pássaros, olhei você, olhei pra mim... senti o frio e tremi, tremi muito. não de frio, claro,
tremi de amor.

'e o que passou, calou. o que virá, dirá...pra ser sincera o meu remédio é te amar e amar...não pense por favor, que eu não sei dizer que é amor tudo o que eu sinto longe de você... as coisas são assim.'

buildings,

eu fico tentando entender a dimensão dessas construções todas. essas construções que parecem tão seguras... exatamente como eu me sinto sobre você.
e você disse ' vai, que eu não quero te ver partir.'
e me abraçou e disse 'vou correr, sem olhar pra trás, pra não sentir aquela dor, de te ver partir.'
e virou.
eu fiquei te olhando, ali, andando e indo. e de repente, você não guentou mais e virou pra me olhar. eu te chamei, só pra mais um abraço.
eu queria mesmo entender, como são essas construções - tão seguras - que passam anos e anos ali, intactas.
e ventos passam, e tempestades, furacões, coisas assim, bem bizarras da natureza - que geralmente, acabam com tudo que aparece pela frente - e as construções, continuam ali, paradas, cheias de si. como pode? como pode?
preciso aprender.

e você veio pros meus braços ( já seus ) e abraçou como se nunca mais fosse me ver - que triste! - e me disse alguma coisa que nem me lembro agora, mas devia ser sobre amor,
tenho um tanto de certeza sobre isso,
e você deu as costas e eu fui, com lágrimas nos olhos, indo embora, pra longe de você, tremi muito.
e te chamei meio alto, meio baixo, com voz de choro, como se o choro estivesse gritando pra sair pela garganta, e boba, te perguntei ' não esqueceu seus óculos comigo? está tudo seu com você?'.
que boba! que boba! eu sabia que tinha metade - pelo menos metade - do seu coração comigo naquela hora.
e você balançou com a cabeça, afirmando que estava tudo ali com você - e aposto que você também sabia - inclusive, metade, pelo menos metade do meu coração estava ficando ali com você.
tive vontade de gritar, de vomitar a angústia. a dor de saudade, que já estava corroendo o peito.
calma, eu pensei. calma que você está indo pra voltar.

we get on, boy.

Segue.

também me identifico. até porquê, te pergunto : quem não se identifica?todo mundo sente, chora, sofre, grita, e arranha os dedos pelas paredes - como sinal de desespero - e abraça o travesseiro. e sente e sofre e chora.eu também.como se isso não bastasse, sempre é assim : fodida, fodida e meio.a gente pára, olha pra cima, vê que tem um céu imenso sobre nós, respira o ar meio misturado de gente, monóxido de carbono, e vida, e continua.e quem disser ao contrário, minha querida,é porque não vive.e vamos dormir um dia, sem precisar sonhar,porque teremos a realidade mais viva e mais esperada. um dia dormiremos em paz, sem sonhos nem pesadelos, nem nada que nos pese.a realidade é mais gostosa.
estava pensando, agora pouco, como a gente sofre, né? a gente acha que o mundo vai acabar amanhã, e que se não for o mundo, é a gente que vai.a gente sofre com tanta intensidade que parece que estamos com câncer no coração.doença terminal de sentimentos.e tem umas coisas - pequenas, mas coisas - que passam despercebidas, coitadas,que nem damos o valor. e mereciam tanto, tanto o valor.o sol de meio-dia, a chuva da madrugada pra fazer dormir melhor, com mais paz, e aquele sorriso de criança pobre no sinal, quando você dá um lanche ou míseros 20 centavos?qualquer coisa assim, sobre amor e sobre importância.qualquer coisa que, de verdade,era o que deveria nos atingir.e ficamos aqui, atingidas por amores inacabados, dores de coração saudável, dores de cabeça numa mente de amor,coisas misturadas que nem deveriam existir. credo!o melhor mesmo é olhar pra dentro, com os olhos fechados, e amar amar amar amar,sem parar. o amor pra si, aquele que se dá e ninguém tira. nada tira.
poderia dizer mil e uma coisas, mas lembrei agora de seu jorge, maravilhoso, repetindo milhões de vezes : menina bonita não chora, menina bonita não chora, menina bonita não chora. vem menina, vem, deixe de chorar, pois menina bonita não chora.confie em coisas concretas ( só ). e sei que dói, eu sei que dói,mas quando eu digo 'coisas concretas' estou sendo meio grosseira, mesmo,e te quero fazer enxergar que no amor nada é concreto. tudo é livre, muito solto e nunca é só. o amor desentoa. e vai por outros ritmos. e a gente, bom, a gente segue no nosso ritmo.seguir seguir seguir e às vezes é bem melhor nem olhar pra trás.por horas, queria ficar cega, mas existe aquela coisa dentro da gente, cheia de carne, que enxerga muitas vezes melhor que os olhos.tá ruim, vai ficar ruim e meio.segue.
sempre se pode continuar.