Ele disse que pra ele qualquer tarde era tarde.
Qualquer dia era cama.
Ela respondeu que qualquer cama era sexo.
Ele gostou. E ela continuou dizendo que qualquer sexo era romance.
Ele afirmou que qualquer romance seria bad trip.
Ela brincou, dizendo que qualquer bad trip seria um beck errado.
Ele disse que isso era muita besteira em pouco tempo.Disse também que pra partir do beck tava complicado, e ela, malandra, esperta, ligada na vida, desligada de tudo, tentou continuar a brincadeira, dizendo que qualquer beck errado era uma casa caída.
E qualquer casa destruída era uma família desfeita.
Uma família desfeita é problema social. Problema social é culpa do governo. O governo é culpa do povo.
O povo, meu Deus!, pede por socorro!
E o socorro, meu irmão,
vem da tarde, do dia, da cama, do sexo, do romance, da good trip, do beck, da casa reconstruída, da nova família, dos agentes sociais, do governo filho da puta, o socorro vem de Deus.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Uma carta para alguém
Olha você,
eu não sei aonde te dói, nem o que te dói, muito menos por quê dói. Mas vou te falar que de dor eu entendo.
De dor interna, aquela que destrói com todo o resto do corpo. A dor do coração, da alma.
Essa é a pior.
Hoje eu decidi que iria escrever pra você. Pensei em tantas coisas, quis me imaginar no futuro, doendo como agora.
E como doeu...
É que no futuro as coisas parecem um pouco mais brutais, assim, sem pena.
Como se a idade fosse parte do contrato de vida : Art.4 Quem tiver acima de vinte anos merece sentir as dores de uma vez. Sem sedativos. Doa a quem doer.
A vida é sem dó.
Nem piedade. Nem porra nenhuma.
A vida dói na gente, como se fosse pra descontar a raiva por estar viva. Sacanagem.
Em forma de amor, em forma de desamor, em forma de faca, de revólver, em forma de distância, em forma de saudade. A vida dói pra caralho e ninguém faz nada.
Mas também, né? Quem poderia fazer alguma coisa?
Dói na hora do parto e dói na hora do velório. É assim e sempre vai ser. Não há o que mudar nem como mudar.
A vida é deixar ser como será.
Mas que dói, dói.
Hoje eu resolvi escrever essa carta pra você, e vou direto ao ponto... me falaram que você é bom em massagear coração e alma. Isso é fato ou ficção?
Quem é você? Ah vá...
Aguardo respostas.
Amor,
Eu.
eu não sei aonde te dói, nem o que te dói, muito menos por quê dói. Mas vou te falar que de dor eu entendo.
De dor interna, aquela que destrói com todo o resto do corpo. A dor do coração, da alma.
Essa é a pior.
Hoje eu decidi que iria escrever pra você. Pensei em tantas coisas, quis me imaginar no futuro, doendo como agora.
E como doeu...
É que no futuro as coisas parecem um pouco mais brutais, assim, sem pena.
Como se a idade fosse parte do contrato de vida : Art.4 Quem tiver acima de vinte anos merece sentir as dores de uma vez. Sem sedativos. Doa a quem doer.
A vida é sem dó.
Nem piedade. Nem porra nenhuma.
A vida dói na gente, como se fosse pra descontar a raiva por estar viva. Sacanagem.
Em forma de amor, em forma de desamor, em forma de faca, de revólver, em forma de distância, em forma de saudade. A vida dói pra caralho e ninguém faz nada.
Mas também, né? Quem poderia fazer alguma coisa?
Dói na hora do parto e dói na hora do velório. É assim e sempre vai ser. Não há o que mudar nem como mudar.
A vida é deixar ser como será.
Mas que dói, dói.
Hoje eu resolvi escrever essa carta pra você, e vou direto ao ponto... me falaram que você é bom em massagear coração e alma. Isso é fato ou ficção?
Quem é você? Ah vá...
Aguardo respostas.
Amor,
Eu.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Some
Eu não quero que você me acorde com seus lábios. Não quero o seu toque. Nem quero mais que você me olhe com aquele seu olhar de ternura e diga que me ama. Ou que você compre vinhos caros pra mim. Não quero que lave as taças. Não quero que me chame de “meu amor”. Não quero nem ser o seu amor.
Eu não quero que você me beije nos olhos, como se tentasse sugar deles o brilho. Eu não quero um abraço seu.
Eu não quero que você aperte o botão do controle remoto da sua televisão, tentando disfarçar de que iremos ver um filme. Desse filme eu já estou cansada!
Eu não quero que você me peça perdão por todas as coisas ridículas que um dia já me falou. Eu não quero que você me veja chorar e peça pra que eu pare, como se estivesse sendo dolorido pra você me ver chorar.
Eu vejo que você gosta mesmo é de lamber as minhas lágrimas e gritar vitória.
Tudo o que eu mais preciso agora, é tudo o que menos precisei um dia. Você, você bem longe de mim.
Eu cansei de você ser o maior motivo pra minha desmotivação.
Eu cansei dos beijos doces com finais amargos. Eu cansei das suas mãos. Cansei até dos seus cabelos, imagina?!
Cansei da sua voz e da sua boca.
Eu quis, eu tive, eu não quero. Então por favor, já pode ir embora!
A porta está aberta, da mesma forma que esteve quando te deixei entrar. Já pode sair...
Eu não quero você no meu céu. Eu odeio imaginar você em qualquer outro céu desse mundo, mas vá. Vá.
Eu quero você bem longe, porque cansei de te querer tão perto. Porque quando você está perto, você sempre acaba me fazendo mal. Você raramente me fez bem e digo isso aqui para que quando um dia tiveres a oportunidade de ler, saibas.
Quero que você saiba muito pouco sobre mim. Quero que um dia você me veja em qualquer lugar desse mundo por acaso, e pense sozinho, de mãos dadas com alguma mulher mais ou menos bonita que aceite quem você é, do jeito que você “Eu poderia ter mudado por ela. Eu poderia ter sido melhor”.
Eu não quero nada de você, na verdade. Só quero que vá. Esse é o meu único pedido real, mais real do que o pedido de “ me beije”.
Então vai. Eu já cansei de você ser a minha inspiração ruim.
Some.
Eu não quero que você me beije nos olhos, como se tentasse sugar deles o brilho. Eu não quero um abraço seu.
Eu não quero que você aperte o botão do controle remoto da sua televisão, tentando disfarçar de que iremos ver um filme. Desse filme eu já estou cansada!
Eu não quero que você me peça perdão por todas as coisas ridículas que um dia já me falou. Eu não quero que você me veja chorar e peça pra que eu pare, como se estivesse sendo dolorido pra você me ver chorar.
Eu vejo que você gosta mesmo é de lamber as minhas lágrimas e gritar vitória.
Tudo o que eu mais preciso agora, é tudo o que menos precisei um dia. Você, você bem longe de mim.
Eu cansei de você ser o maior motivo pra minha desmotivação.
Eu cansei dos beijos doces com finais amargos. Eu cansei das suas mãos. Cansei até dos seus cabelos, imagina?!
Cansei da sua voz e da sua boca.
Eu quis, eu tive, eu não quero. Então por favor, já pode ir embora!
A porta está aberta, da mesma forma que esteve quando te deixei entrar. Já pode sair...
Eu não quero você no meu céu. Eu odeio imaginar você em qualquer outro céu desse mundo, mas vá. Vá.
Eu quero você bem longe, porque cansei de te querer tão perto. Porque quando você está perto, você sempre acaba me fazendo mal. Você raramente me fez bem e digo isso aqui para que quando um dia tiveres a oportunidade de ler, saibas.
Quero que você saiba muito pouco sobre mim. Quero que um dia você me veja em qualquer lugar desse mundo por acaso, e pense sozinho, de mãos dadas com alguma mulher mais ou menos bonita que aceite quem você é, do jeito que você “Eu poderia ter mudado por ela. Eu poderia ter sido melhor”.
Eu não quero nada de você, na verdade. Só quero que vá. Esse é o meu único pedido real, mais real do que o pedido de “ me beije”.
Então vai. Eu já cansei de você ser a minha inspiração ruim.
Some.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Olhos de anjo, pele de nuvem
Você pode até pensar que eu sou assim, um pouco egoísta. Essa coisa de 'olhar muito pro próprio umbigo' e tal. Talvez seja mesmo.
Talvez eu seja tão egoísta que queira ter todos pra mim, e talvez por isso eu tenha essa minha mania de querer ser agradável com todo mundo.
Na verdade, eu tenho alguns anos nessa vida, nesse mundo, e já conheci gente da pior laia. Conheci pessoas muito boas também.
Conheci pessoas boas que aos poucos se mostraram ser ruins. Conheci pessoas muito ruins que aos poucos conseguiram se tornar em pessoas muito boas.
Conheci gente que se fazia de gente quando na verdade, era animal irracional.
Conheci animal que se fazia de animal e na verdade era mais fiel que muita gente.
Eu já conheci criaturas e criaturas.
Eu já tive as melhores decepções da minha vida. Magoei pessoas e pedi perdão. Magoei alguns e não tive a oportunidade de pedir perdão.
Muita gente me feriu também. Algumas pessoas me machucaram tanto que até sangrou. Algumas outras pessoas me machucaram superficialmente, e logo o tempo curou. Poucas pessoas me pediram perdão, mas as que me pediram perdão foram pessoas de carne e osso, que como eu, precisam às vezes baixar a cabeça e reconhecer o próprio erro.
Eu tive que reconhecer o meu erro muitas vezes. Já chorei de arrependimento. Já fiz que pessoas chorassem de arrependimento. Sem notar, fiz com que pessoas me odiassem. Querendo, também as fiz me odiarem.
Mas olha, eu já fiz gente me amar muito mais nessa vida. Posso dizer que tenho mais amores que qualquer outra coisa ruim na vida.
Devo ter mais amores que saúde, até.
Tenho que dizer que tomei café com amigos que hoje não lembram mais o meu nome. Quem dirá sobrenome.
Eu já dividi noites, garrafas de cerveja, cigarros, comida, dinheiro, roupas, sabonete, espaço, com pessoas que hoje mal me olham quando me encontram na rua.
Lembro que chorei no ombro de uma mulher que falava português no mesmo exterior em que eu me encontrava. Seu nome deveria ser bem doce, mas eu não tive tempo de perguntá-la sobre isso. Ela apareceu, me deu seu ombro, eu chorei, e aí ela foi embora. Disse um 'tchau' e só então eu entendi que ela também era brasileira. Me arrependi de não ter contado a ela o que eu estava sentindo. Eu até arranhei um pouco o meu inglês, disse 'sad' e ' tired', mas talvez ela nem falasse inglês. Era uma brasileirinha, como eu. Doce.
Foi embora.
Um monte de gente assim já foi embora da minha vida. Foram pessoas que talvez ensaiaram um ' eu te amo' na frente de qualquer espelho antes de me encontrar. Algumas conseguiram me olhar nos olhos e falar. Outras, ficaram ensaiando a vida inteira. Morreram assim, tentando. E eu espero que tenham morrido em paz.
Você já olhou nos olhos de alguém tão profundamente que achou que estivesse olhando os olhos de um anjo? Você já tocou na pele de alguém e achou que estivesse tocando em nuvens?
Isso aconteceu algumas vezes comigo. Mas devo ser sincera... foram com poucas, pouquíssimas pessoas.
Tem gente que tem essa habilidade de levar a gente no céu.
Eu queria muito ter um corpo perfeito e uma alma melhor ainda, mas eu não sou assim. Eu tento, e talvez eu morra tentando. Espero que eu tenha uma morte em paz.
Uma vez eu abracei uma estranha, era gordinha, e chorava muito. Tinha uma multidão ao redor dela, e ninguém estava com ela. Incrível né? Essas coisas acontecem com a gente. Às vezes a gente tá rodeado de um milhão de pessoas e não tem ninguém com a gente. Eu abracei, e falei que estava tudo bem. Um tempo depois, eu soube que eu tinha olhos de anjo e pele com textura de nuvens. Outro tempo depois eu não era nada. Eu era uma egoísta que olhava pro próprio umbigo.
Eu espero que as pessoas um dia me enxerguem como anjo. E espero ainda mais que elas não queiram ver o demônio que existe em mim. Não que eu goste de deixar que o demônio que existe em mim seja usado. Na verdade, eu sou mais anjo que demônio. Mas tem uma coisa que aparece de vez em quando, que só os outros enxergam. Eu não consigo ver direito, porque quando as pessoas enxergam isso, eu geralmente estou cega. E quando estou cega eu não tenho o controle da situação. As pessoas que me conhecem na carne/na alma/ no coração sabem disso.
Tenho uma tia que uma vez resolveu jogar as minhas qualidades numa conversa. Ela falava sobre as coisas boas que eu fazia aos outros. Lembro da parte em que ela dava ênfase umas três vezes seguidas ao ' um coração enorme.' Essa mesma tia, nesse mesmo discurso disse, com ênfase ' mas o gênio é forte, uma vez, se ela tivesse de carro, passsava por cima de mim. '. Nós temos uma relação maravilhosa. Mas eu estava cega. E é isso o que acontece quando passam por cima das minhas regras, dos meus limites.
Bom, eu não gosto de dizer ' não pise no meu calo' ou ' cuidado comigo, eu sou nervosa' ou coisas assim. Claro que não! Eu não preciso dizer isso a ninguém, afinal, deixo aberta a porta da minha casa, entra quem quiser e achar que pode.
Não lembro a data, nem o dia da semana, mas era noite e eu estava num bar com uns amigos. A gente podia ver a movimentação ao redor das mesas que estavam quase na rua, e tinha um moleque moreninho, muito malandro, cheio de correntes, tinha perdido um dente da frente, e ainda assim tinha um sorriso muito bonito. Ele era traficante. Dava pra ver. E ele sorria pro nada. Ele simplesmente sorria. Ele deveria estar bem chapado aquela hora da noite. Mas ele sorria, e antes de a gente sair do bar, eu comprei uma lata de guaraná antártica, dei na mão dele e falei algo meio assim ' ó, comprei pra ti moleque. cuida da tua vida e do teu sorriso. tu é muito bonito pra se perder assim. fica com Deus'. E aí antes de entrar no carro eu vi mais uma vez o sorriso banguela daquele moleque malandro, e um 'muito obrigado, moça'. Sei lá o que aquele moleque é hoje na vida. Espero que se ele tenha morrido, que tenha sido em paz.
Com 13 anos eu me apaixonei por um menino malandro. Ele era muito bonito, mas a casa dele era a Febem. Eu fazia visitas à Febem e levava comidas, roupas e itens de higiene, o nome dele eu sabia : Luciano. Ele não sabia ler, escrever. Mas ele era inteligente. Só usava a inteligência dele pra fazer o mal. Um dia o Luciano me fez um desenho lindo. Tinha um mar, um sol, umas árvores e nós dois. Ele era mais velho que eu, tinha uns 15 anos.
