sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Don't you shiver?

Pensei na surrealidade de tudo o que aconteceu.
O que vem pela frente deve ser de arrepiar.

Me arrepiei tanto por aí, e com você aqui.

Posso chamar de lar onde você estiver.

Meu lar é o mundo, já que te procuro em cada pouco de ar que respiro.
E te encontro.
Sempre.

Você já pensou que... de repente, estávamos juntos mais do que nunca em uma cidade que não nos pertencia?

Nada nos pertence.
E sinto que é tudo meu.

Ah, o mundo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Meu interesse é no ser humano.

Todos os movimentos e desencantos. Todas as palavras, todos os suspiros. Essas coisas me interessam.
Os medos e desejos de todos os jeitos.
As roupas que vestem, o nu dos corpos.
Os mamilos que alimentam, as mãos que conduzem.
A menina dos olhos responsável pela passagem da luz.
As formas variáveis do ser humano.
As mentiras que saem do mais profundo do ser, as verdades que saem da boca pra fora.

Eu me interesso muito pelo ser humano. Cada um no seu canto, cantando e encantando aos desânimos.
Tentam ser grandes, tentam aparecer.
Um dia querem sumir. Todos.
Vão por aí, sumindo aos poucos, se desmanchando.
Desfazem tudo o que foi feito. Acabam com a felicidade alheia.
Por prazer. Fazem várias coisas desmedidas. Por prazer.
O ser humano é meio assim, meio assado.
Vive cansado.

Os olhares se cruzam, se ameaçam, se apaixonam, se matam.

Ah, pobres seres.
Cheios de prazeres. Cheios de vontades.
Se desfazem.
Almejam o céu e cultivam o inferno.

Meu interesse é neles.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Livro da vida.

Meu amor, não estamos sós, tem um mundo a esperar por nós, no infinito do céu azul,
pode até ter vida em marte.

Quero te pedir desculpas por todas as arrogâncias vindas de mim. Quero te pedir perdão por cada palavra dura que te falei, em relação à você.
Quero lamentar perante você o ponto no qual chegamos.

Quero te dizer de peito aberto, que o meu maior medo é de te perder, mesmo sabendo que já te perdi muito nessa vida.
Vivemos nos perdendo diariamente.
Mas sabe, meu amor, não estamos sós.
Eu não quero que se vá, nunca. Eu não quero nunca que se vá de vez. Porque vai doer muito em mim. Vai rasgar a alma.
E não te falo sobre ir de vez assim, como na morte... Estou falando sobre você resolver sair de uma vez por todas da minha vida, como se um dia eu fosse não ser mais ninguém pra você.
Por tanto tempo eu sempre preservei a nossa relação, eu sempre tentei que ficasse tudo bem, mesmo tendo que engolir coisas que, para mim, são tão doloridas, tão inacabadas, inaceitáveis.
Mas sabe, é que eu sempre pensava em você como mestre. Sempre pensava em você como aquele papai o qual eu cantava no coralzinho da igreja à frente da igreja... 'Papai você é meu herói'... e coisas assim. Não sei se consegue lembrar dessa parte das nossas vidas.
Queria que você soubesse a falta que tem me feito em todos esses anos. A falta de fazer massagem em você quando você chegava cansado em casa.
Eu quase não lembro mais como é uma vida com você.
São fatos tão desgastados que só consigo me lembrar bem dos almoços perdidos durante a semana em algum restaurante,
só consigo me lembrar bem dos dias que te vi na porta do meu prédio com o dinheiro numa mão e a outra vazia pra que eu te desse a bença.
Ou sei lá, de alguma viagem em busca da felicidade e por conta da infelicidade... a viagem acabou sendo infeliz.
E tudo isso vai passando, a gente costuma passar a mão na cabeça das coisas ruins.
A gente costuma dar um sorriso amarelo pra fingir que tá tudo bem, e a gente segue...
E aquela coisa toda que você me ensinou quando pequena? E a nossa família feliz que foi pro beleléu ? E tudo isso que desabou por cima de mim?
E toda essa coisa que eu tenho carregado nos ombros ha tanto tempo?
Queria saber por onde nos perdemos, queria nos encontrar.
Queria te encontrar, magrinho, com aqueles óculos fundo-de-garrafa, e encontrar a minha mãe com cabelo curtinho e aquelas roupas cafonas que se usavam antigamente.
Queria me ver com os cabelos presos, cheios de gel, com aquele cachinho que eu fazia só na frente.
Queria ver o meu irmão magrinho, brincando de matar lagartixas e enterrar no jardim da nossa casa do Orlando Dantas, e implicando a vida inteira comigo só pra ter com quem brigar.
Queria ver a minha irmã reclamando das barbies que o meu irmão insistia em pegar no guarda-roupa dela pra destruir. E queria muito ver todo mundo junto, só pra mais uma foto nossa.
Sinto falta de fazer os almoços, quando Sara, nossa empregada, faltava um dia de trabalho. Foi assim que eu aprendi a cozinhar, sabia? Eu me sentia muito útil de fazer o almoço pra quando você e minha mãe chegassem do trabalho, junto com meus irmãos que estudavam pela manhã.
Lembra daquela empregada que a gente teve por uma semana? Que fumava e você odiava as comidas que ela fazia? No final das contas eu mandei ela pra fora. E depois só avisei à vocês. Eu acho que vou ser uma boa dona de casa, um dia. Imagina? Quero casar e ter filhos... Mas isso eu só sinto vontade às vezes, quando me sinto muito só no mundo. Porque sempre que penso na dor de cabeça que casamento dá, eu desisto fácil.
Quantos sonhos eu já deixei escapar das minhas mãos por desacreditar nessa coisa de felicidade. É que isso sumiu muito de mim.
Lembro como ontem, do dia em que resolvemos brincar de estourar bolas de assopro cheias de ar com a união de nossos corpos, como num abraço.
Você lembra disso? E eu lembro que eu me assustei com o barulho que uma das bolas fez e falei ' Eita porra.' E você me disse ' Como é?' E eu disse ' Eita poxa.'
E você disse ' Você não falou isso' e todos riram de mim, porque eu fiquei morta de vergonha por ter soltado um palavrão na sua frente.
Éramos infelizes, né?
Perdi quem sou por aí. Nem tenho muita noção de felicidade e infelicidade mais.

