Um dia, enquanto conversava com uma velha amiga minha, ela me falava das merdas que já fez por causa de um ex-namorado dela.
É assim, né, a gente namora, faz um monte de merdas em prol do nosso digníssimo, a gente exclui amizades coloridas, coleguinhas, a gente esquece de gente importante, a gente vai se afastando do meio que nos pertence e vai começando a pertencer a outros meios - que na verdade, nunca nos pertencerão - por uma coisa ou outra, ou apenas por sei lá o quê.
A gente acaba se envolvendo com o grupo do nosso parceiro, a gente começa a mudar as amizades, ou melhor, - pra que não fique uma coisa tão cruel de ser dita - a gente acaba acrescentando novos amigos ao nosso ciclo de amizades. ( A questão é que na maior parte dos casos o nosso ciclo de amigos já não é tão 'nosso’ ciclo assim... )
Que seja, a gente vai tentando mudar os planos futuros, vai tentando adequar novas metas, pra que nunca deixe de estar no mesmo caminho que o amor da nossa vida.
O que a gente ainda não sabe é que: Vários amores podem - e vão - existir.
A gente não sabe ainda, é que mesmo no mundo caótico em que estamos vivendo agora, com um monte de gente maluca e pessoas cheias de más intenções, ainda existem várias pessoas mágicas, encantadoras e que amam de verdade.
O problema é que a gente precisa entender uma coisa... Todas as besteiras que foram feitas enquanto estávamos nos relacionando com alguém, digo, essas coisas bobas, sabem? Coisa que a gente só faz pra agradar o parceiro, diga-se de passagem, valeram muito à pena.
Quando a gente ta amando não pensa em outra coisa, não, o lance é estar com o amado, fazer o que o cara gosta, do jeito que ele gosta e ponto final. Claro que a gente faz coisas que sejam agradáveis a nós mesmas também, mas o principal ponto no relacionamento entre pessoas que se curtem é, no mínimo, agradar, agradar e agradar.
E vai dizer que não valeu a pena só porque agora o cara acabou tudo que existia entre vocês por um e-mail?
Tudo bem, ele foi um desgraçado por ter terminado uma coisa – aparentemente – tão séria assim por E-MAIL.
Mas como assim? Vocês namoraram 5 anos, fizeram tudo que um casal que se ama loucamente faz: viagens, invenções na cozinha, surpresinhas de comemoração de meses juntos, ovos de páscoa, cineminha, presentes caros de natal, vários champagnes estourados e brindados em cada reveillon que comemoraram juntos, e mais viagens, exames de gravidez, cartinhas, fotos, ‘casados’ no orkut, uma noite inteirinha no hospital enquanto um estava doente, um dia inteiro sem fazer nada, juntos.
Tudo o tempo inteiro juntos.
E de repente, BUM!, a bomba estoura, e cada um corre pro seu canto, cada um com suas mágoas, seu ódio particular, cada um com sua maneira de enxergar o tão temido fim de relacionamento.
Quando eu acabei o meu último namoro foi exatamente isso que eu lia em minha testa toda vez que me olhava ao espelho: GAME OVER.
Aí eu só conseguia lembrar das coisas boas que a gente tinha vivido juntos, e daí eu chorava, chorava, chorava e deitava na cama esperando que o outro dia chegasse logo só pra esperar mais uma vez que as coisas mudassem. Não que eu fizesse questão que elas mudassem – ok, eu fazia -, mas é que eu queria sair correndo de dentro de mim, só pra não ter que passar pela parte dolorida do caso inteiro.
Amar é bom, everybody knows. O problema é a hora de parar de amar.
Ou pior, é não parar de amar mais nunca e saber lidar com isso.
Eu sei, ta parecendo que eu me enrolo demais com minhas próprias palavras, mas o fato principal é que a gente não ama e desama.
Não dá, minha gente. A gente ama e ama pra sempre. É ou não é? ( Ou então não é amor... E não adianta vir me falar que depois de 5 anos juntos “Ai, nunca foi amor...’ “, pela madrugada!, eu me nego a escutar algo assim... Gente, então o que houve? O parceiro te forçava a estar com ele? Como é... ? Rolava uma ameaça durante todo esse tempo juntos? O que foi? Por favor, né? Amor sem hipocrisia é mais gostoso... By the way ... )
Eu já falei que o mundo ta bizarro demais nesse meu texto? Eu sempre falo isso.
