terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sobre saudade, por mim e por Marcella Klimuk

Hoje enquanto eu me arrumava pra ir à minha prova de inglês,
tive a oportunidade de encontrar uma grande amiga na internet, e conversamos um pouco - embora eu já estivesse atrasada - e falamos de saudade.
Há alguns meses que eu não a vejo. E vocês devem saber que saudade dói. Aperta o peito.
Machuca, né?

E enquanto conversávamos, sentimos a sinceridade uma da outra. A necessidade. A falta que uma faz à outra...

Tive que ir. E mesmo assim não tirei da minha cabeça as coisas que havia lido, que havia escrito...
Voltei pra casa e me deparei com uma surpresa muito, muito agradável e emocionante : Um texto feito em minha homenagem, por ela.

" Sobre saudade

escutei mombojó ontem no metrô e naquele ruído intenso subterrâneo pensei na melodia boa que sua voz soou durante alguns dias em meus ouvidos. e dentro de mim bateu a saudade que dói e que me faz te amar mais ainda. num impulso te mandei uma mensagem sincera de saudade no celular e você me respondeu em dobro, sabendo o que dizer, do paraíso, da minha ausência-paulistana, do nosso amor. e no fim, você entende que são paulo me consome até o talo, que o cinza me arrasta pra longe (fisicamente), mas nossos corações estão sempre juntinhos. e toda essa pressão acadêmica e social me consome e me faz sentir falta de (te) amar, portanto isso é uma questão de fase, porque na maioria dos meus dias, vivo pra amar e vivo (te) amando.
e hoje ao falar sobre nordeste, são paulo, cinza, interior, a nossa realidade - boa e ruim-, as nossas almas que se encontraram nesse deserto, a verdadeira poesia desabando por dentro, e desabamos em lágrimas espontâneas, eu aqui, você aí. o quanto eu encontrei de mim em você e muito de você em mim. até nosso sorriso tem semelhança. algo que só nós entendemos, muito mais profundo que, a princípio, não imaginávamos.
eu quero tanto sentir seu coração batendo junto com o meu, nesses peitos loucos de amor, sabendo que o mundo inteiro está contra a gente. mas nós amamos e amamos e amamos. e não sabemos nos entregar pela metade, a gente mergulha de corpo e alma e bate a cabeça até (não) cansar.
traga seu nordeste calmo e quente pra mim. eu vou lhe ensinar a não enlouquecer nessa cidade caótica e linda ao mesmo tempo. venha absorver tudo que são paulo tem de melhor, vamos conhecer o avesso do avesso do avesso do avesso que é a própria cidade nas suas esquinas, bares e malandragens. vamos fumar nossos cigarros lá fora do bar, de pé, na calçada e respirar o ar fresco de são paulo ao anoitecer. vem viver ao meu ladinho, me socorrer dessa saudade que corrói. quero sentir o gosto de nordeste no suco de maracujá e na lasanha descongelada, sentir seu cheiro de perfumes caros e doces que você tem. escutar que esse é o nosso reino da alegria. quero dançar e gritar num show do mombojó com você e te carregar pro palco pra dançar comigo, frenetimente, pra esquecermos o mundo todo juntas.
eu quero um samba pra me aquecer, quero algo pra beber, quero você
peça tudo que quiser. quantos sambas agüentar dançar, mas não esqueça do seu trato da hora de parar, só vamos embora quando tudo terminar. eu vou te levar aonde você quer chegar, eu tenho a chave nada impede a vida acontecer. deixe-se acreditar, nada vai te acontecer. tudo pode ser, nada vai acontecer, não tema, esse é o reino da alegria. vamos viver na íntegra tudo isso. vamos sumir nessa massa cinzenta paulistana juntas. "

Nenhum comentário:

Postar um comentário