E choro toda vez que me lembro das nossas sextas-feira, quando minha mãe cozinhava um monte de coisas deliciosas pra degustarmos na mesma noite de sexta e no sábado inteiro.
Minha mãe nunca mais fez massas de pizza, nem pão doce, nem pão integral, nem sopa de frutas, nem nada, nada, nada.
Todas as coisas mudaram. Tudo deixou de ser e passou a ser. Mudaram todos os meus horários, mudaram todas as minhas expectativas, mudaram até as comidas feitas em casa. Existem mudanças que doem demais.

Te deixei escapar das mãos.
E você ainda acha que eu poderia pensar diferente de que não te roubaram de mim?
Te roubaram de mim, e quase que de ti.

Então, será que assim você consegue entender um pouco da falta que me faz?
Eu lembro quando eu era fã de Backstreetboys e colecionava fotos de revista deles, e tinha uma pasta cheia dessas coisas, e eu levava pra igreja, pra compartilhar as fotos com minhas amigas que também eram fãs, e um dia você descobriu que eu fazia isso e me proibiu de levar aquilo à igreja, eu chorei tanto.
Mas era tão mais fácil de compreender as coisas antigamente.

Fugiu da minha mente como era te receber em casa. Eu só consigo lembrar do barulho que os cadeados imensos dos nossos portões faziam quando você chegava e do barulho do motor do seu carro. Eu esperava tanto o dia inteiro aquela hora. Era hora de assistir jornal com você, ou então, comer amendoins japoneses vendo um jogo na televisão com a sua companhia.

Fico pensando como é estranho, hoje você não sabe nem como é a casa onde eu moro. Você não sabe como é a minha televisão, nem o meu sofá, nem tem cadeados por aqui, acredita?
Lavar o seu carro na garagem de casa, comer dicuri que você e minha mãe traziam da feira dia de domingo pra mim. Lembra? Quando a gente soltava pipa que o carioca - porque era assim que você era conhecido no bairro inteiro - fazia? Lembra quando a gente andava de bicicleta?
Coisas tão mais simples, meu Deus!, que me faziam tão feliz.
Eu consigo vagamente me lembrar de quando a nossa casa ainda tinha goteiras no telhado, que quando chovia eu sentia respingos de água caindo em mim.
Lembra das trovoadas que um ano deu lá no nosso bairro?
Teve gente achando que era a volta de Jesus... haha.
Meu amor, não estamos sós.

Estou chorando e me sinto extremamente só. Perdi todas as minhas noites e não foi em vão.
Chorei por você, por nós, lamentei o nosso amor perdido, o nossos laços cortados. Sofri.

E eu não sei se estou certa, mas errada sei que não estou. Pelo menos não por completo,
porque eu acho que valeu à pena cada lágrima derramada. Foram 15 anos investidos pra isso.
Levo lembranças, traumas... tudo dentro de mim. E talvez seja isso tudo que me faça ser uma boa escritora.
Ouvi dizer outro dia que os melhores escritores foram os que mais sofreram dores no coração na vida. Sabia disso? Eu também não sabia...
Me falaram outro dia desses.
Eu não achei uma coisa bonita de se dizer, eu não me acho infeliz, por completo.
Muitas vezes o coração não consegue compreender... o que a mente não faz questão e nem tem forças pra obedecer.

Se o futuro assim permitir, não pretendo viver em vão.

No final das contas, eu só quero que você saiba que te amo. Que te amo muito e te levo no peito, por onde eu for, pai.

Meu amor, temos um ao outro e isso não foi uma escolha nossa. Aconteceu.

Vai saber!?... Vai dar jeito na vida!

Um beijo cheio de amor e lembranças falhas e carinhosas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Só.

Tenho pavor da solidão.
Do silêncio.
Do caos dentro de mim.
Das mentiras que me contam.
Das verdades que eu sei.
Tenho pavor de tudo que é quieto e não se mexe mais.
Tenho medo do escuro, do barulho.
Do frenesi.

Medo de dormir e ter pesadelos.
Sonhos infelizes, besteiras ilusórias.

Tenho pavor da solidão.
Intensidade no susto,
intensidade no medo.

As mãos tremem, as sobrancelhas tremem,
o corpo fica todo branco por falta de sangue nas extremidades.
Pálida.

Preciso de alguém, qualquer pessoa que faça com que o meu sangue volte
pras extremidades.

Tapo os olhos com as mãos pra não ver o estrago.
Tenho medo de viver o que não entendo.

Tenho medo da solidão, embora a entenda profundamente.

domingo, 22 de novembro de 2009

Picos sentimentais.

Vezes no alto, vezes no baixo. Odeio o meio.
O meio pra mim não faz sentido e nunca fez.

Ou estou feliz demais, ou estou triste.
Ou solto gargalhadas, ou não dou nenhum sorriso amarelo pra fazer de conta que as coisas estão bem.