Mas é que realmente... Bom, amor acaba com todo mundo. Ódio acaba ainda mais. Por isso sou adepta a esse lance de amor.
A frase ‘ vamo beber e amar que o mundo vai se acabar’ faz parte do meu top five.
Não achem que isso é pra ser levado tão ao pé da letra assim – bom, a maneira de interpretar as coisas que eu escrevo depende de cada um -, mas, sabe, eu não consigo ver uma frase com tanto sentido no ramo do amor como essa.
E sério, isso não foi uma piada.
A gente ama e se dá mal, a gente odeia e se dá mais mal ainda. Mas quando a gente se dá mal de amor, é mais gostoso do que de ódio. E eu sei que todos hão de concordar comigo. Pois é, então é melhor arriscar no amor!
A gente não deixa de amar ninguém... a gente aprende que o amor existe de várias formas lindas e diferentes. A gente começa a notar que existem várias pessoas capazes de nos amar e nos acolher de maneiras completamente diferentes. E aí é quando a gente começa a captar o sentido real da palavra : A m o r.
É incondicional. Tudo suporta, tudo supera. E a parte mais clichê do meu texto vem exatamente agora : O amor e o ódio são bastante próximos.
Isso todo mundo já ta cansado de saber também... Eu não preciso nem dizer que eu não concordo, né?
Porra, que conformismo é esse de a gente ter chegado ao ponto de acreditar que o amor e o ódio andam juntos o tempo inteiro? Calma aí, eu sei que de vez em quando a gente dá uns gritos, a gente age como gente maluca e morre de ciúmes, mas até que ponto isso é ódio? Até que ponto é amor quando o crime é passional? Crime passional? Onde chegamos, minha gente? Crime é crime e ponto final.
Tem muito advogado – e me desculpem, mas não quero que isso pareça muito grosseiro da minha parte - ganhando dinheiro com isso e tirando vagabundo da cela, hein?
Amor é amor e ódio é ódio. Opostos. Ou seja, andam separados. Ou pelo menos deveriam...
O erro desse nosso conformismo é exatamente esse. Acreditamos no que não queremos acreditar só pra fugirmos da realidade : O mundo ta lotado de gente ruim e sem noção.
Ninguém mata porque amava demais.
Muita gente morre por amar demais. ( E sim, essa minha frase é de significado extremamente amplo. Compreenda da maneira que achar que deve...Jesus seria um grande exemplo, por exemplo. )
Quando nasci, era incapaz de compreender o significado do amor, mas sei que nasci rodeada disso. Cresci com isso.
Hoje, compreendo no íntimo cada letra que forma essa palavra. E consigo até espalhar isso às pessoas ao meu redor. Amar nunca é demais.
Desamor não existe para mim. ( Para mim. )
A graça da vida é justamente essa, de nos dar a oportunidade para que cada fim abra portas para um novo início. Pessoas vem e vão. Amores vem e (vão) ficam, e ficam, cravados na pele, como espinhos de rosas que não souberam ser administradas numa mão com cinco dedos.
Os amores nos escapam, por isso ou aquilo. Tanto faz, a gente nunca vai saber o que nos fez perder um grande amor, a gente sempre vai saber o que nos fez ganhar amores.
A gente faz, erra, perde. A gente faz, acerta, perde. A gente não faz, não ganha, nem perde.
Eu quero ir fazendo, acertando, errando, perdendo, ganhando...
Só não quero nunca deixar de amar quem já amei, e vacilar de não amar quem ainda vou conhecer.
O mundo é cheio de gente boa e amável, é preciso dar vazão aos sentimentos.
Sim, a gente sempre acha que o último foi o mais amado, até conhecermos o(s) próximo(s).
Todo mundo faz merdas o tempo inteiro... Mas existem umas que por mais que fedam muito, valem muito a pena.
É preciso colocar a mão no fogo tendo a certeza de que se queimar valeu muito à pena!
Sempre.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
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"A gente faz, erra, perde. A gente faz, acerta, perde. A gente não faz, não ganha, nem perde."
ResponderExcluiré isso, sem acrescentar mais nada.
só temos que ir fazendo, acertando, errando, perdendo, ganhando...