A mãe de um amigo meu conseguiu a liberdade dele por uns fins de semana. Aí ele saia da Febem e dormia de sábado pra domingo na casa deles. Ele era obediente. Ele entendia que alí existiam pessoas com boas intenções. Ele entendia que alí era amor. Ele nunca fez nada de errado nos fins de semana que tinha condicional. Mas eu tinha medo dele, no fundo. Embora gostasse, tinha medo. Um dia eu soube que ele havia fugido da Febem. Nunca mais eu o vi.
Eu acho que ele tinha olhos de anjo. Não sei a pele. Mas os olhos eram de anjo. Mais uma pessoa que não sei por onde anda. Se morreu, bom, que tenha sido em paz.
Tem muita gente viva que passou por mim. Tem muita gente morta que anda por aí. Tem muita gente que acha que vive. Gente que acha que morreu.
Tudo bem. Eu sou uma pessoa muito egoísta. Eu queria ter o mundo inteiro nas minhas duas mãos. Mas eu dou confiança às pessoas que passam por mim. E tenho o direito de cobrar a cofiança delas, não tenho ? Eu tenho certeza que tenho. E nas minhas certezas só eu posso opinar! Nas minhas incertezas, só você pode mexer.
Talvez eu seja tão egoísta que queira ter todos pra mim, e talvez por isso eu tenha essa minha mania de querer ser agradável com todo mundo.
Na verdade, eu tenho alguns anos nessa vida, nesse mundo, e já conheci gente da pior laia. Conheci pessoas muito boas também.
Conheci pessoas boas que aos poucos se mostraram ser ruins. Conheci pessoas muito ruins que aos poucos conseguiram se tornar em pessoas muito boas.
Conheci gente que se fazia de gente quando na verdade, era animal irracional.
Conheci animal que se fazia de animal e na verdade era mais fiel que muita gente.
Eu já conheci criaturas e criaturas.
Eu já tive as melhores decepções da minha vida. Magoei pessoas e pedi perdão. Magoei alguns e não tive a oportunidade de pedir perdão.
Muita gente me feriu também. Algumas pessoas me machucaram tanto que até sangrou. Algumas outras pessoas me machucaram superficialmente, e logo o tempo curou. Poucas pessoas me pediram perdão, mas as que me pediram perdão foram pessoas de carne e osso, que como eu, precisam às vezes baixar a cabeça e reconhecer o próprio erro.
Eu tive que reconhecer o meu erro muitas vezes. Já chorei de arrependimento. Já fiz que pessoas chorassem de arrependimento. Sem notar, fiz com que pessoas me odiassem. Querendo, também as fiz me odiarem.
Mas olha, eu já fiz gente me amar muito mais nessa vida. Posso dizer que tenho mais amores que qualquer outra coisa ruim na vida.
Devo ter mais amores que saúde, até.
Tenho que dizer que tomei café com amigos que hoje não lembram mais o meu nome. Quem dirá sobrenome.
Eu já dividi noites, garrafas de cerveja, cigarros, comida, dinheiro, roupas, sabonete, espaço, com pessoas que hoje mal me olham quando me encontram na rua.
Lembro que chorei no ombro de uma mulher que falava português no mesmo exterior em que eu me encontrava. Seu nome deveria ser bem doce, mas eu não tive tempo de perguntá-la sobre isso. Ela apareceu, me deu seu ombro, eu chorei, e aí ela foi embora. Disse um 'tchau' e só então eu entendi que ela também era brasileira. Me arrependi de não ter contado a ela o que eu estava sentindo. Eu até arranhei um pouco o meu inglês, disse 'sad' e ' tired', mas talvez ela nem falasse inglês. Era uma brasileirinha, como eu. Doce.
Foi embora.
Um monte de gente assim já foi embora da minha vida. Foram pessoas que talvez ensaiaram um ' eu te amo' na frente de qualquer espelho antes de me encontrar. Algumas conseguiram me olhar nos olhos e falar. Outras, ficaram ensaiando a vida inteira. Morreram assim, tentando. E eu espero que tenham morrido em paz.
Você já olhou nos olhos de alguém tão profundamente que achou que estivesse olhando os olhos de um anjo? Você já tocou na pele de alguém e achou que estivesse tocando em nuvens?
Isso aconteceu algumas vezes comigo. Mas devo ser sincera... foram com poucas, pouquíssimas pessoas.
Tem gente que tem essa habilidade de levar a gente no céu.
Eu queria muito ter um corpo perfeito e uma alma melhor ainda, mas eu não sou assim. Eu tento, e talvez eu morra tentando. Espero que eu tenha uma morte em paz.
Uma vez eu abracei uma estranha, era gordinha, e chorava muito. Tinha uma multidão ao redor dela, e ninguém estava com ela. Incrível né? Essas coisas acontecem com a gente. Às vezes a gente tá rodeado de um milhão de pessoas e não tem ninguém com a gente. Eu abracei, e falei que estava tudo bem. Um tempo depois, eu soube que eu tinha olhos de anjo e pele com textura de nuvens. Outro tempo depois eu não era nada. Eu era uma egoísta que olhava pro próprio umbigo.
Eu espero que as pessoas um dia me enxerguem como anjo. E espero ainda mais que elas não queiram ver o demônio que existe em mim. Não que eu goste de deixar que o demônio que existe em mim seja usado. Na verdade, eu sou mais anjo que demônio. Mas tem uma coisa que aparece de vez em quando, que só os outros enxergam. Eu não consigo ver direito, porque quando as pessoas enxergam isso, eu geralmente estou cega. E quando estou cega eu não tenho o controle da situação. As pessoas que me conhecem na carne/na alma/ no coração sabem disso.
Tenho uma tia que uma vez resolveu jogar as minhas qualidades numa conversa. Ela falava sobre as coisas boas que eu fazia aos outros. Lembro da parte em que ela dava ênfase umas três vezes seguidas ao ' um coração enorme.' Essa mesma tia, nesse mesmo discurso disse, com ênfase ' mas o gênio é forte, uma vez, se ela tivesse de carro, passsava por cima de mim. '. Nós temos uma relação maravilhosa. Mas eu estava cega. E é isso o que acontece quando passam por cima das minhas regras, dos meus limites.
Bom, eu não gosto de dizer ' não pise no meu calo' ou ' cuidado comigo, eu sou nervosa' ou coisas assim. Claro que não! Eu não preciso dizer isso a ninguém, afinal, deixo aberta a porta da minha casa, entra quem quiser e achar que pode.
Não lembro a data, nem o dia da semana, mas era noite e eu estava num bar com uns amigos. A gente podia ver a movimentação ao redor das mesas que estavam quase na rua, e tinha um moleque moreninho, muito malandro, cheio de correntes, tinha perdido um dente da frente, e ainda assim tinha um sorriso muito bonito. Ele era traficante. Dava pra ver. E ele sorria pro nada. Ele simplesmente sorria. Ele deveria estar bem chapado aquela hora da noite. Mas ele sorria, e antes de a gente sair do bar, eu comprei uma lata de guaraná antártica, dei na mão dele e falei algo meio assim ' ó, comprei pra ti moleque. cuida da tua vida e do teu sorriso. tu é muito bonito pra se perder assim. fica com Deus'. E aí antes de entrar no carro eu vi mais uma vez o sorriso banguela daquele moleque malandro, e um 'muito obrigado, moça'. Sei lá o que aquele moleque é hoje na vida. Espero que se ele tenha morrido, que tenha sido em paz.
Com 13 anos eu me apaixonei por um menino malandro. Ele era muito bonito, mas a casa dele era a Febem. Eu fazia visitas à Febem e levava comidas, roupas e itens de higiene, o nome dele eu sabia : Luciano. Ele não sabia ler, escrever. Mas ele era inteligente. Só usava a inteligência dele pra fazer o mal. Um dia o Luciano me fez um desenho lindo. Tinha um mar, um sol, umas árvores e nós dois. Ele era mais velho que eu, tinha uns 15 anos.
A mãe de um amigo meu conseguiu a liberdade dele por uns fins de semana. Aí ele saia da Febem e dormia de sábado pra domingo na casa deles. Ele era obediente. Ele entendia que alí existiam pessoas com boas intenções. Ele entendia que alí era amor. Ele nunca fez nada de errado nos fins de semana que tinha condicional. Mas eu tinha medo dele, no fundo. Embora gostasse, tinha medo. Um dia eu soube que ele havia fugido da Febem. Nunca mais eu o vi.
Eu acho que ele tinha olhos de anjo. Não sei a pele. Mas os olhos eram de anjo. Mais uma pessoa que não sei por onde anda. Se morreu, bom, que tenha sido em paz.
Tem muita gente viva que passou por mim. Tem muita gente morta que anda por aí. Tem muita gente que acha que vive. Gente que acha que morreu.
Tudo bem. Eu sou uma pessoa muito egoísta. Eu queria ter o mundo inteiro nas minhas duas mãos. Mas eu dou confiança às pessoas que passam por mim. E tenho o direito de cobrar a cofiança delas, não tenho ? Eu tenho certeza que tenho. E nas minhas certezas só eu posso opinar! Nas minhas incertezas, só você pode mexer.
Antipatia
Vocês me fizeram criar antipatia. Sabe?
Eu costumava gostar tanto de olhar pra vocês. Gostava tanto de fazer parte do grande plano.
E essa porra de grande plano todo quem começou fui eu.
Mas não. Agora não. Agora eu sinto vontade que você simplesmente sumam da minha frente.
Eu vivo diariamente num fiasco. Um puta fiasco que me faz enxergar uma linha. Como a linha da paciência. E eu estouro com muita facilidade. Eu perco a paciência. Eu quero quebrar a cara de qualquer filho da puta que tente atrapalhar meu caminho!
É uma coisa que sai do meu controle.
E aí, quando em algum momento eu me encontro em paz, vocês vem com toda essa patifaria de tentar desfazer a minha felicidade. De tentar atrapalhar. Caralho!, Caralho!, quantas vezes eu vou precisar dizer que eu não preciso do cuidado de vocês. Ou dessa coisa que vocês pensam ser cuidado.
Eu não preciso que acreditem na minha fé. Não preciso que rezem por mim. Eu não preciso que vocês falem de Deus e atuem como o capeta.
Porra! Parem! Parem com toda essa farsa... de falar de amor e pregar o ódio! Vocês não devem nem ter noção do tamanho do ódio que me fazem enxergar – e que passa a existir dentro de mim – quando os vejo perto.
Eu ando tão fácil, ultimamente... que se eu beber metade de um copo de cerveja, eu começo a soltar o verbo. E acreditem, acreditem muito no que eu digo : vocês não iam gostar do que tenho pra falar quando resolver abrir a boca.
Tem muita coisa podre que só quem é cego, surdo e mudo não sabe.
Eu costumava gostar tanto de olhar pra vocês. Gostava tanto de fazer parte do grande plano.
E essa porra de grande plano todo quem começou fui eu.
Mas não. Agora não. Agora eu sinto vontade que você simplesmente sumam da minha frente.
Eu vivo diariamente num fiasco. Um puta fiasco que me faz enxergar uma linha. Como a linha da paciência. E eu estouro com muita facilidade. Eu perco a paciência. Eu quero quebrar a cara de qualquer filho da puta que tente atrapalhar meu caminho!
É uma coisa que sai do meu controle.
E aí, quando em algum momento eu me encontro em paz, vocês vem com toda essa patifaria de tentar desfazer a minha felicidade. De tentar atrapalhar. Caralho!, Caralho!, quantas vezes eu vou precisar dizer que eu não preciso do cuidado de vocês. Ou dessa coisa que vocês pensam ser cuidado.
Eu não preciso que acreditem na minha fé. Não preciso que rezem por mim. Eu não preciso que vocês falem de Deus e atuem como o capeta.
Porra! Parem! Parem com toda essa farsa... de falar de amor e pregar o ódio! Vocês não devem nem ter noção do tamanho do ódio que me fazem enxergar – e que passa a existir dentro de mim – quando os vejo perto.
Eu ando tão fácil, ultimamente... que se eu beber metade de um copo de cerveja, eu começo a soltar o verbo. E acreditem, acreditem muito no que eu digo : vocês não iam gostar do que tenho pra falar quando resolver abrir a boca.
Tem muita coisa podre que só quem é cego, surdo e mudo não sabe.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
terça-feira, 31 de agosto de 2010
A palavra chave
Estou com saudade. E a saudade é uma coisa que machuca, que fere, que destrói a alma e o coração.
A saudade até certo ponto é saudável e depois, sei lá, parece uma coisa doentia.
Estou com saudade de casa. Estou com saudade da minha vida em Aracaju. E dói muito.
Quero meus amigos e minha família perto de mim.
Quero o cheiro das roupas. Quero os abraços sinceros e gargalhadas gostosas.
Estou com saudade.
Sinto um aperto no peito e meus olhos enchem de lágrimas.
Perdi a graça.
Quero beijar os olhinhos brilhantes do meu irmãozinho.
Quero abraçar vocês, meus amores.
A saudade até certo ponto é saudável e depois, sei lá, parece uma coisa doentia.
Estou com saudade de casa. Estou com saudade da minha vida em Aracaju. E dói muito.
Quero meus amigos e minha família perto de mim.
Quero o cheiro das roupas. Quero os abraços sinceros e gargalhadas gostosas.
Estou com saudade.
Sinto um aperto no peito e meus olhos enchem de lágrimas.
Perdi a graça.
Quero beijar os olhinhos brilhantes do meu irmãozinho.
Quero abraçar vocês, meus amores.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Estranho hábito
Vou lhes contar a história da menina que engolia cabeças de bonecas. E fazia isso pelo simples fato de não querer sentir o vazio.
Sentia necessidade de se preencher. E porquê não ?
Para ela, ser vazia era chato, monótono, sem graça. Sem graça nenhuma.
As bonecas, no entanto, eram as coisas mais parecidas com seres humanos que ela podia criar um laço afetivo. Uma relação. Friendship e coisa e tal.
- Não se assuste.
A menina dizia para cada cabeça de boneca que engolia.
- Não se assuste... esse é o seu destino... me manter viva. Me manter de pé.
E as bonecas estavam sempre sorrindo pra ela. Era bonito até. Como se elas falassem com seus olhos brilhantes : “ – Pegue o que você precisa e vá ser feliz. Faça com que o seu coração pare de chorar.”
E a menina fazia isso todos os dias. Se sentia bem, mais viva.
Essa é a história sinistra, da menina que engolia cabeças de bonecas. E ela só fazia isso pra não se sentir tão vazia. Ela fazia isso apenas porque gostava de olhar os olhos das bonecas com tanto brilho.
Ela entendia que mesmo no fim, ainda há alguma esperança no destino.
Ela repetia isso todos os dias, pra que acreditasse que ainda, de alguma forma, havia uma luz. Um brilho. Algo a ser engolido, quem sabe.
Essa é a história mais louca que alguém já fez pra tentar se preencher um pouco, de alguma coisa. Qualquer coisa.
Sentia necessidade de se preencher. E porquê não ?