Então eu prefiro caminhar sem parar se não tiver motivo pra ficar parada no mesmo lugar,
ou então eu fico parada e até sento, se fizer sentido fazer isso.
Mas eu nunca vou sentar de tão cansada por esperar.

Eu gosto mesmo é de que as coisas cheguem aos seus extremos. E os extremos, ah, esses sim me fazem sentir viva.
Essa coisa de morno não funciona comigo. Ou é quente fervendo, ou é frio congelante.
Ou eu abro os olhos ou os fecho de uma vez por todas.
Ou grito ou me calo pra sempre.
Ou falo ou conheço o mudo a fundo.

GostodeextremidadeS.

Eu procuro ficar fora de problemas, tento entender todos, tento acalmar os ânimos, tento, tento, tento.
Mas se não consigo, eu desisto. Mas só desisto por uns dias, uns meses quem sabe, mas nada que seja assustador como a palavra é.

Eu sempre ando tentando, como se fizesse parte de mim ser assim, e como se eu precisasse ser assim pra estar nas extremidades.
Ou é ou não é.

E são coisas que me afetam sempre... essas minhas extremidades infernais. De chorar, de gritar, de espernear, de dizer 'adeus' ao invés de 'tchau'.
Eu quase morro sempre que essas coisas me surgem.
E choro toda a água do meu corpo, e é muita água. Aí, vou à geladeira, pego a garrafa de água bem gelada, encho vários copos e me encho de novo, só pra esvaziar continuamente.
E vou, seguindo, vendo tristeza até onde não tem.

E quando a extremidade é dessas de fazer flutuar, de tão leve, eu me sinto beijando os pés de Deus lá no alto do céu, nas mansões celestiais e dizendo 'quero descer, só pra dizer ao mundo inteiro qual a textura das nuvens.'.
E daí eu dou tanta risada bonita, e encho os olhos de esperança. E saio fazendo caminhos com cheiro que a felicidade tem, por aí, pelos jardins dessa vida.
Vejo beleza até onde não tem.

São picos sentimentais, desses que nos fazem cair e levantar.
Mas eu nunca gosto de estar mais ou menos isso, mais ou menos aquilo.
Ou é ou não é. Já disse.

Felicidade é transbordante. Tristeza também.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

As rosas não falam.

O meu coração doeu, apertou, minimizou.
Me senti pequena num mundo de gigantes. Me senti só numa sala cheia de gente.
Parecia até que eu estava ficando louca, e que as horas estavam passando pelo lado contrário do relógio.
Olhei o céu e tive vontade de ter asas. Quis voar até você, te abraçar, te acolher e te dizer todo o meu amor.
Tive vontade de ter asas pra chegar até você, e te falar ' calma, agora estamos juntos e o mundo nos espera, você precisa ser forte.'

Tive vontade de não estar aqui, só pra estar aí.

Pensei em te ligar, mas me disseram que não seria uma boa idéia. Me falaram que você não queria falar com ninguém e me doeu de imaginar a dor que dói em ti.
Me doeu de doer em ti. Toda dor que te atinge dói em mim também.

Tive vontade de te abraçar tanto, sem parar e chorar com você, por você, pela não vida e pelas dores que nos doem sem doenças.
Fechei os olhos no chuveiro, quando fui tomar banho e pedi muito a Deus ' cuide dele, cuide dele, cuide dele'.

A morte é dolorida pra quem fica. A morte é dolorida pra quem ama.
Eu sei que você ama...

Você ficou, e peço pra que fique mais, fique comigo, temos que ver muitas coisas e sentir muitas outras coisas.
Tem muita coisa aqui dentro que preciso te dizer. Sobre amor, sobre vida, sobre não vida, sobre te querer perto mais do que nunca.

Sinta a dor da perda, eu também estou sentindo com você, mesmo que daqui.
Me sinta contigo, aí...

Eu te abraço, te beijo, te digo eu te amo e te acolho em meus braços pra sempre.

Preste atenção amor,
o tempo é o melhor remédio, e nele conquistamos o consolo.
Pense nos bons momentos vividos. Viva-os de novo em memória.

E no fim, meu amor, saberás que tem todos dentro de você,
os que foram e os que não foram embora dessa vida,
não importa onde eles estejam.

A saudade é o amor que fica.

Eu estou contigo.

domingo, 15 de novembro de 2009

Uma carta para Bárbara.

Estava te olhando dormir de pés sujos e pensei em te acordar pra falar ' Não tá afim de lavar os pés não?', mas logo desisti... você não se importa muito com a cor do seu pé quando está com sono. Já eu... bom, me dá gastura de te ver deitada com esses pés nojentinhos.
Pensei até em pegar um pano úmido e limpá-los...Pensando que isso poderia te fazer ter um sono melhor, já que comigo isso super-funcionaria.
Deixa pra lá, eu me adaptei ao seus costumes.

Estou te escrevendo só pra te dizer que tudo que em você dói, mexe comigo também.
Que tudo que em você sorri, me faz sorrir também.

Tive vontade de te falar sobre as coisas que ficam, geralmente, subentendidas entre nós... Irmandade é o que penso quando olho você chegar aqui na porta do meu apartamento e deixo-a entrar, tendo a certeza de que estarei bem acompanhada pelo menos por mais um dia.

Sinceridade é o que me faz tanto te querer por perto. Mesmo quando você está com esses olhos úmidos, cheios de amor demais, cheios de tanta vontade de abraçar e nunca mais soltar.
É que me dói quando te vejo com os olhos úmidos por motivos tristes.
E - quase - sempre são esses mesmos que te atacam.
Não deixe que o mundo te ataque. Não deixe que as dores te doam, nem deixe que as palavras te travem a garganta.
Faça tudo.

Eu gosto muito do seu sorriso, e aposto que você nem deve imaginar isso.Não é a toa que te peço pra sorrir nas fotos. É claro que você tem certeza de que eu te quero feliz. Óbvio. Mas estou falando de como você combina com o seu sorriso. De como você fica melhor quando sorri.

Estava pensando, menina, sobre quando te conheci, que você era tão boazinha com todo mundo. E eu sempre insisti em dizer que ser boazinha demais não presta. E aí eu fui te ajudando a melhorar em algumas coisas, talvez, te ajudei até a ser mais durona. E você me ensinou a ser mais doce.
Doce de verdade, sem ironia alguma nessa palavra.

Uma menina humilde, simples até demais, que com voz mansa o tempo inteiro me fez entender melhor muita coisa da vida.
A menina de vinte e poucos anos, que me ajudou nos momentos complicados da vida, que passou a acompanhar passo a passo os meus passos, me ajudou a administrar a dor e o amor, o amor e a dor, a dor de amar quem não ama a gente, a dor de querer ter o mundo nas mãos e não ter como. Me ajudou a sorrir mais, nesses meus dias tão sei lá o quê.

Eu queria te dizer, de coração, que você não precisa ter medo de nada, até porquê você não é fraca e medo a gente deixa pra quem é.
Quero te lembrar, que você pode fazer tudo o que você quiser, e logicamente que pra que isso aconteça basta você querer. Lembra daquele outro dia que te falei isso e parecia mágica?
Quero te dizer que realmente não importa como esteja o seu coração, que a vida continua e que você precisa continuar junto com ela, sempre. Sempre.
E que existe um coração dentro de mim que vai te levar pra onde eu for.

Queria te pedir pra não ter medo de me perder nunca, porquê a gente só perde o que não cuidamos, e cuidado, meu bem, é o que você mais tem comigo.

Obrigada mesmo, por cuidar de mim sempre que eu preciso.
Quero ter feito isso tudo por você também...

Quero te abraçar tanto, pra te fazer ter certeza de que dentro dos meus braços os abraços hão de ser trilhões de abraços.
Quero te dizer sempre que me der vontade que te amo por tudo que você é, e você é muito. Muito mesmo.
Quero te amar pra sempre, porque já que chegamos até aqui, já que por tantas coisas passamos... Como eu poderia um dia deixar o amor por você ser esquecido ? Não quero isso, e pode ter certeza.
A nossa amizade, meu bem, é coisa de gente feliz. Coisa de gente que não tem dinheiro pra sair e sai pra se divertir mesmo assim. E que se diverte.
Coisa de gente que não tem carteira de motorista e entrega o carro na mão da outra - que nem consegue reduzir uma marcha - e no final, a noite termina com o hamburguer mais barato da cidade, na minha casa, com suco de seja lá o que tiver na geladeira.
É dessas amizades raras de se encontrar... que as famílias se tornam uma família só.
Dessas irmandades que Deus nos dá depois de nascidas e crescidas.
É isso : Deus me deu você. Deus nos uniu.
E o que Deus uniu, nada separa.

Se eu pudesse, voltaria no tempo, te conheceria aos 14 anos, firmaria uma amizade imensa com você, te conheceria dos pés à cabeça, escreveria uma crônica bem bonita e leria nos seus 15 anos, mesmo que não tivesse festa.Só pra você chorar e ficar feliz de ter chorado na crônica do seu ano debutante. Mas tudo bem,
escrevo não uma crônica, mas esse texto, digo, não pra te fazer chorar,
mas pra que leia sempre que sentir saudade de mim, sempre que ousar pensar que estarei distante de você.

Eu vou embora sim, mas eu vou embora de cidade só. Eu quero ficar no seu coração.
Posso morar aí? Me deixa, por favor. É que aí dentro eu tenho certeza de que vou estar sempre segura e cheia de palavras de amor. E sei também que vou estar sendo bem cuidada por você.

Quero te pedir que se os seus olhos se tornarem úmidos por mim, que seja apenas por saudade, porque saudade dói mesmo, e faz a gente chorar, como eu já chorei com você aquele outro dia aqui, no sofá da minha sala,
e que se você for lembrar de mim, que chore se sentir vontade, mas que nunca esqueça do quanto eu aprecio o seu sorriso, que combina perfeitamente com o seu corte de cabelo e com tudo o que você veste.
( Me dói te ver chorar. )

Bárbara, Bárbara,

o que existe em mim, por você, é grande demais.

Não foi a toa que eu falei aquilo à minha irmã, lembra?, quando fomos te buscar em sua casa, aquele outro dia.

Quero te dizer que você é linda, e só os que realmente valem à pena conseguem enxergar a beleza interior e exterior ao mesmo tempo.
Você tem as duas belezas de maneira extraordinária. E eu quero que dessa vez, mais do que nunca, você confie nas minhas palavras.

Eu não consigo mesmo continuar sem você, e nunca iria continuar sem você... Portanto, tenha uma certeza absoluta : Te levo comigo.

Imagina só se um dia eu iria ser boba de te perder de vista?... Coitada de mim,...,
eu me tornei dependente de você.
Me promete que não vai ficar longe de mim?

Te quero sempre comigo, minha amiga.

Um beijo no seu coração, todos os dias.

Sua amiga doce-doce-doce.

