quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Inspiração

Vem do 'não' e do 'sim'.

A minha inspiração vem do que aconteceu e do que jamais acontecerá.
Vem do que dói e corta os pulsos da alma, sem nenhum sangue jorrar.
Do que não dói e vem de fora, dos outros.

Tudo que eu escrevo, geralmente, são palavras vomitadas pelas mãos. Coisas que precisam sair.
A maneira como eu escrevo é a maneira como eu sinto.

A inspiração vem da direção contrária e da mesma direção.
Vem de quem me segue e de quem nem sabe por onde eu vou.
Do desconhecido. Do bastante conhecido.

Às vezes, sofro sem nunca ter sofrido. E amo sem nunca ter amado de verdade.
Às vezes, choro pelos dedos, pelo pedaço de papel. Outras, dou risadas em silêncio,
em cada uma ou duas palavras que desenho.
Isso!, desenhar.
Eu desenho a vida. Escrevo a vida de maneira desenhada. Desenho a vida de maneira escrita.

Minha inspiração tem vindo de dores alheias, de amores alheios,
de cortes nas almas alheias. E dos meus amores, e minhas dores.
Inspiração é o ato de sugar - o ar- as coisas pra dentro do organismo.
Expiração é o ato de por pra fora depois.

Inspiro e expiro, o tempo todo.
Respiro.

Enquanto chega ou não chega, estou pronta.
É madrugada, está tudo em silêncio.

Iluminar o espírito. Não importa ser meu ou de outrem. Iluminar o espírito.

A inspiração que vem da música.
A inspiração que vem da vida.
Da lágrima caída. Do amor não-correspondido.
Do amor mais correspondido de todos. Do sorriso dado, e do recebido.
Do dia de glória, e o de perda.
Dos pássaros. Do sol, da chuva, da lua, da noite e do dia.

'Escrever é uma salvação. Escrever é procurar entender. Escrever é abençoar uma vida que não foi abençoada' C.L


Inspire-se.

Meu português jamais acabará.


[ Dedico esse texto aos meus amigos Danilo Euzébio e Flávio Sousa, que um dia, curiosos, quiseram saber de onde surgiam tantas palavras. ]

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