Para ela, ser vazia era chato, monótono, sem graça. Sem graça nenhuma.
As bonecas, no entanto, eram as coisas mais parecidas com seres humanos que ela podia criar um laço afetivo. Uma relação. Friendship e coisa e tal.
- Não se assuste.
A menina dizia para cada cabeça de boneca que engolia.
- Não se assuste... esse é o seu destino... me manter viva. Me manter de pé.
E as bonecas estavam sempre sorrindo pra ela. Era bonito até. Como se elas falassem com seus olhos brilhantes : “ – Pegue o que você precisa e vá ser feliz. Faça com que o seu coração pare de chorar.”
E a menina fazia isso todos os dias. Se sentia bem, mais viva.
Essa é a história sinistra, da menina que engolia cabeças de bonecas. E ela só fazia isso pra não se sentir tão vazia. Ela fazia isso apenas porque gostava de olhar os olhos das bonecas com tanto brilho.
Ela entendia que mesmo no fim, ainda há alguma esperança no destino.
Ela repetia isso todos os dias, pra que acreditasse que ainda, de alguma forma, havia uma luz. Um brilho. Algo a ser engolido, quem sabe.
Essa é a história mais louca que alguém já fez pra tentar se preencher um pouco, de alguma coisa. Qualquer coisa.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Um pedido de socorro.
Que tal pegar esse copo vazio e enchê-lo com um pouco mais de amor?
Não sei quantas vezes já falei sobre a garganta que dói de dor no coração. Não sei quantas vezes eu falei sobre as lágrimas que enchem o meu copo vazio. E como elas secam rápido.
Me dizem sempre que tudo vai ficar bem. E que tudo não vai levar muito tempo pra melhorar... eu sempre tento acreditar. Mas já tem muito tempo, e parece que a vida é mesmo assim. As coisas machucam o tempo inteiro. As coisas me fazem chorar, e elas me fazem sangrar.
Existem expectativas que são irreais demais e que são destruídas antes mesmo de um ‘oi’. Existem pessoas que ferem pelo simples fato de serem ruins. Elas ferem mesmo sem uma faca na mão. Existem pessoas que sabem como ferir. Que gostam.
A troco de quê?
Eu estava andando por aí e tentando entender um pouco do meu coração quebrado em pedaços. Eu estava por aí sem saber meu nome, sem saber pra onde eu vou. Andei por aí quebrando celulares, quebrando até algumas regras. Andei por aí enchendo o copo de várias coisas, todas que me fazem sentir mais vazia ainda.
Pediram pra que eu continuasse forte.
Pediram pra que eu seguisse em frente, quando eu já não estava mais aguentando a sola quente dos meus pés.
Disseram que tudo estaria bem depois, e que eu encontraria a ajuda pelo caminho. Mas não. Eu não encontro nada pelo caminho. As coisas aparecem apenas como empecilhos.
Está tudo errado... tudo muito errado.
Eu não consigo manter a calma, eu não consigo respirar direito. Perdi o controle das minhas mãos e mal consigo terminar de escrever tudo isso. Eu estou tremendo. Talvez eu esteja precisando de um cigarro. Talvez eu esteja precisando de uma vida que acabe e comece de novo.
Eu quero acabar com todas essas coisas que me causam pânico.
Eu quero acabar com todos os abraços que me deixam com saudade e somem, somem, somem...
Eu preciso acreditar nesse lance de que o tempo irá cuidar das feridas, porque sinto que estou com as feridas espalhadas por todo o meu corpo. O meu coração quase não bate mais de tantas feridas.
Eu quero acabar com tudo isso e chegar na fase final do jogo. Aquela fase que me falaram, - junto com tantas outras coisas que me falaram até aqui, e foram muitas coisas, quase não recordo – aquela fase que me falaram que vários corações se unirão.
Alguém precisa me ajudar.
Não sei quantas vezes já falei sobre a garganta que dói de dor no coração. Não sei quantas vezes eu falei sobre as lágrimas que enchem o meu copo vazio. E como elas secam rápido.
Me dizem sempre que tudo vai ficar bem. E que tudo não vai levar muito tempo pra melhorar... eu sempre tento acreditar. Mas já tem muito tempo, e parece que a vida é mesmo assim. As coisas machucam o tempo inteiro. As coisas me fazem chorar, e elas me fazem sangrar.
Existem expectativas que são irreais demais e que são destruídas antes mesmo de um ‘oi’. Existem pessoas que ferem pelo simples fato de serem ruins. Elas ferem mesmo sem uma faca na mão. Existem pessoas que sabem como ferir. Que gostam.
A troco de quê?
Eu estava andando por aí e tentando entender um pouco do meu coração quebrado em pedaços. Eu estava por aí sem saber meu nome, sem saber pra onde eu vou. Andei por aí quebrando celulares, quebrando até algumas regras. Andei por aí enchendo o copo de várias coisas, todas que me fazem sentir mais vazia ainda.
Pediram pra que eu continuasse forte.
Pediram pra que eu seguisse em frente, quando eu já não estava mais aguentando a sola quente dos meus pés.
Disseram que tudo estaria bem depois, e que eu encontraria a ajuda pelo caminho. Mas não. Eu não encontro nada pelo caminho. As coisas aparecem apenas como empecilhos.
Está tudo errado... tudo muito errado.
Eu não consigo manter a calma, eu não consigo respirar direito. Perdi o controle das minhas mãos e mal consigo terminar de escrever tudo isso. Eu estou tremendo. Talvez eu esteja precisando de um cigarro. Talvez eu esteja precisando de uma vida que acabe e comece de novo.
Eu quero acabar com todas essas coisas que me causam pânico.
Eu quero acabar com todos os abraços que me deixam com saudade e somem, somem, somem...
Eu preciso acreditar nesse lance de que o tempo irá cuidar das feridas, porque sinto que estou com as feridas espalhadas por todo o meu corpo. O meu coração quase não bate mais de tantas feridas.
Eu quero acabar com tudo isso e chegar na fase final do jogo. Aquela fase que me falaram, - junto com tantas outras coisas que me falaram até aqui, e foram muitas coisas, quase não recordo – aquela fase que me falaram que vários corações se unirão.
Alguém precisa me ajudar.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Respirar.
Desliguei o ar condicionado desse quarto bonito e resolvi abrir a porta da varanda.
É que eu cansei desse ar contido. Cansei da minha garganta doendo.
Hoje é madrugada de segunda-feira, e não sei se por isso, mas minha garganta está segurando um choro quase incontrolável.
Eu preciso de ar.
Eu tenho que acordar, acordar. Levantar e colocar as idéias nos seus devidos lugares.
Essa cidade é maravilhosa e me faz sentir saudade quando estou longe.
Mas quando chego aqui, é sempre assim, algumas coisas são muito boas, outras são muito ruins.
Hoje eu tive um dia lindo, mas termino o dia falando que poderia ter sido melhor.
Pra completar, até aquele jogador filho da puta do flamengo - e eu não estou falando do Bruno - tinha que entrar em campo hoje!
O problema não é do time, nem do desempenho do jogador. O problema são os cabelos, as tatuagens, o problema é a boca!
Acabei de lembrar que posso mesmo respirar sem medo o ar que tem lá fora...
É que eu cansei desse ar contido. Cansei da minha garganta doendo.
Hoje é madrugada de segunda-feira, e não sei se por isso, mas minha garganta está segurando um choro quase incontrolável.
Eu preciso de ar.
Eu tenho que acordar, acordar. Levantar e colocar as idéias nos seus devidos lugares.
Essa cidade é maravilhosa e me faz sentir saudade quando estou longe.
Mas quando chego aqui, é sempre assim, algumas coisas são muito boas, outras são muito ruins.
Hoje eu tive um dia lindo, mas termino o dia falando que poderia ter sido melhor.
Pra completar, até aquele jogador filho da puta do flamengo - e eu não estou falando do Bruno - tinha que entrar em campo hoje!
O problema não é do time, nem do desempenho do jogador. O problema são os cabelos, as tatuagens, o problema é a boca!
Acabei de lembrar que posso mesmo respirar sem medo o ar que tem lá fora...
Some!
Eu não quero que você me acorde com seus lábios. Não quero o seu toque. Nem quero mais que você me olhe com aquele seu olhar de ternura e diga que me ama. Ou que você compre vinhos caros pra mim. Não quero que lave as taças. Não quero que me chame de “meu amor”. Não quero nem ser o seu amor.
Eu não quero que você me beije nos olhos, como se tentasse sugar deles o brilho. Eu não quero um abraço seu.
Eu não quero que você aperte o botão do controle remoto da sua televisão, tentando disfarçar de que iremos ver um filme. Desse filme eu já estou cansada!
Eu não quero que você me peça perdão por todas as coisas ridículas que um dia já me falou. Eu não quero que você me veja chorar e peça pra que eu pare, como se estivesse sendo dolorido pra você me ver chorar.
Eu vejo que você gosta mesmo é de lamber as minhas lágrimas e gritar vitória.
Tudo o que eu mais preciso agora, é tudo o que menos precisei um dia. Você, você bem longe de mim.
Eu cansei de você ser o maior motivo pra minha desmotivação.
Eu cansei dos beijos doces com finais amargos. Eu cansei das suas mãos. Cansei até dos seus cabelos, imagina?!
Cansei da sua voz e da sua boca.
Eu quis, eu tive, eu não quero. Então por favor, já pode ir embora!
A porta está aberta, da mesma forma que esteve quando te deixei entrar. Já pode sair...
Eu não quero você no meu céu. Eu odeio imaginar você em qualquer outro céu desse mundo, mas vá. Vá.
Eu quero você bem longe, porque cansei de te querer tão perto. Porque quando você está perto, você sempre acaba me fazendo mal. Você raramente me fez bem e digo isso aqui para que quando um dia tiveres a oportunidade de ler, saibas.
Quero que você saiba muito pouco sobre mim. Quero que um dia você me veja em qualquer lugar desse mundo por acaso, e pense sozinho, de mãos dadas com alguma mulher mais ou menos bonita que aceite quem você é, do jeito que você “Eu poderia ter mudado por ela. Eu poderia ter sido melhor”.
Eu não quero nada de você, na verdade. Só quero que vá. Esse é o meu único pedido real, mais real do que o pedido de “ me beije”.
Então vai. Eu já cansei de você ser a minha inspiração ruim.
Some.
Eu não quero que você me beije nos olhos, como se tentasse sugar deles o brilho. Eu não quero um abraço seu.
Eu não quero que você aperte o botão do controle remoto da sua televisão, tentando disfarçar de que iremos ver um filme. Desse filme eu já estou cansada!
Eu não quero que você me peça perdão por todas as coisas ridículas que um dia já me falou. Eu não quero que você me veja chorar e peça pra que eu pare, como se estivesse sendo dolorido pra você me ver chorar.
Eu vejo que você gosta mesmo é de lamber as minhas lágrimas e gritar vitória.
Tudo o que eu mais preciso agora, é tudo o que menos precisei um dia. Você, você bem longe de mim.
Eu cansei de você ser o maior motivo pra minha desmotivação.
Eu cansei dos beijos doces com finais amargos. Eu cansei das suas mãos. Cansei até dos seus cabelos, imagina?!
Cansei da sua voz e da sua boca.
Eu quis, eu tive, eu não quero. Então por favor, já pode ir embora!
A porta está aberta, da mesma forma que esteve quando te deixei entrar. Já pode sair...
Eu não quero você no meu céu. Eu odeio imaginar você em qualquer outro céu desse mundo, mas vá. Vá.
Eu quero você bem longe, porque cansei de te querer tão perto. Porque quando você está perto, você sempre acaba me fazendo mal. Você raramente me fez bem e digo isso aqui para que quando um dia tiveres a oportunidade de ler, saibas.
Quero que você saiba muito pouco sobre mim. Quero que um dia você me veja em qualquer lugar desse mundo por acaso, e pense sozinho, de mãos dadas com alguma mulher mais ou menos bonita que aceite quem você é, do jeito que você “Eu poderia ter mudado por ela. Eu poderia ter sido melhor”.
Eu não quero nada de você, na verdade. Só quero que vá. Esse é o meu único pedido real, mais real do que o pedido de “ me beije”.
Então vai. Eu já cansei de você ser a minha inspiração ruim.
Some.
Diz que diz.
Ele disse que pra ele qualquer tarde era tarde.
Qualquer dia era cama.
Ela respondeu que qualquer cama era sexo.
Ele gostou. E ela continuou dizendo que qualquer sexo era romance.
Ele afirmou que qualquer romance seria bad trip.
Ela brincou, dizendo que qualquer bad trip seria um beck errado.
Ele disse que isso era muito besteira em pouco tempo.Disse também que pra partir do beck tava complicado, e ela, malandra, esperta, ligada na vida, desligada de tudo, tentou continuar a brincadeira, dizendo que qualquer beck errado era uma casa caída.
E qualquer casa destruída era uma família desfeita.
Uma família desfeita é problema social. Problema social é culpa do governo. O governo é culpa do povo.
O povo, meu Deus!, pede por socorro!
E o socorro, meu irmão,
vem da tarde, do dia, da cama, do sexo, do romance, da good trip, do beck, da casa reconstruída, da nova família, dos agentes sociais, do governo filho da puta, o socorro vem de Deus.
Qualquer dia era cama.
Ela respondeu que qualquer cama era sexo.
Ele gostou. E ela continuou dizendo que qualquer sexo era romance.
Ele afirmou que qualquer romance seria bad trip.
Ela brincou, dizendo que qualquer bad trip seria um beck errado.
Ele disse que isso era muito besteira em pouco tempo.Disse também que pra partir do beck tava complicado, e ela, malandra, esperta, ligada na vida, desligada de tudo, tentou continuar a brincadeira, dizendo que qualquer beck errado era uma casa caída.
E qualquer casa destruída era uma família desfeita.
Uma família desfeita é problema social. Problema social é culpa do governo. O governo é culpa do povo.
O povo, meu Deus!, pede por socorro!
E o socorro, meu irmão,
vem da tarde, do dia, da cama, do sexo, do romance, da good trip, do beck, da casa reconstruída, da nova família, dos agentes sociais, do governo filho da puta, o socorro vem de Deus.
domingo, 6 de junho de 2010
Sete de Junho.
Eu desisto! Desisto e me entrego.
Me sinto em plena guerra mundial do meu próprio e exclusivo mundo, levantando a bandeirinha branca.
Eu quero paz.
Assim, desse jeito não dá mais.
Está tudo fora do lugar, inclusive as minhas idéias.
Eu deitei nessa cama fria a noite inteira, li um pouco de filosofia para iniciantes - e me senti uma iniciante, devo admitir -, apaguei a luz artificial, levantei, e com a luz do meu celular fui até a porta do quarto, segui até o banheiro onde lavei meus pés. Escovei os meus dentes e tomei o meu remédio.
Deitei mais uma vez na cama fria, me cobri dos pés a cabeça e pensei em várias coisas idiotas antes de pegar no sono.
Mas o sono não quis me pegar, mais uma vez.
As coisas idiotas que pensava, deixaram então de ser idiotas e passaram a se tornar sérias, chatas.
Ai, essa vida do lado de cá não tem sido fácil. Pensei na (im)possibilidade de alguma coisa mudar. Pensei nos próximos dias e contei-os com os dedos das mãos, que por sinal, são poucos e só agora eu notei.
Dez dedos para vinte e quatro dias.
Minha cartela de remédios acaba daqui a alguns dias, mas ela sim tem remédios suficientes pra que eu possa contar com os dias.
Os vinte e quatro dias passarão, e eu ainda terei os remédios da mesma cartela. Quase no fim da cartela, quase no fim do sofrimento.
A mente cansada até pensou em tomar todos os remédios de uma só vez, pra ver se diminue a dor e pra ver se os dias acabam num dia só.
Mas o remédio não é pra dor, nem me ajudaria em nada. E os dias não vão passar, de qualquer forma.
Meu corpo não descansa mais durante a noite e parece até que ele sente prazer de assistir o relógio dar meia-noite.
É que toda vez que dá meia-noite a data muda no calendário e dá pra sentir os dias passarem assim.
Hoje é dia sete de junho de dois mil e dez, e eu desejo sem parar o dia trinta.
Preciso fazer tantas coisas e não tenho mente, tempo, coragem.
A minha mente está onde está a minha saudade. O meu tempo eu gasto no ócio.
E a coragem saiu correndo de mim. Se assustou quando me viu deitada o dia inteiro, quase todos os dias.
A minha alma está deserta, nesse mundo deserto.
Eu desisto de tentar entender, de tentar fazer, de tentar, tentar, tentar.A melancolia não sai de mim.
Chega de saudade.
Me sinto em plena guerra mundial do meu próprio e exclusivo mundo, levantando a bandeirinha branca.
Eu quero paz.
Assim, desse jeito não dá mais.
Está tudo fora do lugar, inclusive as minhas idéias.
Eu deitei nessa cama fria a noite inteira, li um pouco de filosofia para iniciantes - e me senti uma iniciante, devo admitir -, apaguei a luz artificial, levantei, e com a luz do meu celular fui até a porta do quarto, segui até o banheiro onde lavei meus pés. Escovei os meus dentes e tomei o meu remédio.
Deitei mais uma vez na cama fria, me cobri dos pés a cabeça e pensei em várias coisas idiotas antes de pegar no sono.
Mas o sono não quis me pegar, mais uma vez.
As coisas idiotas que pensava, deixaram então de ser idiotas e passaram a se tornar sérias, chatas.
Ai, essa vida do lado de cá não tem sido fácil. Pensei na (im)possibilidade de alguma coisa mudar. Pensei nos próximos dias e contei-os com os dedos das mãos, que por sinal, são poucos e só agora eu notei.
Dez dedos para vinte e quatro dias.
Minha cartela de remédios acaba daqui a alguns dias, mas ela sim tem remédios suficientes pra que eu possa contar com os dias.
Os vinte e quatro dias passarão, e eu ainda terei os remédios da mesma cartela. Quase no fim da cartela, quase no fim do sofrimento.
A mente cansada até pensou em tomar todos os remédios de uma só vez, pra ver se diminue a dor e pra ver se os dias acabam num dia só.
Mas o remédio não é pra dor, nem me ajudaria em nada. E os dias não vão passar, de qualquer forma.
Meu corpo não descansa mais durante a noite e parece até que ele sente prazer de assistir o relógio dar meia-noite.
É que toda vez que dá meia-noite a data muda no calendário e dá pra sentir os dias passarem assim.
Hoje é dia sete de junho de dois mil e dez, e eu desejo sem parar o dia trinta.
Preciso fazer tantas coisas e não tenho mente, tempo, coragem.
A minha mente está onde está a minha saudade. O meu tempo eu gasto no ócio.
E a coragem saiu correndo de mim. Se assustou quando me viu deitada o dia inteiro, quase todos os dias.
A minha alma está deserta, nesse mundo deserto.
Eu desisto de tentar entender, de tentar fazer, de tentar, tentar, tentar.A melancolia não sai de mim.
Chega de saudade.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
O oco.
Faz muito sentido a saudade, quando ela é contada nos dedos.
Os dias começam a ser contados de forma bastante diferente. Subtração e soma.
Uma mistura caótica que vira bagunça fácil.
E agora a bagunça está dentro de mim, e fora também. Tenho meias sujas e algumas blusas de frio também. Preciso lavar e não consigo criar coragem. É que pra matar a minha saudade eu só preciso de roupas de verão.
Lá, onde a minha saudade mora, é quente o ano inteiro. Calor das pessoas. Calor do sol.
E eu até poderia anunciar aqui a minha dor, e vou : Dói estar longe.
E essa dor precisa ser curada, com muita urgência. Antes que a noite caia e antes que o dia amanheça. Porque a noite é bem perigosa, e o dia precisa ser feliz.
Precisa mesmo ser feliz, depois de dias intensamente sofridos.
Lá, no canto da minha saudade, todas as luzes estão acesas, me esperando com sorrisos verdadeiros.
E aqui, comigo, hoje, há pouco sorriso. Há pouca luz.
Se estívessemos numa época onde se escrevem cartas, eu estaria escrevendo exatamente isso, num papel, com uma caneta de pena preta – só pra representar bem a minha falta de cor.
O endereço de envio seria a rua Deputado Carvalho alguma coisa, colaria o selo e enviaria pelo correio. Talvez demorasse alguns dias pra chegar às mãos.
Me leriam assim, da maneira que escrevo agora. Porque a saudade era exatamente como eu descrevo aqui, mesmo há tantos anos atrás.
Saudade sempre foi meio dolorida, meio gostosa, meio azeda, meio doce. Bem salgada.
Sempre foi a ultrapassagem do limite.
A sensação é dessas, de que se passa o dia inteiro, todos os dias, esperando o dia passar.
Sei do que vivo, porque entendo de saudade. Seria pior não entender e não saber o que vivo.
Vivo de saudade, e sinto a saudade no estômago. Junto com a minha fome, criada pela falta de vontade de comer que a saudade me faz ter.
Eu preciso da presença, e não só dela. Preciso observar, absorver, comer.
Eu quero matar a fome que existe em mim, lá onde mora o melhor tempero.
Meu coração está batendo no mundo, e a minha saudade faz um oco. Dentro e fora.
Os dias começam a ser contados de forma bastante diferente. Subtração e soma.
Uma mistura caótica que vira bagunça fácil.
E agora a bagunça está dentro de mim, e fora também. Tenho meias sujas e algumas blusas de frio também. Preciso lavar e não consigo criar coragem. É que pra matar a minha saudade eu só preciso de roupas de verão.
Lá, onde a minha saudade mora, é quente o ano inteiro. Calor das pessoas. Calor do sol.
E eu até poderia anunciar aqui a minha dor, e vou : Dói estar longe.
E essa dor precisa ser curada, com muita urgência. Antes que a noite caia e antes que o dia amanheça. Porque a noite é bem perigosa, e o dia precisa ser feliz.
Precisa mesmo ser feliz, depois de dias intensamente sofridos.
Lá, no canto da minha saudade, todas as luzes estão acesas, me esperando com sorrisos verdadeiros.
E aqui, comigo, hoje, há pouco sorriso. Há pouca luz.
Se estívessemos numa época onde se escrevem cartas, eu estaria escrevendo exatamente isso, num papel, com uma caneta de pena preta – só pra representar bem a minha falta de cor.
O endereço de envio seria a rua Deputado Carvalho alguma coisa, colaria o selo e enviaria pelo correio. Talvez demorasse alguns dias pra chegar às mãos.
Me leriam assim, da maneira que escrevo agora. Porque a saudade era exatamente como eu descrevo aqui, mesmo há tantos anos atrás.
Saudade sempre foi meio dolorida, meio gostosa, meio azeda, meio doce. Bem salgada.
Sempre foi a ultrapassagem do limite.
A sensação é dessas, de que se passa o dia inteiro, todos os dias, esperando o dia passar.
Sei do que vivo, porque entendo de saudade. Seria pior não entender e não saber o que vivo.
Vivo de saudade, e sinto a saudade no estômago. Junto com a minha fome, criada pela falta de vontade de comer que a saudade me faz ter.
Eu preciso da presença, e não só dela. Preciso observar, absorver, comer.
Eu quero matar a fome que existe em mim, lá onde mora o melhor tempero.
Meu coração está batendo no mundo, e a minha saudade faz um oco. Dentro e fora.
Viva alto.
Um dia - e isso pode ser daqui a dois dias, daqui a dois anos, daqui a dez anos, não se sabe ao certo - você acordará, olhará para os seus pés tocando o chão pela primeira vez do dia e refletirá só - sem amigos por perto, sem álcool algum no sangue, ou qualquer coisa ilusória que te faça crer por um tempo que está tudo bem sempre - qual o sentido que a vida tem.
Então notará coisas que você deixou que passassem.
Lembrará das pessoas que tanto te amaram, e você as deixou ir embora de sua vida, sem nem dar um tchau. Pouco caso.
Recordará também daquelas que foram embora dizendo ' até logo...' e nunca mais voltaram.
Isso tudo acontecerá porque somos todos humanos. E é só isso que somos.
Viver justamente é um pedido que vem das minhas veias, do coração que bate, ferido, magoado, e ainda assim, crente.Queria te pedir pra que viva, viva, viva, mas que cuide bem da vida. Uma única oportunidade, como um presente.
E você saberá de todas as vezes que ultrapassou os limites das pessoas que passaram por você, e até os seus próprios limites. Não será difícil de saber.
O principal desejo meu, nesse momento, é que não sofra a dor do arrependimento, aquela dor que sempre vem com gosto bem amargo e que nos faz pensar em várias chances de termos feito de maneira diferente.
“Queria ter abraçado. Queria ter amado. Queria não ter odiado por tanto tempo.
Deveria ter beijado ao invés de ter tapeado. Poderia ter ligado só mais uma vez...”
Pensamentos típicos de quem se lamenta.
A morte pode vir para uma criança, como para um velhinho. E o amor também...É que viver realmente ultrapassa qualquer entedimento.
Não deixe que as coisas te influenciem a fazer o mal.
Não deixe de amar sua família, não esqueça de quando acordar agradecer pelas bençãos.
Porque aqui estamos nós. Todos nós, cantando juntos, num só coro : All we need is love.
Na vida, muitos irão crer que você é a proteção. Muitos acreditarão que você e mais ninguém é o guardião. Muitos te nomearão de amor. Muitos te pedirão perdão.
Muitos vão depositar toda fé em você.
Faça por onde.
Essa semana eu vi e vivi coisas que não são agradáveis e quero dizer ao mundo inteiro que aquela letra ridícula que diz ' cuide bem do seu amor, seja quem for', pela primeira vez faz muito sentido pra mim.
Cuide das pessoas que acreditam em você, que confiam em sua bondade, que depositam fé em você.
Não há mal algum em cuidar, afinal de contas.
O grande problema é de que no dia em que seus pés toquem o chão gelado e a sua cabeça esfrie, você não sinta que esfriou demais... E logo em seguida vem o grande inimigo da nossa mente, o peso.
Isso provavelmente acabará com você, e bom, como somos todos humanos... talvez seja bem tarde.
Você nunca saberá.
Então notará coisas que você deixou que passassem.
Lembrará das pessoas que tanto te amaram, e você as deixou ir embora de sua vida, sem nem dar um tchau. Pouco caso.
Recordará também daquelas que foram embora dizendo ' até logo...' e nunca mais voltaram.
Isso tudo acontecerá porque somos todos humanos. E é só isso que somos.
Viver justamente é um pedido que vem das minhas veias, do coração que bate, ferido, magoado, e ainda assim, crente.Queria te pedir pra que viva, viva, viva, mas que cuide bem da vida. Uma única oportunidade, como um presente.
E você saberá de todas as vezes que ultrapassou os limites das pessoas que passaram por você, e até os seus próprios limites. Não será difícil de saber.
O principal desejo meu, nesse momento, é que não sofra a dor do arrependimento, aquela dor que sempre vem com gosto bem amargo e que nos faz pensar em várias chances de termos feito de maneira diferente.
“Queria ter abraçado. Queria ter amado. Queria não ter odiado por tanto tempo.
Deveria ter beijado ao invés de ter tapeado. Poderia ter ligado só mais uma vez...”
Pensamentos típicos de quem se lamenta.
A morte pode vir para uma criança, como para um velhinho. E o amor também...É que viver realmente ultrapassa qualquer entedimento.
Não deixe que as coisas te influenciem a fazer o mal.
Não deixe de amar sua família, não esqueça de quando acordar agradecer pelas bençãos.
Porque aqui estamos nós. Todos nós, cantando juntos, num só coro : All we need is love.
Na vida, muitos irão crer que você é a proteção. Muitos acreditarão que você e mais ninguém é o guardião. Muitos te nomearão de amor. Muitos te pedirão perdão.
Muitos vão depositar toda fé em você.
Faça por onde.
Essa semana eu vi e vivi coisas que não são agradáveis e quero dizer ao mundo inteiro que aquela letra ridícula que diz ' cuide bem do seu amor, seja quem for', pela primeira vez faz muito sentido pra mim.
Cuide das pessoas que acreditam em você, que confiam em sua bondade, que depositam fé em você.
Não há mal algum em cuidar, afinal de contas.
O grande problema é de que no dia em que seus pés toquem o chão gelado e a sua cabeça esfrie, você não sinta que esfriou demais... E logo em seguida vem o grande inimigo da nossa mente, o peso.
Isso provavelmente acabará com você, e bom, como somos todos humanos... talvez seja bem tarde.
Você nunca saberá.
sábado, 15 de maio de 2010
Urgente!
Não pare mais nunca de dançar. E faça com que todos ao seu redor notem como a música te faz viver.
Mexa-se no mesmo ritmo da música e dance, de verdade, como se ninguém estivesse te olhando.
Sinta a música entrando em cada um dos seus poros.
As vibrações musicais vão entrar e mexer com tudo que existe dentro e fora.
Pode observar, todos estão frenéticos. Todos estão felizes. Não é a droga. Não é nada disso. É a realidade que poucos conseguem enxergar.
A paz musical no ar. O amor de cada um triplicado, misturado, em contato com a natureza, com o sol, com a grama.
A música te faz sentir vivo. E não, não é pra ser escutada, é pra ser sentida.
Sinta, sinta, sinta.
Estou com saudade disso, urgente!
Mexa-se no mesmo ritmo da música e dance, de verdade, como se ninguém estivesse te olhando.
Sinta a música entrando em cada um dos seus poros.
As vibrações musicais vão entrar e mexer com tudo que existe dentro e fora.
Pode observar, todos estão frenéticos. Todos estão felizes. Não é a droga. Não é nada disso. É a realidade que poucos conseguem enxergar.
A paz musical no ar. O amor de cada um triplicado, misturado, em contato com a natureza, com o sol, com a grama.