( Me desculpe se por vezes sou amarga. )


P.S.: Você nunca estará só no mundo.

sábado, 14 de novembro de 2009

Script de uma peça teatral.

tenho os pulsos machucados hoje pela manhã.
acordei com o coração cheio de mágoa, parecendo pus, dentro...
e tenho o peito imensamente dolorido, minha irmã que é psicóloga ontem disse um nome que se dá pra isso, mas eu não lembro agora.
ontem eu pedi muitas vezes pra morrer também. eu não consigo tirar minha vida de jeito nenhum. morro de medo.
me sinto pior ainda de não conseguir nem isso!
e pode soar bem ridículo isso que eu falo, mesmo, pq acabaram de ligar aqui em casa, era do gaac ( grupo de assistência à crianças com câncer ) e me pediram dez reais de ajuda pra uma campanha deles, imagino o quão dolorido seja ter câncer... principalmente quando ainda é criança.
eles lutam pela vida, né? e eu querendo morrer... vez em quando.
isso aconteceu agora e eu me sinto péssima pq ontem quis morrer.
mas eu tinha motivo suficiente, não é? eu tinha! eu tinha mesmo! era um câncer na alma.
ontem eu até comentei isso, que eu vou morrer de duas coisas na vida : ou câncer ou ataque cardíaco...pq eu sou assim, cheia de dor no coração e pus... e eu tento me desdobrar pra esconder isso, na realidade.
mas todo mundo é triste, ryane.todo mundo é triste. faz parte da gente ser assim.
o foda é que a felicidade existe e as vezes ela aparece dá um oi e vai embora e dói dói pra caralho quando ela vai embora.

e vc me fez ter vontade de ficar pra ver qual vai ser o final de tudo isso,
me fez ter vontade de sentir todas as dores insuportáveis dessa vida.
essas feridas da vida. esse absurdo todo nesse caos.

se for pra sangrar, que eu sangre junto à vc.
e eu também tenho muito muito muito, mas eu não sei o que é muito, nem sei do que é feito.
só sei que é muito.

e é exatamente dessa maneira que eu me sinto, quando a aproximação de qualquer pessoa me faz desabar mesmo, e já me senti assim várias vezes,
até já chorei quando me perguntaram ' como vc tá?' e eu chorei.

decadente.

triste decadencia de vida. quando se encontra pelos cantos, com uma garrafa de vodka, entornando-a guela a baixo, só pra criar coragem pra morrer. criar coragem pra ter falta de coragem.
criar coragem pra parar com tudo de uma vez por todas.
triste.

e as pessoas sentem, sabia? eu tenho uma amiga que hoje me ligou, dizendo que desde ontem tentou me ligar e não conseguia, mas que desde ontem ela sentiu muita vontade de me ligar só pra saber como eu estava.
e eu estava ruim, ontem. bem mal mesmo.
e hoje quando ela me ligou e falou comigo e disse que me amava e essas coisas todas, eu fiquei pensando em como ela estaria nesse momento se eu tivesse tido coragem ontem pra enfiar de vez aquela faca nos pulsos e tivesse sentido dor em silêncio e morresse deitada aqui no chão de madeira do meu quarto e fosse encontrada hoje pela manhã, pálida, sem sangue nenhum... tudo pelo chão.
até os sonhos.
e quantos amigos chorariam por mim... e quanta dor eu causaria nas pessoas.
e só pq eu não consigo controlar uma dor que é, de fato, muito insuportável.
eu não sou fraca assim. sou ? tenho amigos que me mandaram mensagens, amigos que hoje cedo me ligaram, outros que nem imaginam que ontem eu tentei morrer, e que hoje falaram coisas como ' eu te amo', ' estou com saudades de vc', e umas coisas que a gente nunca consegue imaginar quando está em desespero.

e eu preciso continuar viva, sabe... pra mostrar que eu sou palhaça e tenho orgulho de ser, pq o mundo é uma palhaçada mesmo, a vida é uma palhaçada, e eu adoro circos.

e pode parecer que tá tudo desorganizado aqui na minha mente, pq realmente tá, mas eu continuo sabendo a ordem do meu teclado pra escrever tudo perfeitamente.
eu nasci pra escrever e pra morrer escrevendo, pq se eu não escrever eu morro logo-logo.
é que por aqui eu desabo sem chorar. desabo a vida e a poesia inteira pelas mãos.
os dedos que freneticamente escrevem escrevem e escrevem.

e pode parecer tudo muito dramático, mas é pq realmente é um drama.
a vida é um drama, uma palhaçada eu já falei.
ontem eu tremia e chorava e gritava e via minhas veias saltando, e as veias que saltavam na minha garganta com choro e gritos e as veias que saltavam nos meus braços, loucos de vontade de esganar as coisas ruins. meus braços loucos de vontade de apertar o meu pescoço e me fazer ir.

quis sumir.

pensei em subir até o ultimo andar do meu prédio, lá em cima onde não tem ninguém,
e terminar a garrafa de vodka sozinha e tropeçar por alí pelas beiradas e morrer sentindo a sensação rápida de liberdade. eu e o ar.

pensei em fazer um monte de coisa que na realidade eu não tenho coragem de fazer.

e quando vc pediu pra eu te esperar 5 minutos e eu falei que não dava, era pq eu tinha certeza de que se eu ficasse 5 minutos te esperando eu ia tirar de mim o único pouco de coragem pra morrer que tinha em mim, e eu estava decidida a morrer.
cacete,
eu só queria morrer ontem.
que triste, que triste.
não vou te dizer que hoje eu acordei com a maior vontade do mundo de viver,
mas é que eu também não to com vontade nenhuma de morrer hoje.
e que se dane esse mal que me fazem.

eu fiquei por todos os que me amam,
por você
e um pouco por mim.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Adeus.

What goes around comes around.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Resquícios de vida.

