domingo, 22 de novembro de 2009

Picos sentimentais.

Vezes no alto, vezes no baixo. Odeio o meio.
O meio pra mim não faz sentido e nunca fez.

Ou estou feliz demais, ou estou triste.
Ou solto gargalhadas, ou não dou nenhum sorriso amarelo pra fazer de conta que as coisas estão bem.

Então eu prefiro caminhar sem parar se não tiver motivo pra ficar parada no mesmo lugar,
ou então eu fico parada e até sento, se fizer sentido fazer isso.
Mas eu nunca vou sentar de tão cansada por esperar.

Eu gosto mesmo é de que as coisas cheguem aos seus extremos. E os extremos, ah, esses sim me fazem sentir viva.
Essa coisa de morno não funciona comigo. Ou é quente fervendo, ou é frio congelante.
Ou eu abro os olhos ou os fecho de uma vez por todas.
Ou grito ou me calo pra sempre.
Ou falo ou conheço o mudo a fundo.

GostodeextremidadeS.

Eu procuro ficar fora de problemas, tento entender todos, tento acalmar os ânimos, tento, tento, tento.
Mas se não consigo, eu desisto. Mas só desisto por uns dias, uns meses quem sabe, mas nada que seja assustador como a palavra é.

Eu sempre ando tentando, como se fizesse parte de mim ser assim, e como se eu precisasse ser assim pra estar nas extremidades.
Ou é ou não é.

E são coisas que me afetam sempre... essas minhas extremidades infernais. De chorar, de gritar, de espernear, de dizer 'adeus' ao invés de 'tchau'.
Eu quase morro sempre que essas coisas me surgem.
E choro toda a água do meu corpo, e é muita água. Aí, vou à geladeira, pego a garrafa de água bem gelada, encho vários copos e me encho de novo, só pra esvaziar continuamente.
E vou, seguindo, vendo tristeza até onde não tem.

E quando a extremidade é dessas de fazer flutuar, de tão leve, eu me sinto beijando os pés de Deus lá no alto do céu, nas mansões celestiais e dizendo 'quero descer, só pra dizer ao mundo inteiro qual a textura das nuvens.'.
E daí eu dou tanta risada bonita, e encho os olhos de esperança. E saio fazendo caminhos com cheiro que a felicidade tem, por aí, pelos jardins dessa vida.
Vejo beleza até onde não tem.

São picos sentimentais, desses que nos fazem cair e levantar.
Mas eu nunca gosto de estar mais ou menos isso, mais ou menos aquilo.
Ou é ou não é. Já disse.

Felicidade é transbordante. Tristeza também.

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