A música te faz sentir vivo. E não, não é pra ser escutada, é pra ser sentida.
Sinta, sinta, sinta.
Estou com saudade disso, urgente!
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Tic-tac.
O tempo não para, já dizia o poeta. Os milênios que passaram, e os centenários dos nossos antepassados, que hoje, são apenas ossos numa catacumba.
Tic-tac, tic-tac. Nasci há poucos dias, mas já tenho duas décadas. Duas décadas de luta, a cada respiração, a toda inspiração.
O relógio, bom, ele foi a única coisa em toda minha vida que nunca parou.
Anos e mais anos,e pra morrer basta estar vivo.
Nada acabaria - por hoje - durante a minha vida, não fossem os segundos que insistem em passar sem parar, e se acabam. E começam outra vez.
Pra sempre o mundo gira junto com os ponteiros do relógio de parede que fica na cozinha de Maria.
A pergunta é : Quem disse que o tempo não pode parar e inventou esse lance de infinito?
Tempo é relativo e digo porque sei que a intensidade de cada momento vivido é o que importa.
Posso morrer em cinco minutos e viver muito em apenas dois.
Estar vivo é como ter dentro de você, no íntimo do ser, no âmago, todos os relógios do mundo.
Viver é a arte de transformar segundos em horas, horas em anos.
Intensidade sempre aqui, alí, no mundo. Em ti, em mim.
Tic-tac, tic-tac. Nasci há poucos dias, mas já tenho duas décadas. Duas décadas de luta, a cada respiração, a toda inspiração.
O relógio, bom, ele foi a única coisa em toda minha vida que nunca parou.
Anos e mais anos,e pra morrer basta estar vivo.
Nada acabaria - por hoje - durante a minha vida, não fossem os segundos que insistem em passar sem parar, e se acabam. E começam outra vez.
Pra sempre o mundo gira junto com os ponteiros do relógio de parede que fica na cozinha de Maria.
A pergunta é : Quem disse que o tempo não pode parar e inventou esse lance de infinito?
Tempo é relativo e digo porque sei que a intensidade de cada momento vivido é o que importa.
Posso morrer em cinco minutos e viver muito em apenas dois.
Estar vivo é como ter dentro de você, no íntimo do ser, no âmago, todos os relógios do mundo.
Viver é a arte de transformar segundos em horas, horas em anos.
Intensidade sempre aqui, alí, no mundo. Em ti, em mim.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Estações.
É interessante essa coisa de sentimento, né?
Tem gente que sente demais, já outros quase não conseguem compreender bulhufas nenhuma quando o assunto é esse.
Tem gente que acredita até que amar é só um sentimento, único.
Ontem eu pude perceber - vivi - a maneira de como o amor é abrangente. Isso mesmo! O amor é um dos sentimentos que mais envolvem outros sentimentos.
Parece que faz tudo parte do mesmo pacote : compre um e leve vinte.
A vida é uma promoção absurda.
Amor dá raiva, dá aflição, dá angústia, saudade, desapego, apego, humor, alegria, tristeza, ódio, rancor, e passa e fica e vai e volta.
Amor é uma loucura e só quem é louco de amor sabe mais do que qualquer outra pessoa no mundo.
Tristes são os que sofrem de amor, porque sabem o que é amar.
Felizes os que sorriem por amor, porque vivem a melhor parte dele.
Ah, esse tal de amor.
O amor é além de uma decisão, uma disposição mental. Você não escolhe demais.
Quando você menos espera, ele te pega, te envolve, te enlouquece, te aquece.
E você, que um dia era desacreditado, recebe as boas-vindas de quem já passou por isso.
É uma coisa meio ensaiada no mundo inteiro. Quem já amou, sabe.
No início, um amor de rosas. No meio, uma piscina parada com rosas,
no fim, bom... no fim parece um esgoto cheio de defuntos e rosas.
As coisas vão morrendo no amor, pouco a pouco. E se desfazem e começam a feder.
O cheiro do amor é muito bom no início, e no fim, fétido.
Mas eu já disse,
vai e volta.
Tem gente que sente demais, já outros quase não conseguem compreender bulhufas nenhuma quando o assunto é esse.
Tem gente que acredita até que amar é só um sentimento, único.
Ontem eu pude perceber - vivi - a maneira de como o amor é abrangente. Isso mesmo! O amor é um dos sentimentos que mais envolvem outros sentimentos.
Parece que faz tudo parte do mesmo pacote : compre um e leve vinte.
A vida é uma promoção absurda.
Amor dá raiva, dá aflição, dá angústia, saudade, desapego, apego, humor, alegria, tristeza, ódio, rancor, e passa e fica e vai e volta.
Amor é uma loucura e só quem é louco de amor sabe mais do que qualquer outra pessoa no mundo.
Tristes são os que sofrem de amor, porque sabem o que é amar.
Felizes os que sorriem por amor, porque vivem a melhor parte dele.
Ah, esse tal de amor.
O amor é além de uma decisão, uma disposição mental. Você não escolhe demais.
Quando você menos espera, ele te pega, te envolve, te enlouquece, te aquece.
E você, que um dia era desacreditado, recebe as boas-vindas de quem já passou por isso.
É uma coisa meio ensaiada no mundo inteiro. Quem já amou, sabe.
No início, um amor de rosas. No meio, uma piscina parada com rosas,
no fim, bom... no fim parece um esgoto cheio de defuntos e rosas.
As coisas vão morrendo no amor, pouco a pouco. E se desfazem e começam a feder.
O cheiro do amor é muito bom no início, e no fim, fétido.
Mas eu já disse,
vai e volta.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Voltando.
Aos 10 anos de idade - sim, bem pequena - eu escrevia coisas bobas nas folhas da minha agenda escolar. Às vezes eu até arrancava as folhas e colocava junto com as minhas barbies em cima do meu guarda-roupa, pra que ninguém nunca pegasse pra ler.
Afinal de contas, as coisas escritas eram minhas e bastante pessoais. Tão pessoais que nem me lembro mais.
Sempre fiz essas coisas... meu incentivo se renovava a cada aniversário, 30 de novembro, quando eu sempre ganhava um conjunto de 'escolinha' da mesma tia.
Tia Ilma sempre me presenteava com um potinho que vinha réguas de várias formas, vários lápis e canetas, borrachas em forma de urinhos e sapinhos e todos esses bichinhos, e um caderninho em branco onde eu podia desenhar o que eu quisesse. Eu sempre preferi desenhar poesias. Sempre gostei de frases impactantes. Sempre achei muito bonito, a forma como as palavras ficavam bem mais bonitas com a minha mão esquerda. Sim, sou canhota. A minha tia é formada em jornalismo, frustrada. Nunca exerceu.
Eu sempre escrevia umas coisas bem bobas. Inventava amores platônicos. Inventava um monte de coisas. Até que um dia eu não precisei mais inventar.
As coisas aconteciam e eu costumava passá-las pro papel - e eu já não ganhava mais o kit escolar da minha tia -, em qualquer papel eu escrevia tudo o que ia acontecendo, meio que de uma maneira frenética. Isso sempre me aliviou bastante, isso sempre me fez sentir bem.
Um dia, lembro que eu estava sentada na porta do meu colégio esperando o meu pai ir me buscar e comecei a escrever no fundo do meu caderno alguns pensamentos meus, sobre o que estava acontecendo dentro e fora de mim, e a Carol, minha amiguinha de classe, leu tudo o que eu escrevi, eu havia escrito em uma folha inteira de caderno um monte de coisas, e no final, ficou até 'de arrepiar', e ela me disse : " Como você consegue escrever tão rápido tanta coisa tão louca e que no fim faz muito sentido?"
E eu não sabia que isso era verdade, mas depois que ela me falou, eu comecei a reler tudo o que havia escrito, e me dei conta de que realmente as coisas estavam postas no papel, assim como existiam dentro e fora de mim.
Criei paixão pela coisa.
Nunca mais eu consegui parar de escrever. Eu tinha duas agendas grossas de tanto que eu escrevia.
E fui sendo assim... tudo o que me doía, tudo o que me amava, tudo o que eu amava, tudo o que eu chorava, tudo o que eu ria, tudo o que eu beijava, tudo que eu tocava, tudo o que me fazia ter uma vontade incontrolável de escrever até os dedos doerem.
Fui sendo assim.
Um dia, quando estava passando por um dos momentos mais difíceis da minha vida, na separação dos meus pais, eu notei que as minhas melhores companhias eram essas : uma caneta, uma folha em branco e uma luz pra que eu pudesse ver tudo o que acontecia quando eu deixava que as minhas mãos falassem por mim.
Um dia descobri o amor, e lembro do prazer que habitava em mim, quando vez ou outra, ele dormia e eu tinha a chance de escrever olhando pra ele, parecendo um anjo dormindo.
Lembro de muitas coisas, dessa vida rara.
Aí, eu fui ficando moderna, e fui começando a escrever algumas coisas no meu e-mail e salvando nos rascunhos.
Aí, pouco tempo atrás alguém me disse sobre 'fazer um blog' e eu gostei da idéia.
A vida foi me ensinando a ser um pouco menos envergonhada, e fui começando a gostar da idéia de expor os meus sentimentos, e de desenhar não só pra mim, mas pra quem quiser decifrar as palavras que escrevo com tanta dedicação como um desenho rabiscado de uma criança com 10 anos.
Hoje, com vinte poucos anos de idade, eu falo sobre saudade, falo sobre amor, e desamor. Falo sobre solidão, sobre noites vazias, sobre rotina e sobre paixões.
Falo sobre beleza, sobre bares.
Falo de tudo que me faz pulsar. Eu gosto desse lance, apesar dos pesares.
Estou me sentindo vazia há meses... e só hoje eu percebi que o que alimenta a minha felicidade é escrever, e com a minha atual mudança de cidade esqueci um pouco disso tudo.
Tive que cuidar de coisas bem mais sérias. Comecei a trabalhar e estou estudando muito.
Mas ok, é hora de voltar a ter muita felicidade desenhada, mesmo que eu esteja falando sobre tristeza.
Hoje, oficialmente, devo dizer a todos vocês que me acompanham durante algum tempo, que eu voltarei a escrever com frequência.
Nada cura a minha alma como um bom som, e palavras escritas por mim.
Dou-me as boas-vindas.
Sejam bem-vindos, mais uma vez, ao meu mundo em palavras.
Afinal de contas, as coisas escritas eram minhas e bastante pessoais. Tão pessoais que nem me lembro mais.
Sempre fiz essas coisas... meu incentivo se renovava a cada aniversário, 30 de novembro, quando eu sempre ganhava um conjunto de 'escolinha' da mesma tia.
Tia Ilma sempre me presenteava com um potinho que vinha réguas de várias formas, vários lápis e canetas, borrachas em forma de urinhos e sapinhos e todos esses bichinhos, e um caderninho em branco onde eu podia desenhar o que eu quisesse. Eu sempre preferi desenhar poesias. Sempre gostei de frases impactantes. Sempre achei muito bonito, a forma como as palavras ficavam bem mais bonitas com a minha mão esquerda. Sim, sou canhota. A minha tia é formada em jornalismo, frustrada. Nunca exerceu.
Eu sempre escrevia umas coisas bem bobas. Inventava amores platônicos. Inventava um monte de coisas. Até que um dia eu não precisei mais inventar.
As coisas aconteciam e eu costumava passá-las pro papel - e eu já não ganhava mais o kit escolar da minha tia -, em qualquer papel eu escrevia tudo o que ia acontecendo, meio que de uma maneira frenética. Isso sempre me aliviou bastante, isso sempre me fez sentir bem.
Um dia, lembro que eu estava sentada na porta do meu colégio esperando o meu pai ir me buscar e comecei a escrever no fundo do meu caderno alguns pensamentos meus, sobre o que estava acontecendo dentro e fora de mim, e a Carol, minha amiguinha de classe, leu tudo o que eu escrevi, eu havia escrito em uma folha inteira de caderno um monte de coisas, e no final, ficou até 'de arrepiar', e ela me disse : " Como você consegue escrever tão rápido tanta coisa tão louca e que no fim faz muito sentido?"
E eu não sabia que isso era verdade, mas depois que ela me falou, eu comecei a reler tudo o que havia escrito, e me dei conta de que realmente as coisas estavam postas no papel, assim como existiam dentro e fora de mim.
Criei paixão pela coisa.
Nunca mais eu consegui parar de escrever. Eu tinha duas agendas grossas de tanto que eu escrevia.
E fui sendo assim... tudo o que me doía, tudo o que me amava, tudo o que eu amava, tudo o que eu chorava, tudo o que eu ria, tudo o que eu beijava, tudo que eu tocava, tudo o que me fazia ter uma vontade incontrolável de escrever até os dedos doerem.
Fui sendo assim.
Um dia, quando estava passando por um dos momentos mais difíceis da minha vida, na separação dos meus pais, eu notei que as minhas melhores companhias eram essas : uma caneta, uma folha em branco e uma luz pra que eu pudesse ver tudo o que acontecia quando eu deixava que as minhas mãos falassem por mim.
Um dia descobri o amor, e lembro do prazer que habitava em mim, quando vez ou outra, ele dormia e eu tinha a chance de escrever olhando pra ele, parecendo um anjo dormindo.
Lembro de muitas coisas, dessa vida rara.
Aí, eu fui ficando moderna, e fui começando a escrever algumas coisas no meu e-mail e salvando nos rascunhos.
Aí, pouco tempo atrás alguém me disse sobre 'fazer um blog' e eu gostei da idéia.
A vida foi me ensinando a ser um pouco menos envergonhada, e fui começando a gostar da idéia de expor os meus sentimentos, e de desenhar não só pra mim, mas pra quem quiser decifrar as palavras que escrevo com tanta dedicação como um desenho rabiscado de uma criança com 10 anos.
Hoje, com vinte poucos anos de idade, eu falo sobre saudade, falo sobre amor, e desamor. Falo sobre solidão, sobre noites vazias, sobre rotina e sobre paixões.
Falo sobre beleza, sobre bares.
Falo de tudo que me faz pulsar. Eu gosto desse lance, apesar dos pesares.
Estou me sentindo vazia há meses... e só hoje eu percebi que o que alimenta a minha felicidade é escrever, e com a minha atual mudança de cidade esqueci um pouco disso tudo.
Tive que cuidar de coisas bem mais sérias. Comecei a trabalhar e estou estudando muito.
Mas ok, é hora de voltar a ter muita felicidade desenhada, mesmo que eu esteja falando sobre tristeza.
Hoje, oficialmente, devo dizer a todos vocês que me acompanham durante algum tempo, que eu voltarei a escrever com frequência.
Nada cura a minha alma como um bom som, e palavras escritas por mim.
Dou-me as boas-vindas.
Sejam bem-vindos, mais uma vez, ao meu mundo em palavras.
Um pouco de bossa nova.
Hoje, quando eu acordei, senti o frio começando nos pés que estavam menos cobertos que todo o resto do corpo.
E realmente fazia frio, do lado de fora, e dentro de mim.
