domingo, 18 de outubro de 2009

Os pés e o coração.

O que se pode fazer quando o que insiste em acontecer é tudo que não se quer?, e quando tudo que se quer é tudo que não se faz?, e tudo que se faz é de fazer amar e desamar!?

Mas que dor é essa, minha gente?
E de onde vem toda essa água?
Me digam, vocês que são inteligentes,
de onde vem toda essa lágrima?

Essa desarmonia. O desandar das coisas.
O caminhar meio tropeçado,
a garganta travada. A fala que não sai.
A palavra que quer ir, mas fica.

O grito que vai, mas deveria ter ficado.
Calado.
As surpresas desagradáveis.

Tenho pressa! - pra ver a graça da desgraça, o choro do feliz, o sorriso do infeliz, a palavra nunca dita, o tapa nunca antes dado,
a pedra lançada...

Tenho pressa e quero com urgência! - toda a mudança de uma vida. Todo um sistema diferenciado do de antes.

Mas que amor é esse, minha gente?
Que nunca existiu e só iludiu!
Destruiu o alicerce e desfez até o projeto.
Que loucura!
Que loucura!

Tenho pressa, pra ser gente grande e nunca mais me arrepender de ter crescido.
De correr pelas ruas sem escorregar um só segundo, e nunca tropeçar nas pernas bambas
de tanta felicidade, de tanta emoção.

Ai, ai, coração, guenta!

O que se faz quando tudo que se quer ... ?

Eu quero, eu vou atrás, e vou caminhar até meus pés sangrarem.
A alma já sangra há tanto tempo... E eu continuo viva.
Quem dirá os pés, tadinhos...

Ai, ai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário