segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vazão aos sentimentos.

Um dia, enquanto conversava com uma velha amiga minha, ela me falava das merdas que já fez por causa de um ex-namorado dela.
É assim, né, a gente namora, faz um monte de merdas em prol do nosso digníssimo, a gente exclui amizades coloridas, coleguinhas, a gente esquece de gente importante, a gente vai se afastando do meio que nos pertence e vai começando a pertencer a outros meios - que na verdade, nunca nos pertencerão - por uma coisa ou outra, ou apenas por sei lá o quê.
A gente acaba se envolvendo com o grupo do nosso parceiro, a gente começa a mudar as amizades, ou melhor, - pra que não fique uma coisa tão cruel de ser dita - a gente acaba acrescentando novos amigos ao nosso ciclo de amizades. ( A questão é que na maior parte dos casos o nosso ciclo de amigos já não é tão 'nosso’ ciclo assim... )
Que seja, a gente vai tentando mudar os planos futuros, vai tentando adequar novas metas, pra que nunca deixe de estar no mesmo caminho que o amor da nossa vida.
O que a gente ainda não sabe é que: Vários amores podem - e vão - existir.
A gente não sabe ainda, é que mesmo no mundo caótico em que estamos vivendo agora, com um monte de gente maluca e pessoas cheias de más intenções, ainda existem várias pessoas mágicas, encantadoras e que amam de verdade.
O problema é que a gente precisa entender uma coisa... Todas as besteiras que foram feitas enquanto estávamos nos relacionando com alguém, digo, essas coisas bobas, sabem? Coisa que a gente só faz pra agradar o parceiro, diga-se de passagem, valeram muito à pena.
Quando a gente ta amando não pensa em outra coisa, não, o lance é estar com o amado, fazer o que o cara gosta, do jeito que ele gosta e ponto final. Claro que a gente faz coisas que sejam agradáveis a nós mesmas também, mas o principal ponto no relacionamento entre pessoas que se curtem é, no mínimo, agradar, agradar e agradar.
E vai dizer que não valeu a pena só porque agora o cara acabou tudo que existia entre vocês por um e-mail?
Tudo bem, ele foi um desgraçado por ter terminado uma coisa – aparentemente – tão séria assim por E-MAIL.
Mas como assim? Vocês namoraram 5 anos, fizeram tudo que um casal que se ama loucamente faz: viagens, invenções na cozinha, surpresinhas de comemoração de meses juntos, ovos de páscoa, cineminha, presentes caros de natal, vários champagnes estourados e brindados em cada reveillon que comemoraram juntos, e mais viagens, exames de gravidez, cartinhas, fotos, ‘casados’ no orkut, uma noite inteirinha no hospital enquanto um estava doente, um dia inteiro sem fazer nada, juntos.
Tudo o tempo inteiro juntos.
E de repente, BUM!, a bomba estoura, e cada um corre pro seu canto, cada um com suas mágoas, seu ódio particular, cada um com sua maneira de enxergar o tão temido fim de relacionamento.
Quando eu acabei o meu último namoro foi exatamente isso que eu lia em minha testa toda vez que me olhava ao espelho: GAME OVER.
Aí eu só conseguia lembrar das coisas boas que a gente tinha vivido juntos, e daí eu chorava, chorava, chorava e deitava na cama esperando que o outro dia chegasse logo só pra esperar mais uma vez que as coisas mudassem. Não que eu fizesse questão que elas mudassem – ok, eu fazia -, mas é que eu queria sair correndo de dentro de mim, só pra não ter que passar pela parte dolorida do caso inteiro.
Amar é bom, everybody knows. O problema é a hora de parar de amar.
Ou pior, é não parar de amar mais nunca e saber lidar com isso.
Eu sei, ta parecendo que eu me enrolo demais com minhas próprias palavras, mas o fato principal é que a gente não ama e desama.
Não dá, minha gente. A gente ama e ama pra sempre. É ou não é? ( Ou então não é amor... E não adianta vir me falar que depois de 5 anos juntos “Ai, nunca foi amor...’ “, pela madrugada!, eu me nego a escutar algo assim... Gente, então o que houve? O parceiro te forçava a estar com ele? Como é... ? Rolava uma ameaça durante todo esse tempo juntos? O que foi? Por favor, né? Amor sem hipocrisia é mais gostoso... By the way ... )
Eu já falei que o mundo ta bizarro demais nesse meu texto? Eu sempre falo isso.
Mas é que realmente... Bom, amor acaba com todo mundo. Ódio acaba ainda mais. Por isso sou adepta a esse lance de amor.
A frase ‘ vamo beber e amar que o mundo vai se acabar’ faz parte do meu top five.
Não achem que isso é pra ser levado tão ao pé da letra assim – bom, a maneira de interpretar as coisas que eu escrevo depende de cada um -, mas, sabe, eu não consigo ver uma frase com tanto sentido no ramo do amor como essa.
E sério, isso não foi uma piada.
A gente ama e se dá mal, a gente odeia e se dá mais mal ainda. Mas quando a gente se dá mal de amor, é mais gostoso do que de ódio. E eu sei que todos hão de concordar comigo. Pois é, então é melhor arriscar no amor!