Durante muito tempo mantive aquecida a minha alma, e eu vivia reconstruindo-a.
Há pouco mais de três semanas me dei conta de que nessa obra eu não trabalho mais... Não me pergunte nada, sei pouco sobre mim.
Só sei que muito amei, chorei, abracei, soltei.
E bossa nova fala assim : Mesmo a tristeza da gente era mais bela. E alí se via da janela um pontinho de céu e o redentor. É meu amigo, só resta uma certeza : é preciso acabar com essa tristeza. É preciso inventar de novo o amor.
Perdi nas gavetas velhas da minha antiga casa, daquele móvel que não me pertence mais, a receita, escrita em algumas poucas folhas, rabiscos sobre o amor.
Perdi tudo o que sabia sobre o amor. Da mistura que se fazia necessária.
E realmente fazia frio, do lado de fora, e dentro de mim.
Durante muito tempo mantive aquecida a minha alma, e eu vivia reconstruindo-a.
Há pouco mais de três semanas me dei conta de que nessa obra eu não trabalho mais... Não me pergunte nada, sei pouco sobre mim.
Só sei que muito amei, chorei, abracei, soltei.
E bossa nova fala assim : Mesmo a tristeza da gente era mais bela. E alí se via da janela um pontinho de céu e o redentor. É meu amigo, só resta uma certeza : é preciso acabar com essa tristeza. É preciso inventar de novo o amor.
Perdi nas gavetas velhas da minha antiga casa, daquele móvel que não me pertence mais, a receita, escrita em algumas poucas folhas, rabiscos sobre o amor.
Perdi tudo o que sabia sobre o amor. Da mistura que se fazia necessária.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Vazão aos sentimentos.
Um dia, enquanto conversava com uma velha amiga minha, ela me falava das merdas que já fez por causa de um ex-namorado dela.
É assim, né, a gente namora, faz um monte de merdas em prol do nosso digníssimo, a gente exclui amizades coloridas, coleguinhas, a gente esquece de gente importante, a gente vai se afastando do meio que nos pertence e vai começando a pertencer a outros meios - que na verdade, nunca nos pertencerão - por uma coisa ou outra, ou apenas por sei lá o quê.
A gente acaba se envolvendo com o grupo do nosso parceiro, a gente começa a mudar as amizades, ou melhor, - pra que não fique uma coisa tão cruel de ser dita - a gente acaba acrescentando novos amigos ao nosso ciclo de amizades. ( A questão é que na maior parte dos casos o nosso ciclo de amigos já não é tão 'nosso’ ciclo assim... )
Que seja, a gente vai tentando mudar os planos futuros, vai tentando adequar novas metas, pra que nunca deixe de estar no mesmo caminho que o amor da nossa vida.
O que a gente ainda não sabe é que: Vários amores podem - e vão - existir.
A gente não sabe ainda, é que mesmo no mundo caótico em que estamos vivendo agora, com um monte de gente maluca e pessoas cheias de más intenções, ainda existem várias pessoas mágicas, encantadoras e que amam de verdade.
O problema é que a gente precisa entender uma coisa... Todas as besteiras que foram feitas enquanto estávamos nos relacionando com alguém, digo, essas coisas bobas, sabem? Coisa que a gente só faz pra agradar o parceiro, diga-se de passagem, valeram muito à pena.
Quando a gente ta amando não pensa em outra coisa, não, o lance é estar com o amado, fazer o que o cara gosta, do jeito que ele gosta e ponto final. Claro que a gente faz coisas que sejam agradáveis a nós mesmas também, mas o principal ponto no relacionamento entre pessoas que se curtem é, no mínimo, agradar, agradar e agradar.
E vai dizer que não valeu a pena só porque agora o cara acabou tudo que existia entre vocês por um e-mail?
Tudo bem, ele foi um desgraçado por ter terminado uma coisa – aparentemente – tão séria assim por E-MAIL.
Mas como assim? Vocês namoraram 5 anos, fizeram tudo que um casal que se ama loucamente faz: viagens, invenções na cozinha, surpresinhas de comemoração de meses juntos, ovos de páscoa, cineminha, presentes caros de natal, vários champagnes estourados e brindados em cada reveillon que comemoraram juntos, e mais viagens, exames de gravidez, cartinhas, fotos, ‘casados’ no orkut, uma noite inteirinha no hospital enquanto um estava doente, um dia inteiro sem fazer nada, juntos.
Tudo o tempo inteiro juntos.
E de repente, BUM!, a bomba estoura, e cada um corre pro seu canto, cada um com suas mágoas, seu ódio particular, cada um com sua maneira de enxergar o tão temido fim de relacionamento.
Quando eu acabei o meu último namoro foi exatamente isso que eu lia em minha testa toda vez que me olhava ao espelho: GAME OVER.
Aí eu só conseguia lembrar das coisas boas que a gente tinha vivido juntos, e daí eu chorava, chorava, chorava e deitava na cama esperando que o outro dia chegasse logo só pra esperar mais uma vez que as coisas mudassem. Não que eu fizesse questão que elas mudassem – ok, eu fazia -, mas é que eu queria sair correndo de dentro de mim, só pra não ter que passar pela parte dolorida do caso inteiro.
Amar é bom, everybody knows. O problema é a hora de parar de amar.
Ou pior, é não parar de amar mais nunca e saber lidar com isso.
Eu sei, ta parecendo que eu me enrolo demais com minhas próprias palavras, mas o fato principal é que a gente não ama e desama.
Não dá, minha gente. A gente ama e ama pra sempre. É ou não é? ( Ou então não é amor... E não adianta vir me falar que depois de 5 anos juntos “Ai, nunca foi amor...’ “, pela madrugada!, eu me nego a escutar algo assim... Gente, então o que houve? O parceiro te forçava a estar com ele? Como é... ? Rolava uma ameaça durante todo esse tempo juntos? O que foi? Por favor, né? Amor sem hipocrisia é mais gostoso... By the way ... )
Eu já falei que o mundo ta bizarro demais nesse meu texto? Eu sempre falo isso.
Mas é que realmente... Bom, amor acaba com todo mundo. Ódio acaba ainda mais. Por isso sou adepta a esse lance de amor.
A frase ‘ vamo beber e amar que o mundo vai se acabar’ faz parte do meu top five.
Não achem que isso é pra ser levado tão ao pé da letra assim – bom, a maneira de interpretar as coisas que eu escrevo depende de cada um -, mas, sabe, eu não consigo ver uma frase com tanto sentido no ramo do amor como essa.
E sério, isso não foi uma piada.
A gente ama e se dá mal, a gente odeia e se dá mais mal ainda. Mas quando a gente se dá mal de amor, é mais gostoso do que de ódio. E eu sei que todos hão de concordar comigo. Pois é, então é melhor arriscar no amor!
A gente não deixa de amar ninguém... a gente aprende que o amor existe de várias formas lindas e diferentes. A gente começa a notar que existem várias pessoas capazes de nos amar e nos acolher de maneiras completamente diferentes. E aí é quando a gente começa a captar o sentido real da palavra : A m o r.
É incondicional. Tudo suporta, tudo supera. E a parte mais clichê do meu texto vem exatamente agora : O amor e o ódio são bastante próximos.
Isso todo mundo já ta cansado de saber também... Eu não preciso nem dizer que eu não concordo, né?
Porra, que conformismo é esse de a gente ter chegado ao ponto de acreditar que o amor e o ódio andam juntos o tempo inteiro? Calma aí, eu sei que de vez em quando a gente dá uns gritos, a gente age como gente maluca e morre de ciúmes, mas até que ponto isso é ódio? Até que ponto é amor quando o crime é passional? Crime passional? Onde chegamos, minha gente? Crime é crime e ponto final.
Tem muito advogado – e me desculpem, mas não quero que isso pareça muito grosseiro da minha parte - ganhando dinheiro com isso e tirando vagabundo da cela, hein?
Amor é amor e ódio é ódio. Opostos. Ou seja, andam separados. Ou pelo menos deveriam...
O erro desse nosso conformismo é exatamente esse. Acreditamos no que não queremos acreditar só pra fugirmos da realidade : O mundo ta lotado de gente ruim e sem noção.
Ninguém mata porque amava demais.
Muita gente morre por amar demais. ( E sim, essa minha frase é de significado extremamente amplo. Compreenda da maneira que achar que deve...Jesus seria um grande exemplo, por exemplo. )
Quando nasci, era incapaz de compreender o significado do amor, mas sei que nasci rodeada disso. Cresci com isso.
Hoje, compreendo no íntimo cada letra que forma essa palavra. E consigo até espalhar isso às pessoas ao meu redor. Amar nunca é demais.
Desamor não existe para mim. ( Para mim. )
A graça da vida é justamente essa, de nos dar a oportunidade para que cada fim abra portas para um novo início. Pessoas vem e vão. Amores vem e (vão) ficam, e ficam, cravados na pele, como espinhos de rosas que não souberam ser administradas numa mão com cinco dedos.
Os amores nos escapam, por isso ou aquilo. Tanto faz, a gente nunca vai saber o que nos fez perder um grande amor, a gente sempre vai saber o que nos fez ganhar amores.
A gente faz, erra, perde. A gente faz, acerta, perde. A gente não faz, não ganha, nem perde.
Eu quero ir fazendo, acertando, errando, perdendo, ganhando...
Só não quero nunca deixar de amar quem já amei, e vacilar de não amar quem ainda vou conhecer.
O mundo é cheio de gente boa e amável, é preciso dar vazão aos sentimentos.
Sim, a gente sempre acha que o último foi o mais amado, até conhecermos o(s) próximo(s).
Todo mundo faz merdas o tempo inteiro... Mas existem umas que por mais que fedam muito, valem muito a pena.
É preciso colocar a mão no fogo tendo a certeza de que se queimar valeu muito à pena!
Sempre.
É assim, né, a gente namora, faz um monte de merdas em prol do nosso digníssimo, a gente exclui amizades coloridas, coleguinhas, a gente esquece de gente importante, a gente vai se afastando do meio que nos pertence e vai começando a pertencer a outros meios - que na verdade, nunca nos pertencerão - por uma coisa ou outra, ou apenas por sei lá o quê.
A gente acaba se envolvendo com o grupo do nosso parceiro, a gente começa a mudar as amizades, ou melhor, - pra que não fique uma coisa tão cruel de ser dita - a gente acaba acrescentando novos amigos ao nosso ciclo de amizades. ( A questão é que na maior parte dos casos o nosso ciclo de amigos já não é tão 'nosso’ ciclo assim... )
Que seja, a gente vai tentando mudar os planos futuros, vai tentando adequar novas metas, pra que nunca deixe de estar no mesmo caminho que o amor da nossa vida.
O que a gente ainda não sabe é que: Vários amores podem - e vão - existir.
A gente não sabe ainda, é que mesmo no mundo caótico em que estamos vivendo agora, com um monte de gente maluca e pessoas cheias de más intenções, ainda existem várias pessoas mágicas, encantadoras e que amam de verdade.
O problema é que a gente precisa entender uma coisa... Todas as besteiras que foram feitas enquanto estávamos nos relacionando com alguém, digo, essas coisas bobas, sabem? Coisa que a gente só faz pra agradar o parceiro, diga-se de passagem, valeram muito à pena.
Quando a gente ta amando não pensa em outra coisa, não, o lance é estar com o amado, fazer o que o cara gosta, do jeito que ele gosta e ponto final. Claro que a gente faz coisas que sejam agradáveis a nós mesmas também, mas o principal ponto no relacionamento entre pessoas que se curtem é, no mínimo, agradar, agradar e agradar.
E vai dizer que não valeu a pena só porque agora o cara acabou tudo que existia entre vocês por um e-mail?
Tudo bem, ele foi um desgraçado por ter terminado uma coisa – aparentemente – tão séria assim por E-MAIL.
Mas como assim? Vocês namoraram 5 anos, fizeram tudo que um casal que se ama loucamente faz: viagens, invenções na cozinha, surpresinhas de comemoração de meses juntos, ovos de páscoa, cineminha, presentes caros de natal, vários champagnes estourados e brindados em cada reveillon que comemoraram juntos, e mais viagens, exames de gravidez, cartinhas, fotos, ‘casados’ no orkut, uma noite inteirinha no hospital enquanto um estava doente, um dia inteiro sem fazer nada, juntos.
Tudo o tempo inteiro juntos.
E de repente, BUM!, a bomba estoura, e cada um corre pro seu canto, cada um com suas mágoas, seu ódio particular, cada um com sua maneira de enxergar o tão temido fim de relacionamento.
Quando eu acabei o meu último namoro foi exatamente isso que eu lia em minha testa toda vez que me olhava ao espelho: GAME OVER.
Aí eu só conseguia lembrar das coisas boas que a gente tinha vivido juntos, e daí eu chorava, chorava, chorava e deitava na cama esperando que o outro dia chegasse logo só pra esperar mais uma vez que as coisas mudassem. Não que eu fizesse questão que elas mudassem – ok, eu fazia -, mas é que eu queria sair correndo de dentro de mim, só pra não ter que passar pela parte dolorida do caso inteiro.
Amar é bom, everybody knows. O problema é a hora de parar de amar.
Ou pior, é não parar de amar mais nunca e saber lidar com isso.
Eu sei, ta parecendo que eu me enrolo demais com minhas próprias palavras, mas o fato principal é que a gente não ama e desama.
Não dá, minha gente. A gente ama e ama pra sempre. É ou não é? ( Ou então não é amor... E não adianta vir me falar que depois de 5 anos juntos “Ai, nunca foi amor...’ “, pela madrugada!, eu me nego a escutar algo assim... Gente, então o que houve? O parceiro te forçava a estar com ele? Como é... ? Rolava uma ameaça durante todo esse tempo juntos? O que foi? Por favor, né? Amor sem hipocrisia é mais gostoso... By the way ... )
Eu já falei que o mundo ta bizarro demais nesse meu texto? Eu sempre falo isso.
Mas é que realmente... Bom, amor acaba com todo mundo. Ódio acaba ainda mais. Por isso sou adepta a esse lance de amor.
A frase ‘ vamo beber e amar que o mundo vai se acabar’ faz parte do meu top five.
Não achem que isso é pra ser levado tão ao pé da letra assim – bom, a maneira de interpretar as coisas que eu escrevo depende de cada um -, mas, sabe, eu não consigo ver uma frase com tanto sentido no ramo do amor como essa.
E sério, isso não foi uma piada.
A gente ama e se dá mal, a gente odeia e se dá mais mal ainda. Mas quando a gente se dá mal de amor, é mais gostoso do que de ódio. E eu sei que todos hão de concordar comigo. Pois é, então é melhor arriscar no amor!
A gente não deixa de amar ninguém... a gente aprende que o amor existe de várias formas lindas e diferentes. A gente começa a notar que existem várias pessoas capazes de nos amar e nos acolher de maneiras completamente diferentes. E aí é quando a gente começa a captar o sentido real da palavra : A m o r.