A queda d'água do meu chuveiro limpa minha pele, limpa o meu cabelo e me faz sentir de alma lavada, como se todos os meus medos estivessem indo embora pelo ralo.
Como se todos os resquícios de dores dessa vida estivessem escorrendo pelos braços e pernas, passando entre os dedos dos meus pés e dizendo adeus.

Cuidadosamente, eu me encosto na parede do banheiro, tentando manter o equilíbrio para que não escorregue e caia - porque é justamente isso que eu mais sei fazer na vida, digo...tomar cuidado para não escorregar e cair - e daí eu vou passando as mãos por entre os cabelos, e dizendo em voz baixa, bem baixinha mesmo : 'vai embora dor... não ouse voltar.'

O ruído que a cama faz enquanto eu me mexo de um lado para o outro, mostra o tamanho da minha vontade, o tamanho da minha angústia, o tamanho da minha felicidade...e todas essas coisas grandes demais que quase não cabem em mim.

Faz silêncio no mundo todo e eu só escuto o barulho do meu ar-condicionado, da minha respiração e das teclas que tenho que apertar pra escrever isso aqui.
Sou notívaga.

É no silêncio da vida que percebo o quanto preciso de mim. O quanto preciso da minha respiração e dos meus dedos.
Talvez eu precisasse de um lápis, mas está escuro e eu não conseguiria escrever num papel a essa hora.
É na paz da madrugada que sinto a sensibilidade maior dos meus dedos, dos meus olhos e dos meus pensamentos.

Encontro-me, exatamente agora, na calmaria do caos.


Afasto os pensamentos, tento escutar o meu próprio coração bater,
olho pro céu e sinto a paz divina. Sinto a fé olhando pra mim e gritando em silêncio : 'Coragem!'

Devo dizer que é complicado escutar um grito em silêncio, é preciso que o coração esteja desarmado.


A lua hoje está cega, surda e muda, e eu já cansei de contar a ela os meus lamentos.

Acendi a luz, me olhei no espelho, vi os olhos cheios de sonhos, falei com voz de sono : ' O mundo é seu. Vai sem medo. Seja forte quando precisar, e nunca deixe de cuidar para não cair. O silêncio da noite é traiçoeiro.'

Quase não me movi mais um segundo, tive medo de fazer barulho.

Era o caos, a ansiedade, o barulho, o silêncio, a paz, tudo misturado nos meus olhos sonhadores.

E permaneço viva, dentro e fora, porque estou.

Estou viva, mais viva do que antes.

Arte de viver.

Estou ansiosa demais.

Estou comendo as unhas,
me descabelando às vezes,
fazendo listinhas,
pensando em coisas demais,
fazendo planos.
Sem conseguir dormir direito,
acordo pensando e durmo pensando.
Estou feliz e aliviada.

Consegui o que eu queria.
Alcancei o meu objetivo,
e agora só quero que o tempo CORRA, pra que eu comece a tornar tudo isso numa realidade... rápido!
Eu quero fazer com que as coisas aconteçam!

Eu sei que eu posso,
eu nunca duvidei disso.

Sempre fiz questão de que acreditassem em mim, e nas palavras que eu digo,
e aqui eu estou pra dizer mais uma vez, acreditem em mim!
Eu sempre acreditei muito em mim, e não tenho do que reclamar...

Eu dou nó em pingo d'água!

Estou adorando quem sou eu até aqui,
e tenho certeza de que vou ser o que quero ser.
Estou trilhando o meu caminho...


Quero mais! Eu sempre quero mais!


Sim, eu posso!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Família, desde sempre para sempre.

Existem momentos de nossa vida que perdemos a noção das coisas acontecendo ao nosso redor.
Começamos a enxergar o mundo do jeito mais cruel que se pode enxergar, e do jeito mais real que se é.
O mundo é cruel mesmo, e ele só é assim devido às pessoas ruins que fazem parte dele.
São nesse momentos que temos a capacidade de reconhecer ainda mais o amor verdadeiro das pessoas que estão próximas a nós.
A nossa família é o vínculo maior que temos aqui nessa vida, a nossa família é uma das coisas mais valiosas dessa vida, e só por isso devemos dar o valor merecido à ela.
Amigos vem e vão, a família é fixa.
O amor familiar não precisa ser conquistado, ele é como o nosso gênese, existe desde o princípio.
Deus nos deu nossa família justamente pra isso.

sábado, 7 de novembro de 2009

My sweet november.

Novembro com os braços abertos me convidou.
Eu obedeci, e cheguei até aqui.
Agora que cresci, que vou fazer duas décadas de vida, posso garantir,
que de todos esse anos, novembro é o mês que mais me atrai.
E talvez por ter essa sensação de que é perto do fim, mas ainda há tempo.
Há tempo de amar mais, há tempo de acabar com o sofrimento antes que o fim chegue, há tempo para abraçar os amigos e amores, há tempo para esquecer por completo o que já passou de ruim, e guardar apenas o que foi bom.
Novembro é doce desde que eu cheguei aqui, nesse mundo.

Só pra provar que novembro é especial, cheguei no último dia, pra trazer felicidade ao mundo que me rodeava.

A minha mãe, outro dia, disse que eu nasci sabendo do que tava fazendo! A cesariana seria mais cara na virada de 30 de novembro para 1 de dezembro.

Novembro me queria e eu queria novembro desde o início.

Sou intuitiva, fazendo merecer.

Os jardins ficam meio esquecidos, mas nada que deixe a beleza de novembro inexistente. Ao contrário disso, a beleza é diferente, dessas que não atrai qualquer pessoa. Beleza dessas, que só os bons sabem valorizar.