A gente não deixa de amar ninguém... a gente aprende que o amor existe de várias formas lindas e diferentes. A gente começa a notar que existem várias pessoas capazes de nos amar e nos acolher de maneiras completamente diferentes. E aí é quando a gente começa a captar o sentido real da palavra : A m o r.
É incondicional. Tudo suporta, tudo supera. E a parte mais clichê do meu texto vem exatamente agora : O amor e o ódio são bastante próximos.
Isso todo mundo já ta cansado de saber também... Eu não preciso nem dizer que eu não concordo, né?
Porra, que conformismo é esse de a gente ter chegado ao ponto de acreditar que o amor e o ódio andam juntos o tempo inteiro? Calma aí, eu sei que de vez em quando a gente dá uns gritos, a gente age como gente maluca e morre de ciúmes, mas até que ponto isso é ódio? Até que ponto é amor quando o crime é passional? Crime passional? Onde chegamos, minha gente? Crime é crime e ponto final.
Tem muito advogado – e me desculpem, mas não quero que isso pareça muito grosseiro da minha parte - ganhando dinheiro com isso e tirando vagabundo da cela, hein?
Amor é amor e ódio é ódio. Opostos. Ou seja, andam separados. Ou pelo menos deveriam...
O erro desse nosso conformismo é exatamente esse. Acreditamos no que não queremos acreditar só pra fugirmos da realidade : O mundo ta lotado de gente ruim e sem noção.
Ninguém mata porque amava demais.
Muita gente morre por amar demais. ( E sim, essa minha frase é de significado extremamente amplo. Compreenda da maneira que achar que deve...Jesus seria um grande exemplo, por exemplo. )

Quando nasci, era incapaz de compreender o significado do amor, mas sei que nasci rodeada disso. Cresci com isso.
Hoje, compreendo no íntimo cada letra que forma essa palavra. E consigo até espalhar isso às pessoas ao meu redor. Amar nunca é demais.
Desamor não existe para mim. ( Para mim. )

A graça da vida é justamente essa, de nos dar a oportunidade para que cada fim abra portas para um novo início. Pessoas vem e vão. Amores vem e (vão) ficam, e ficam, cravados na pele, como espinhos de rosas que não souberam ser administradas numa mão com cinco dedos.
Os amores nos escapam, por isso ou aquilo. Tanto faz, a gente nunca vai saber o que nos fez perder um grande amor, a gente sempre vai saber o que nos fez ganhar amores.
A gente faz, erra, perde. A gente faz, acerta, perde. A gente não faz, não ganha, nem perde.
Eu quero ir fazendo, acertando, errando, perdendo, ganhando...
Só não quero nunca deixar de amar quem já amei, e vacilar de não amar quem ainda vou conhecer.
O mundo é cheio de gente boa e amável, é preciso dar vazão aos sentimentos.
Sim, a gente sempre acha que o último foi o mais amado, até conhecermos o(s) próximo(s).

Todo mundo faz merdas o tempo inteiro... Mas existem umas que por mais que fedam muito, valem muito a pena.
É preciso colocar a mão no fogo tendo a certeza de que se queimar valeu muito à pena!
Sempre.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Nightmare

Acho que todo mundo um dia já passou por isso. Essa sensação ridícula de que o seu mundo está desabando, o coração está mutio triste, você sente um vácuo no peito, como se não houvesse um coração por ali.
É horrível.
Um pesadelo é pior do que – muitas vezes – a realidade.
Essa noite eu tive o pior pesadelo de toda a minha vida. PIOR.
Recebi péssimas notícias, chorei tanto, tanto, que acordei chorando ainda mais.
Essa coisa toda que me envolveu no pesadelo, me fez acreditar que poderia ser tudo realidade.
Acordei, chorei tanto, me tremi.
Liguei com urgência pro meu pai :
- Ai paizinho, tive um pesadelo terrível essa noite. Só um pesadelo... mas foi péssimo.
Disse repetidamente enquanto chorava tanto que até soluçava.
- Pesadelo? Sonhou o quê? Que eu tinha morrido, é?
Chorei ainda mais forte e não precisei responder nada, e ele continuou:
- Hoje eu acordei mais vivo do que nunca. Não vejo a hora de você chegar aqui em Aracaju pra que eu possa te receber.
Chorei, chorei. E disse:
- Paizinho, por favor, se cuide.
- Eu me cuido. Eu me cuido sim...tá tudo bem. Acho que hoje vou viajar pro Rio, vou ter uma reunião por lá... É capaz de nem acontecer por causa da chuva forte que ta tendo lá... Mas a passagem ta comprada! Preciso só que eles me confirmem se vai ter, qualquer coisa a gente vai cancelar a passagem. Acorde e vá trabalhar.
- Eu to indo.
- Você nunca mais me mandou nada de nenhum trabalho seu na rádio. Quero novidades. Me mande por email quando puder. Eu to bem, ta tudo bem, precisa se preocupar não, meu amor.
- Ta bom, paizinho. Eu te amo muito, viu?
- Ave Maria!, e eu sou o que mais te amo nessa vida.
Sorri.
- Um beijo e bom bia.
- Um beijo e bom dia pra vc também, minha filha.