É incondicional. Tudo suporta, tudo supera. E a parte mais clichê do meu texto vem exatamente agora : O amor e o ódio são bastante próximos.
Isso todo mundo já ta cansado de saber também... Eu não preciso nem dizer que eu não concordo, né?
Porra, que conformismo é esse de a gente ter chegado ao ponto de acreditar que o amor e o ódio andam juntos o tempo inteiro? Calma aí, eu sei que de vez em quando a gente dá uns gritos, a gente age como gente maluca e morre de ciúmes, mas até que ponto isso é ódio? Até que ponto é amor quando o crime é passional? Crime passional? Onde chegamos, minha gente? Crime é crime e ponto final.
Tem muito advogado – e me desculpem, mas não quero que isso pareça muito grosseiro da minha parte - ganhando dinheiro com isso e tirando vagabundo da cela, hein?
Amor é amor e ódio é ódio. Opostos. Ou seja, andam separados. Ou pelo menos deveriam...
O erro desse nosso conformismo é exatamente esse. Acreditamos no que não queremos acreditar só pra fugirmos da realidade : O mundo ta lotado de gente ruim e sem noção.
Ninguém mata porque amava demais.
Muita gente morre por amar demais. ( E sim, essa minha frase é de significado extremamente amplo. Compreenda da maneira que achar que deve...Jesus seria um grande exemplo, por exemplo. )
Quando nasci, era incapaz de compreender o significado do amor, mas sei que nasci rodeada disso. Cresci com isso.
Hoje, compreendo no íntimo cada letra que forma essa palavra. E consigo até espalhar isso às pessoas ao meu redor. Amar nunca é demais.
Desamor não existe para mim. ( Para mim. )
A graça da vida é justamente essa, de nos dar a oportunidade para que cada fim abra portas para um novo início. Pessoas vem e vão. Amores vem e (vão) ficam, e ficam, cravados na pele, como espinhos de rosas que não souberam ser administradas numa mão com cinco dedos.
Os amores nos escapam, por isso ou aquilo. Tanto faz, a gente nunca vai saber o que nos fez perder um grande amor, a gente sempre vai saber o que nos fez ganhar amores.
A gente faz, erra, perde. A gente faz, acerta, perde. A gente não faz, não ganha, nem perde.
Eu quero ir fazendo, acertando, errando, perdendo, ganhando...
Só não quero nunca deixar de amar quem já amei, e vacilar de não amar quem ainda vou conhecer.
O mundo é cheio de gente boa e amável, é preciso dar vazão aos sentimentos.
Sim, a gente sempre acha que o último foi o mais amado, até conhecermos o(s) próximo(s).
Todo mundo faz merdas o tempo inteiro... Mas existem umas que por mais que fedam muito, valem muito a pena.
É preciso colocar a mão no fogo tendo a certeza de que se queimar valeu muito à pena!
Sempre.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Nightmare
Acho que todo mundo um dia já passou por isso. Essa sensação ridícula de que o seu mundo está desabando, o coração está mutio triste, você sente um vácuo no peito, como se não houvesse um coração por ali.
É horrível.
Um pesadelo é pior do que – muitas vezes – a realidade.
Essa noite eu tive o pior pesadelo de toda a minha vida. PIOR.
Recebi péssimas notícias, chorei tanto, tanto, que acordei chorando ainda mais.
Essa coisa toda que me envolveu no pesadelo, me fez acreditar que poderia ser tudo realidade.
Acordei, chorei tanto, me tremi.
Liguei com urgência pro meu pai :
- Ai paizinho, tive um pesadelo terrível essa noite. Só um pesadelo... mas foi péssimo.
Disse repetidamente enquanto chorava tanto que até soluçava.
- Pesadelo? Sonhou o quê? Que eu tinha morrido, é?
Chorei ainda mais forte e não precisei responder nada, e ele continuou:
- Hoje eu acordei mais vivo do que nunca. Não vejo a hora de você chegar aqui em Aracaju pra que eu possa te receber.
Chorei, chorei. E disse:
- Paizinho, por favor, se cuide.
- Eu me cuido. Eu me cuido sim...tá tudo bem. Acho que hoje vou viajar pro Rio, vou ter uma reunião por lá... É capaz de nem acontecer por causa da chuva forte que ta tendo lá... Mas a passagem ta comprada! Preciso só que eles me confirmem se vai ter, qualquer coisa a gente vai cancelar a passagem. Acorde e vá trabalhar.
- Eu to indo.
- Você nunca mais me mandou nada de nenhum trabalho seu na rádio. Quero novidades. Me mande por email quando puder. Eu to bem, ta tudo bem, precisa se preocupar não, meu amor.
- Ta bom, paizinho. Eu te amo muito, viu?
- Ave Maria!, e eu sou o que mais te amo nessa vida.
Sorri.
- Um beijo e bom bia.
- Um beijo e bom dia pra vc também, minha filha.
Desliguei o telefone e liguei meu computador. Só pra escrever isso.
A minha colega de quarto acordou, me viu com cara de desespero e passou a mão no meu ombro...
Bom, estou indo trabalhar.
É horrível.
Um pesadelo é pior do que – muitas vezes – a realidade.
Essa noite eu tive o pior pesadelo de toda a minha vida. PIOR.
Recebi péssimas notícias, chorei tanto, tanto, que acordei chorando ainda mais.
Essa coisa toda que me envolveu no pesadelo, me fez acreditar que poderia ser tudo realidade.
Acordei, chorei tanto, me tremi.
Liguei com urgência pro meu pai :
- Ai paizinho, tive um pesadelo terrível essa noite. Só um pesadelo... mas foi péssimo.
Disse repetidamente enquanto chorava tanto que até soluçava.
- Pesadelo? Sonhou o quê? Que eu tinha morrido, é?
Chorei ainda mais forte e não precisei responder nada, e ele continuou:
- Hoje eu acordei mais vivo do que nunca. Não vejo a hora de você chegar aqui em Aracaju pra que eu possa te receber.
Chorei, chorei. E disse:
- Paizinho, por favor, se cuide.
- Eu me cuido. Eu me cuido sim...tá tudo bem. Acho que hoje vou viajar pro Rio, vou ter uma reunião por lá... É capaz de nem acontecer por causa da chuva forte que ta tendo lá... Mas a passagem ta comprada! Preciso só que eles me confirmem se vai ter, qualquer coisa a gente vai cancelar a passagem. Acorde e vá trabalhar.
- Eu to indo.
- Você nunca mais me mandou nada de nenhum trabalho seu na rádio. Quero novidades. Me mande por email quando puder. Eu to bem, ta tudo bem, precisa se preocupar não, meu amor.
- Ta bom, paizinho. Eu te amo muito, viu?
- Ave Maria!, e eu sou o que mais te amo nessa vida.
Sorri.
- Um beijo e bom bia.
- Um beijo e bom dia pra vc também, minha filha.
Desliguei o telefone e liguei meu computador. Só pra escrever isso.
A minha colega de quarto acordou, me viu com cara de desespero e passou a mão no meu ombro...
Bom, estou indo trabalhar.
Assim ou assado.
Se quer saber de mim, me procura aqui, na retina.
E se quer entender a mim, olha aqui, onde bombeia o sangue, onde ficam os sentimentos.
Porque se tenta me entender só pelo que vê por fora, nunca saberá de fato quem sou.
Se não souber quem sou, foge.
Se não me conhece tão bem, não trema de esperança e nem de espanto.
Foge.
Ainda é tempo.
Porque quando digo palavras que doem, sei que doem.
E quando quero falar sobre amor, é porque quero, de fato, amar.
Mas se quero ser seca, consigo deixar mais sede do que qualquer sertão desse Brasil.
E se mato a sede, mostro fartura.
E me sinto um pouco Bandeira quando afirmo que estou farta do lirismo namorador!
Farta!
Escuta aqui, eu não quero te falar o que mais desejo, quero te mostrar a minha vontade. Em mãos, braços, abraços, beijos e não's.
Se sim o tempo inteiro não tem graça.
Nunca se acostumará com o meu corpo, nem com o meu rosto.
Não sou assim, nem assado.
Quando eu te perguntar se me conhece, você dirá que não, de maneira obrigatória.
Se me perguntar se te conheço, com certeza direi que não.
Sairá de mim como palavra clichê, você vai ver.
Se não me conhece, foge!
Se for tentar, segue em frente.
Senão, nem começa.
E se quer entender a mim, olha aqui, onde bombeia o sangue, onde ficam os sentimentos.
Porque se tenta me entender só pelo que vê por fora, nunca saberá de fato quem sou.
Se não souber quem sou, foge.
Se não me conhece tão bem, não trema de esperança e nem de espanto.
Foge.
Ainda é tempo.
Porque quando digo palavras que doem, sei que doem.
E quando quero falar sobre amor, é porque quero, de fato, amar.
Mas se quero ser seca, consigo deixar mais sede do que qualquer sertão desse Brasil.
E se mato a sede, mostro fartura.
E me sinto um pouco Bandeira quando afirmo que estou farta do lirismo namorador!
Farta!
Escuta aqui, eu não quero te falar o que mais desejo, quero te mostrar a minha vontade. Em mãos, braços, abraços, beijos e não's.
Se sim o tempo inteiro não tem graça.
Nunca se acostumará com o meu corpo, nem com o meu rosto.
Não sou assim, nem assado.
Quando eu te perguntar se me conhece, você dirá que não, de maneira obrigatória.
Se me perguntar se te conheço, com certeza direi que não.
Sairá de mim como palavra clichê, você vai ver.
Se não me conhece, foge!
Se for tentar, segue em frente.
Senão, nem começa.
Chove chuva.
Tem dias, que como hoje, parece até que vou desistir de tudo. De tudo isso aqui.
Pegar as trouxas e ir. Ir pro lugar de onde um dia eu não deveria ter saído.
Mas é aquela coisa, sabe, você fica morrendo de vontade de voar. Fica morrendo de vontade de ter asas, ir e vir, vir e ir. A hora que quiser.
Uns dias que – como hoje – me fazem ter vontade de abraçar forte o amigo distante. Correr na areia da praia que só me pertence. Ligar pra quem eu mais sentir saudade, na hora que eu sentir vontade.
Qualquer coisa!
Qualquer coisa que me tire daqui e me faça crer : A vida é mais, muito mais que isso.
Vou sair, preciso sair agora,..., vou pegar o meu toca-música e escutar qualquer coisa que me transporte pra onde eu quero e talvez eu chore, talvez chova.
Lágrimas.
Pegar as trouxas e ir. Ir pro lugar de onde um dia eu não deveria ter saído.
Mas é aquela coisa, sabe, você fica morrendo de vontade de voar. Fica morrendo de vontade de ter asas, ir e vir, vir e ir. A hora que quiser.
Uns dias que – como hoje – me fazem ter vontade de abraçar forte o amigo distante. Correr na areia da praia que só me pertence. Ligar pra quem eu mais sentir saudade, na hora que eu sentir vontade.
Qualquer coisa!
Qualquer coisa que me tire daqui e me faça crer : A vida é mais, muito mais que isso.
Vou sair, preciso sair agora,..., vou pegar o meu toca-música e escutar qualquer coisa que me transporte pra onde eu quero e talvez eu chore, talvez chova.
Lágrimas.
Não é sobre mim.
Sozinha, sou uma menina sozinha.
E nunca tive ninguém pra chamar de meu – bullshit.
Eu realmente gostaria de fazer as coisas de maneira certa,
Pra que eu pelo menos, pudesse ter alguém pra ligar ao fim do dia.
Mas não, eu não tenho ninguém.
Eu poderia ser bastante feliz, mas sou só.
Queria que o mundo parasse de brincar comigo.
Não tenho ninguém, absolutamente ninguém pra chamar de meu.
Muito só.
Acordo todos os dias e digo pra mim mesma : Levanta!
Mas é que os dias são meio amargos, meio secos,
Isso só pelo fato de estar só.
Não tenho ninguém que pergunte : E aí, como foi o seu dia?
Nem alguém que só diga : E aí?
Mas eu acho que já machuquei muitas pessoas...
Então, bom... você sabe como funciona o mundo.
Só, muito só.
Por outro lado, pelo menos eu gosto da minha voz.
Me desejo bom dia, boa tarde e boa noite,
Com os olhos fechados em frente ao espelho.
E volto a dormir, só.
E nunca tive ninguém pra chamar de meu – bullshit.
Eu realmente gostaria de fazer as coisas de maneira certa,
Pra que eu pelo menos, pudesse ter alguém pra ligar ao fim do dia.
Mas não, eu não tenho ninguém.
Eu poderia ser bastante feliz, mas sou só.
Queria que o mundo parasse de brincar comigo.
Não tenho ninguém, absolutamente ninguém pra chamar de meu.
Muito só.
Acordo todos os dias e digo pra mim mesma : Levanta!
Mas é que os dias são meio amargos, meio secos,
Isso só pelo fato de estar só.
Não tenho ninguém que pergunte : E aí, como foi o seu dia?
Nem alguém que só diga : E aí?
Mas eu acho que já machuquei muitas pessoas...
Então, bom... você sabe como funciona o mundo.
Só, muito só.
Por outro lado, pelo menos eu gosto da minha voz.
Me desejo bom dia, boa tarde e boa noite,
Com os olhos fechados em frente ao espelho.
E volto a dormir, só.
Quando eu te quiser.
Todos os encontros, todos em meus ombros.
Todos os dilemas.
Todos os poemas,
Eu sei,
Todo amor encontra a solidão.
Todo barulho se aquieta com medo de um não.
Tanto se contradiz que até esquece de dizer!
Eu, você e todos os encontros casuais.
O amor, o ódio, e um ‘pra sempre’ que sempre pausa.
E o ódio, tudo causa, até o amor, de onde se menos espera!
Tudo se supera.
Tantos papéis sobre a mesa que nunca foi de ninguém.
E os lençóis, bagunçados, todos naquela cama que muitos já usaram.
Algumas coisas ao meu redor notam, i’m sad.
Eu me sinto ok,
Mas nunca disse que você poderia ir embora.
Eu gostaria,
Que você ficasse comigo e com você,
Além.
Quando eu te quiser, esteja em casa.
Todos os dilemas.
Todos os poemas,
Eu sei,
Todo amor encontra a solidão.
Todo barulho se aquieta com medo de um não.
Tanto se contradiz que até esquece de dizer!
Eu, você e todos os encontros casuais.
O amor, o ódio, e um ‘pra sempre’ que sempre pausa.
E o ódio, tudo causa, até o amor, de onde se menos espera!
Tudo se supera.
Tantos papéis sobre a mesa que nunca foi de ninguém.
E os lençóis, bagunçados, todos naquela cama que muitos já usaram.
Algumas coisas ao meu redor notam, i’m sad.
Eu me sinto ok,
Mas nunca disse que você poderia ir embora.
Eu gostaria,
Que você ficasse comigo e com você,
Além.
Quando eu te quiser, esteja em casa.
terça-feira, 23 de março de 2010
Sempre faz sentido.
- o que você quer?