Ah novembro!, como eu te amo.
Novembro me faz enxergar que sempre é possível ver de outro lado uma mesma situação! E que essa idéia pode mudar muita coisa na vida, pois faz entender que o sentido que direciona os caminhos pode mudar a todo instante, de acordo com o ponto de referência.

Novembro me faz entender muita coisa, inclusive que estou ficando velha, que estou cada vez mais evoluída mentalmente, espiritualmente e fisicamente.

Novembro é doce, doce, doce.
E que seja sempre doce, doce, doce.

Since november, 1989.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

De tanto desamor, a indecisão.

Estava cheia de ardor no peito, a tal menina queria uma explicação pra o que queimava tanto alí dentro, parecia fogueira de acampamento de juvenis.
Queimava a noite inteira, fazia arder os olhos e as lágrimas saiam dos olhos descontroladamente.
E parecia uma questão de lógica que não fazia sentido. Era tudo muito complicado,
e a menina tentava dizer exatamente o que ela preferia que acontecesse, mas ela não conseguia, e era só falta de coragem. Falta de certeza, até porque, até alí, só haviam dito a ela coisas inseguras.
E ela, acreditando na vida, acreditava cegamente em tudo que lhe falavam.

Acreditou até quando alguém falou que era só o bem que a desejava.
Acreditou até quando a chamaram de bem.

Ah menina!, ...

A fogueira deveria ser apagada. Os olhos deveriam parar de ficar vermelhos e lacrimejantes.
O coração devia ou não apagar a chama?

As opções : Ou ia ou ficava

Se fosse, doeria muito, mas doeria tanto... E seria realidade. Era melhor que ficasse.
Se ficasse, seria dolorido, seria triste, seria bom enquanto ilusão, era melhor que fosse.


As incertezas tomaram conta da menina. Ela se calou. E deixou que a situação fosse como um balde d'água na fogueira, que lentamente apagava, e fazia muita fumaça que ardia ainda mais os olhos e fazia com que tudo fosse um pouco desfocado.

Ela fechou a boca, como decisão definitiva, e desejou boa noite.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

3:17 am, 4 páginas.

' Me arde o peito, de desgosto. E devo dizer - mesmo que me doa muito - que finalmente me tiraram ainda em vida uma das pessoas mais amadas por mim. A metade exilada, arrancada de mim. Você. Não há mais o que ser feito a não ser aceitar essa condição, de ser assim. Eu sigo, sem um pedaço de mim, mas sigo. Te vejo vez em quando, pra não passar tão em branco assim. Ainda bem que existe um escritório entre nós dois. Até mais. '

domingo, 1 de novembro de 2009

Dentro e nunca fora.

Eu quero ser sensitiva, a ponto de nunca esquecer o perfume do Jamil,
o espanhol dono de circo.
Quero lembrar exatamente do jeito engraçado do Jorge, o mexicano jogador de futebol. Que me ensinou que o som do J é como o R. Rórrê.
Do Niklas, que tentou me ensinar a falar alemão, e que me fazia usar aquela blusa com ICH LIEBE DICH algumas várias vezes. E que dizia, com um português um tanto ruim ' Eu gostar de estar com você, mas eu tenho medo de ir e você ficar...'
Porque são pessoas que marcaram. São pessoas que foram amores, por dias.
Amores.

O Eduardo, paulista, que saiu de Pirituba até Guarulhos de ônibus, comigo, com uma mala grande e muito amor no peito. E que viveu comigo a dificuldade de um 'tchau' tão dolorido, e sofreu a dor da despedida, juntamente comigo. Entre toffees, mãos dadas... step by step. Much more than this.
O Cesar, paulista, amigo do Eduardo, que me trouxe poesia, que me fez tremer de amor, que me fez chorar e acreditar que tudo pode realmente ser. E estar. E que pra sempre, vai me fazer cantar don't you shiver?, o meu número sete.

Quero ser sempre assim, sensitiva, pra não esquecer de quando a poesia desaba por dentro, como quando foi com a Marcella, paulista, do céu, do mesmo Deus, quando abraçada à ela, pude saber o real valor da realidade. E pude dizer que assim preferia, a realidade.

A Hannah, paulista, que acordou de madrugada e foi até guarulhos... que me esperou na frente do desembarque, alucinada de amor e ansiedade, assim como eu. E que dividiu um quarto de hotel comigo, só pra estar perto. Entre cigarros e conversas deliciosas.

A Ryane, que me ganhou com pouco tempo, que me levou a entender que estou pelos ares, e que abre - vez em quando - as janelas de sua casa, pra me sentir entrando... Que sorria comigo, passando as mãos bobas pelo corpo, só pra dizer alguma coisa que não fazia sentido nenhum,
mas que era engraçado, não por ser engraçado, mas por ser a gente.

O Luciano, que gostou de mim rápido e posso garantir a reciprocidade. Que me escutou bêbada, falando sobre amor. Que me abraçou forte, mostrando claramente que amor há sempre de pintar por aí.

O Rafael, que entre abraços e silêncio, me fez entender que pra ser especial, basta estar perto e amar. Que foi o último a chegar, e me abraçou mostrando o quão especial eu era, pra ele estar alí.

O Gabriel, que me fez gostar de lagartixas de uma maneira divertida, e que me tratou como uma velha amiga quando necessário. Que me ajudou a carregar as malas do Paraíso até Pirituba e que me abraçou como um velho amigo, também. Que conversou comigo, coisas da vida, me fazendo sentir em casa, mesmo dentro de um ônibus quase meia-noite, voltando pro hotel...

A Lígia, aquela, que sempre me recordo, com amor e samba nos pés, que me faz sentir saudade quando lembro de como me olhou nos primeiros minutos, e como repetia sobre a minha beleza.
Que reagiu de forma desesperada de amor, quando soube que eu estava chegando...