Desliguei o telefone e liguei meu computador. Só pra escrever isso.
A minha colega de quarto acordou, me viu com cara de desespero e passou a mão no meu ombro...

Bom, estou indo trabalhar.

Assim ou assado.

Se quer saber de mim, me procura aqui, na retina.
E se quer entender a mim, olha aqui, onde bombeia o sangue, onde ficam os sentimentos.
Porque se tenta me entender só pelo que vê por fora, nunca saberá de fato quem sou.
Se não souber quem sou, foge.
Se não me conhece tão bem, não trema de esperança e nem de espanto.
Foge.
Ainda é tempo.
Porque quando digo palavras que doem, sei que doem.
E quando quero falar sobre amor, é porque quero, de fato, amar.
Mas se quero ser seca, consigo deixar mais sede do que qualquer sertão desse Brasil.
E se mato a sede, mostro fartura.
E me sinto um pouco Bandeira quando afirmo que estou farta do lirismo namorador!
Farta!
Escuta aqui, eu não quero te falar o que mais desejo, quero te mostrar a minha vontade. Em mãos, braços, abraços, beijos e não's.
Se sim o tempo inteiro não tem graça.
Nunca se acostumará com o meu corpo, nem com o meu rosto.
Não sou assim, nem assado.

Quando eu te perguntar se me conhece, você dirá que não, de maneira obrigatória.
Se me perguntar se te conheço, com certeza direi que não.
Sairá de mim como palavra clichê, você vai ver.

Se não me conhece, foge!

Se for tentar, segue em frente.
Senão, nem começa.

Chove chuva.

Tem dias, que como hoje, parece até que vou desistir de tudo. De tudo isso aqui.
Pegar as trouxas e ir. Ir pro lugar de onde um dia eu não deveria ter saído.
Mas é aquela coisa, sabe, você fica morrendo de vontade de voar. Fica morrendo de vontade de ter asas, ir e vir, vir e ir. A hora que quiser.
Uns dias que – como hoje – me fazem ter vontade de abraçar forte o amigo distante. Correr na areia da praia que só me pertence. Ligar pra quem eu mais sentir saudade, na hora que eu sentir vontade.
Qualquer coisa!
Qualquer coisa que me tire daqui e me faça crer : A vida é mais, muito mais que isso.
Vou sair, preciso sair agora,..., vou pegar o meu toca-música e escutar qualquer coisa que me transporte pra onde eu quero e talvez eu chore, talvez chova.
Lágrimas.

Não é sobre mim.

Sozinha, sou uma menina sozinha.
E nunca tive ninguém pra chamar de meu – bullshit.
Eu realmente gostaria de fazer as coisas de maneira certa,
Pra que eu pelo menos, pudesse ter alguém pra ligar ao fim do dia.
Mas não, eu não tenho ninguém.

Eu poderia ser bastante feliz, mas sou só.
Queria que o mundo parasse de brincar comigo.
Não tenho ninguém, absolutamente ninguém pra chamar de meu.
Muito só.

Acordo todos os dias e digo pra mim mesma : Levanta!
Mas é que os dias são meio amargos, meio secos,
Isso só pelo fato de estar só.

Não tenho ninguém que pergunte : E aí, como foi o seu dia?
Nem alguém que só diga : E aí?
Mas eu acho que já machuquei muitas pessoas...
Então, bom... você sabe como funciona o mundo.

Só, muito só.
Por outro lado, pelo menos eu gosto da minha voz.
Me desejo bom dia, boa tarde e boa noite,
Com os olhos fechados em frente ao espelho.

E volto a dormir, só.

Quando eu te quiser.

Todos os encontros, todos em meus ombros.
Todos os dilemas.
Todos os poemas,
Eu sei,
Todo amor encontra a solidão.
Todo barulho se aquieta com medo de um não.
Tanto se contradiz que até esquece de dizer!
Eu, você e todos os encontros casuais.
O amor, o ódio, e um ‘pra sempre’ que sempre pausa.
E o ódio, tudo causa, até o amor, de onde se menos espera!
Tudo se supera.

Tantos papéis sobre a mesa que nunca foi de ninguém.
E os lençóis, bagunçados, todos naquela cama que muitos já usaram.
Algumas coisas ao meu redor notam, i’m sad.

Eu me sinto ok,
Mas nunca disse que você poderia ir embora.
Eu gostaria,
Que você ficasse comigo e com você,
Além.
Quando eu te quiser, esteja em casa.