Mando um salve a todos os meus amores, de longe.

A Bruna, que ama o mesmo cara que eu, e que passou a ser a número oito. Falando sobre amor, juntas, chorando e sorrindo.



Quero mandar um salve, pra Renata, pra Mack e pra Nathy, que gostaram da minha voz, rouca e nordestina, cantando pra alegrar os bares e tudo ficar mais suave.

Queria dizer a todos vocês, do mundo inteiro,
que o coração é igual uma pensão de putas, sempre cabe mais um,
e que de alguma maneira,
vocês nunca mais sairão de dentro de mim.





E 'pensão de putas' é só pra lembrar Gabriel García Márquez em O amor nos tempos de cólera...
Quando ele diz : O coração tem mais quartos que uma pensão de putas.






Quero nunca esquecer a calmaria que um dia essa cidade me trouxe,
e do caos que me fez viver nela.
Agradeço.

Sob minha pele.

Cochilei e por minutos pude sonhar coisas lindas. Pude enxergar tanta felicidade futura. Vi tudo o que eu mais desejo. As cores eram exatamente essas de que tanto falei por todos esses vinte anos de vida.
Tive vontade de escrever, porque é exatamente quando eu escrevo que todas as palavras que existem dentro e fora de mim fazem algum sentido. Basta sentar e escrever e tudo se torna realidade para mim.

Acordei com essa sensação de que tudo o que é normal me incomoda demais. E fiquei querendo cantar pra sempre, toda essa poesia que me escorre pelos cantos da boca,
e todas essas oportunidades que tenho entre os dedos.
Tive vontade de nunca mais me deixar esquecer nenhum segundo da poesia. Nada. Tudo.

Tive uma vontade louca de fazer uma viagem até a lua, encontrar estrelas pelo caminho, cumprimentá-las e dizer do apreço que tenho pelo brilho de cada uma delas.
E tive vontade de gritar, alto e em bom tom : O MUNDO É MEU!

É exatamente desse jeito que estou me sentindo agora. Querendo agarrar essa felicidade que - de tão grande - chega a ser sufocante!
Estou falando de uma alegria que faz tudo pulsar, pelo corpo.
Sinto o meu coração batendo até nos fios do meu cabelo, nas unhas pintadas de uma cor que me traz paz,
sinto pulsar nas pernas, e braços e abraços. Eu quero o mundo dentro de mim! Eu quero ter controle do descontrole de tudo!
E quando eu gritar que o mundo é meu, eu quero que todos ouçam. Porque eu quero mesmo é poder mostrar a todos que a felicidade é fácil.
Quero dizer que viver não é difícil e é delicioso!, tão delicioso quanto entrar num banho de água fria quando se morre de calor. Quando se toma um copo d'água gelado, na sede.
Eu tenho sede! Sede de amor, sede de vida, sede de liberdade, sede de ser e estar, sede de nunca mais parar, sede de nunca desistir sem tentar, sede de ir e ficar, de voltar e nunca mais ir...

E estamos todos sob o mesmo céu, estamos todos sob a mesma cápsula protetora/desprotegida,
estamos todos a par de que o mundo tem extremidades, assim com nós com nossos dedos dos pés e os das mãos,
e que cuidar das extremidades, sendo elas nossas ou dos outros, faz parte da felicidade.
Eu posso cuidar de infinitas extremidades. E algumas, por mais distantes que possam estar,
sempre estarão sob os meus cuidados, os meus carinhos, o meu amor to-do.

Porque eu sou assim, to-da.
Me entrego por inteiro a todos os meus amores, e quase não sobra nada de mim pra mim mesma.
Mas eu não nasci pra isso, de qualquer forma.
Eu estou aqui para que deixe que peguem de mim o que acham melhor,
e eu não faço questão que sobre muito de mim. Não agora.
Eu quero que me levem por todos os caminhos desse mundo enorme,
eu quero que me carreguem por aí, pelos corações vagabundos e pelos amores puros.
Eu quero que nunca me esqueçam e assim já restará muito de mim.

I've lived a life that's full,
I travelled each and every highway.
And more, much more than this,
I did it my way.

My way!

Eu quero é correr por entre as árvores dos caminhos de sombra.
Quero é suar pelos caminhos de deserto. E sentir todo o frio que o deserto faz quando a noite chega.
Quero sentir falta de ar, e respirar profundo, pra que entre na pele e nunca mais saia.
Sinto muita vontade de arrancar pedaços de mim e deixar por aí, por cada canto que eu passar.

E assim vou ficando cada vez menos pra mim, e quando a reta final chegar, vou poder dizer coisas que confortem as pessoas ao meu redor : Ei, eu plantei um pedaço de mim em cada solo por onde passei.
E vão existir - com certeza - momentos em que eu irei morder mais do que eu possa mastigar.
Arrependimentos até podem chegar, mas eu nem vou lembrar de muitos deles.
Eu vou ter amado, chorado, sorrido e cuspido da boca tudo o que me deixava mau gosto.


No final, eu vou ver tudo com as cores que eu mais gostei até aqui,
e talvez, a única diferença seja que... terão inventado cores diferentes e que provavelmente,
eu também irei gostar.
Existirão cores novas que me deixarão atraída, que me farão amá-las, que viverão e morrerão comigo.
Porque tudo o que um dia eu gostei, vai comigo. Por entre todos os solos em que hei de passar,
por entre todos as árvores, e gelo, e fogo, e céu e inferno.

Estou aqui pra atrair e ser atraída por tudo o que me faz ser viva. Eu gosto.
Está tudo sob minha pele.