- preciso da minha varanda,
dos meus amigos,
das minhas brejas,
e dos meus carltons.
fora isso,
eu não preciso de mais nada.
- mais nada? nada nada nada?
- bom... acho que não. deveria?
- uhm... se deveria eu não sei,
mas sei que seria bom...
- bom? como assim? já te falei tudo que eu preciso. o que poderia ser melhor que isso?
- você não sabe?! imagine eu...
- na real... ainda tem um espaço vazio.
- eu sei que tem.
- como você sabe?
- vejo o vazio nos seus olhos,
mesmo eles estando maquiados assim...
- mas, como se vê o vazio nos olhos de alguém?
- não dá pra explicar. eu sinto.
- é... eu também sinto.
- eu sei.
- COMO VOCÊ SABE?
- eu sinto.
- COMO VOCÊ SENTE O QUE SABE E SABE O QUE SENTE?
- eu sinto. já falei...
- então me faça sentir... eu preciso sentir.
- não sei como 'fazer sentir'.
- NÃO?! eu adoraria sentir...
- tá, vamos tentar... fecha os olhos e pensa num vazio.
- só consigo ver um lugar cheio de coisas aleatórias... que droga,
cadê o meu vazio?
- ok, vamos tentar de outro jeito...
(...)
- abre os olhos e olha reto, bem profundo, se concentra, mas só abre os olhos quando eu falar 'já'.
- ok. to com os olhos fechados...
(... )
- já!
- ...
- ???
- odeio espelhos.
( sábado, 20 de dezembro de 2008, às 01h52 am. )
- preciso da minha varanda,
dos meus amigos,
das minhas brejas,
e dos meus carltons.
fora isso,
eu não preciso de mais nada.
- mais nada? nada nada nada?
- bom... acho que não. deveria?
- uhm... se deveria eu não sei,
mas sei que seria bom...
- bom? como assim? já te falei tudo que eu preciso. o que poderia ser melhor que isso?
- você não sabe?! imagine eu...
- na real... ainda tem um espaço vazio.
- eu sei que tem.
- como você sabe?
- vejo o vazio nos seus olhos,
mesmo eles estando maquiados assim...
- mas, como se vê o vazio nos olhos de alguém?
- não dá pra explicar. eu sinto.
- é... eu também sinto.
- eu sei.
- COMO VOCÊ SABE?
- eu sinto.
- COMO VOCÊ SENTE O QUE SABE E SABE O QUE SENTE?
- eu sinto. já falei...
- então me faça sentir... eu preciso sentir.
- não sei como 'fazer sentir'.
- NÃO?! eu adoraria sentir...
- tá, vamos tentar... fecha os olhos e pensa num vazio.
- só consigo ver um lugar cheio de coisas aleatórias... que droga,
cadê o meu vazio?
- ok, vamos tentar de outro jeito...
(...)
- abre os olhos e olha reto, bem profundo, se concentra, mas só abre os olhos quando eu falar 'já'.
- ok. to com os olhos fechados...
(... )
- já!
- ...
- ???
- odeio espelhos.
( sábado, 20 de dezembro de 2008, às 01h52 am. )
quarta-feira, 10 de março de 2010
Cachaça.
'Se a coisa não sai do jeito que eu quero, também não me desespero, o negócio é deixar rolar. E aos trancos e barrancos lá vou eu, sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu.'
Salve, salve, cachaça!
E ainda há quem diga que da boca de um bêbado só saem coisas ruins.
Bobagem! As coisas ruins estão nos ouvidos de quem as ouve. Nos olhos de quem as vê, no sentimento de quem as sente.
E se sente, é porque a coisa é ruim mesmo.
Mas os ouvidos não sabem de nada e os olhos são quase cegos!
Mas sentir nunca é pouca coisa.
A gente sente desde que chega nesse mundo, e sai desse mundo sentindo tudo. De dor, até amor.
Acorda cedo e se veste de amor um dia.
Faz um samba, tenta ser feliz.
Num outro dia, acorda tarde e se veste de luto.
Cores neutras, vendo a vida em preto e branco. Mais preto que branco.
Ensaia a morte em cada rua atravessada.
Lamenta a saudade em forma de melodia... lamenta o dia.
Vez ou outra dorme cedo, pra melhorar o aspecto de doente.
Dorme o dia inteiro, pra nem vê o dia passar, de tanto desgosto.
Ah, amarga vida!
Mas faz um samba e muito amor até mais tarde, e só por isso tem muito sono de manhã.
A rotina da pele é o arrepio, já a rotina do equilíbrio é a medida.
Já tentou viver sem?
Sem rotina, sem medida.
Todo dia fazendo tudo sempre igual, não há beleza.
Ritmo, ritmo, ritmo. Disritimia.
Tudo. Cérebro e coração.
Salve, salve, cachaça!
Salve, salve, cachaça!
E ainda há quem diga que da boca de um bêbado só saem coisas ruins.
Bobagem! As coisas ruins estão nos ouvidos de quem as ouve. Nos olhos de quem as vê, no sentimento de quem as sente.
E se sente, é porque a coisa é ruim mesmo.
Mas os ouvidos não sabem de nada e os olhos são quase cegos!
Mas sentir nunca é pouca coisa.
A gente sente desde que chega nesse mundo, e sai desse mundo sentindo tudo. De dor, até amor.
Acorda cedo e se veste de amor um dia.
Faz um samba, tenta ser feliz.
Num outro dia, acorda tarde e se veste de luto.
Cores neutras, vendo a vida em preto e branco. Mais preto que branco.
Ensaia a morte em cada rua atravessada.
Lamenta a saudade em forma de melodia... lamenta o dia.
Vez ou outra dorme cedo, pra melhorar o aspecto de doente.
Dorme o dia inteiro, pra nem vê o dia passar, de tanto desgosto.
Ah, amarga vida!
Mas faz um samba e muito amor até mais tarde, e só por isso tem muito sono de manhã.
A rotina da pele é o arrepio, já a rotina do equilíbrio é a medida.
Já tentou viver sem?
Sem rotina, sem medida.
Todo dia fazendo tudo sempre igual, não há beleza.
Ritmo, ritmo, ritmo. Disritimia.
Tudo. Cérebro e coração.
Salve, salve, cachaça!
segunda-feira, 8 de março de 2010
Utópico.
Eu costumava ver o mundo por trás de uma outra face, que não era minha.
Ontem, eu fiquei sabendo que essa outra face nunca me pertenceu, de fato.
Eu chorei, e as lágrimas saiam pelos meus olhos descontroladamente, fazendo com que o meu rosto ficasse molhado, e então eu pude notar - com mais clareza - que as dores só me pertencem. Elas são minhas e ninguém as toma por mim.
E Vinícius de Moraes me pareceu bastante coerente dessa vez, quando finalmente encontrei um bom contexto pra encaixar o samba em prelúdio que desde que você me apresentou parecia ser uma bobagem qualquer.
Uma utopia, pela qual nós jamais passaríamos.
'Os meus braços precisam dos teus,
teus abraços precisam dos meus.
(...)
Tenho os olhos cansados de olhar para o além,
vem ver a vida, sem você, meu amor, eu não sou ninguém.
Ai, que saudade. Que vontade de ver renascer nossa vida.'
Chorei de novo, mas não foi por você, nem por nossa condição.
Chorei por ter me enganado tanto, sozinha, e, por ainda assim,
não ter deixado de acreditar.
O choro de hoje, meu bem, foi de felicidade.
Hoje a tristeza foi,
amanhã ela volta.
Depois ela vai,
e volta.
Eu nunca mais havia lembrado das duas sombras dançando num tapete.
O amor não é lá tanta verdade assim...
Uma hora dessas, acho que eu preferia estar desacreditada.
Não sei nem chorar.
Ontem, eu fiquei sabendo que essa outra face nunca me pertenceu, de fato.
Eu chorei, e as lágrimas saiam pelos meus olhos descontroladamente, fazendo com que o meu rosto ficasse molhado, e então eu pude notar - com mais clareza - que as dores só me pertencem. Elas são minhas e ninguém as toma por mim.
E Vinícius de Moraes me pareceu bastante coerente dessa vez, quando finalmente encontrei um bom contexto pra encaixar o samba em prelúdio que desde que você me apresentou parecia ser uma bobagem qualquer.
Uma utopia, pela qual nós jamais passaríamos.
'Os meus braços precisam dos teus,
teus abraços precisam dos meus.
(...)
Tenho os olhos cansados de olhar para o além,
vem ver a vida, sem você, meu amor, eu não sou ninguém.
Ai, que saudade. Que vontade de ver renascer nossa vida.'
Chorei de novo, mas não foi por você, nem por nossa condição.
Chorei por ter me enganado tanto, sozinha, e, por ainda assim,
não ter deixado de acreditar.
O choro de hoje, meu bem, foi de felicidade.
Hoje a tristeza foi,
amanhã ela volta.
Depois ela vai,
e volta.
Eu nunca mais havia lembrado das duas sombras dançando num tapete.
O amor não é lá tanta verdade assim...
Uma hora dessas, acho que eu preferia estar desacreditada.
Não sei nem chorar.
Visão.
Eu não me acostumo com as coisas pela metade.
Se um beijo é só pela metade, não pode ser beijo, é meio beijo.
E meio beijo nunca vai ser um beijo.
[...]
As mãos correndo das costas à cintura,
da cintura à lateral dos seios, e o faz-de-conta que parece mais uma
cena ensaiada de tango, onde os dedos não sabem por onde ir, e caminham lentamente entre a nuca e os cabelos, meio suados, da muita água que existe dentro do corpo.
E os suspiros que mais parecem preces feitas no escuro da noite,
entre as quatro paredes e as duas portas existentes num mesmo quarto, a do banheiro e a porta de entrada, luzes apagadas, tato: Me tenha sob a pele!
E não se sabe da futilidade que existe em meio a tanto amor?
E as preces, que agora parecem mais uma discussão, entre dedos, cabelos, suor e pele, muita pele, saem de dentro do corpo as palavras, pela boca : Me faça parar.
E fazer parar antes de começar não é nem metade.
Desconsidere o fato... era só fixão.
E fixão não é nem metade de um fato.
Olhares são bons porque são inteiros, mesmo que por um caolho.
Sempre achei que profundidade deveria ter como significado; olhos.
Quando sou vista, garanto que sou notada dos pés à cabeça, inteira e completa.
Mas o que é carne?
Se me olharem diretamente nos olhos, saberão.
Atreva-se.
Apaixone-se.
Envolva-se.
Sacie-se.
Completamente, como nos olhares.
Se um beijo é só pela metade, não pode ser beijo, é meio beijo.
E meio beijo nunca vai ser um beijo.
[...]
As mãos correndo das costas à cintura,
da cintura à lateral dos seios, e o faz-de-conta que parece mais uma
cena ensaiada de tango, onde os dedos não sabem por onde ir, e caminham lentamente entre a nuca e os cabelos, meio suados, da muita água que existe dentro do corpo.
E os suspiros que mais parecem preces feitas no escuro da noite,
entre as quatro paredes e as duas portas existentes num mesmo quarto, a do banheiro e a porta de entrada, luzes apagadas, tato: Me tenha sob a pele!
E não se sabe da futilidade que existe em meio a tanto amor?
E as preces, que agora parecem mais uma discussão, entre dedos, cabelos, suor e pele, muita pele, saem de dentro do corpo as palavras, pela boca : Me faça parar.
E fazer parar antes de começar não é nem metade.
Desconsidere o fato... era só fixão.
E fixão não é nem metade de um fato.
Olhares são bons porque são inteiros, mesmo que por um caolho.
Sempre achei que profundidade deveria ter como significado; olhos.
Quando sou vista, garanto que sou notada dos pés à cabeça, inteira e completa.
Mas o que é carne?
Se me olharem diretamente nos olhos, saberão.
Atreva-se.
Apaixone-se.
Envolva-se.
Sacie-se.
Completamente, como nos olhares.
Profundo.
E o mar, que nos oferta um só lugar, perto do céu, perto do fim que cada início um dia tem.
O mar me aguarda, só pra mostrar a vida embaixo d'água, onde os vivos alimentam-se dos mortos, ou matam pra sobreviver.
Beijo com sabor de delícia.
Um beijo com cheiro de mar, gosto salgado.
Uma coisa fascinante.
E um luar perfeito, pra amar, à beira-mar.
Ah, se todos soubessem onde encontram-se as belezas quase nunca vistas por olhos terrestres.
A lua parada e a voz que por foto não se ouve.
E aqueles olhos, que de longe eu já senti.
Poros e pupílas.
Pele.
A tentativa de fazer uma canção, só pra ser feliz, um pouco mais, menos.
Abrindo o sorriso e fechando o caderno.
Ou então não... Ou então, fechando o sorriso e abrindo o caderno.
São muitas letrinhas juntas, e muitas palavras e um caos no consciente, um grito lá longe, no subconsciente.
Dentro de mim, o mundo caminha.
E eu fico parada.
Sentindo.
Sentindo.
Escrevo num pedaço de papel, mais tarde: ' Agi certo, mas foi sem querer.'.
Profundo no meu coração, tão profundo que ninguém nunca chegaria lá, como nas profundezas do mar.
O mar me aguarda, só pra mostrar a vida embaixo d'água, onde os vivos alimentam-se dos mortos, ou matam pra sobreviver.
Beijo com sabor de delícia.
Um beijo com cheiro de mar, gosto salgado.
Uma coisa fascinante.
E um luar perfeito, pra amar, à beira-mar.
Ah, se todos soubessem onde encontram-se as belezas quase nunca vistas por olhos terrestres.
A lua parada e a voz que por foto não se ouve.
E aqueles olhos, que de longe eu já senti.
Poros e pupílas.
Pele.
A tentativa de fazer uma canção, só pra ser feliz, um pouco mais, menos.
Abrindo o sorriso e fechando o caderno.
Ou então não... Ou então, fechando o sorriso e abrindo o caderno.
São muitas letrinhas juntas, e muitas palavras e um caos no consciente, um grito lá longe, no subconsciente.
Dentro de mim, o mundo caminha.
E eu fico parada.
Sentindo.
Sentindo.
Escrevo num pedaço de papel, mais tarde: ' Agi certo, mas foi sem querer.'.
Profundo no meu coração, tão profundo que ninguém nunca chegaria lá, como nas profundezas do mar.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Nunca nesse mundo.
Nunca nesse mundo se está só.
Posso sentir e até ouvir o silêncio quase perfeito, não fosse o tritinar dos grilos, e o vento forte do ventilador no maior nível, meus mais fiéis companheiros essa madrugada.
Consigo imaginar a quantidade de pessoas que dormem, brigam, choram, sorriem, fazem amor e morrem a essa hora da madrugada.
Mas que durmam bem e que tenham bons sonhos. Que descansem o tempo suficiente pra encararem logo menos a realidade do dia. O trânsito caótico - não importa de onde, trânsito é sempre assustador - da cidade, as pessoas infelizes na fila do banco, o filho ligando pedindo autorização pra ir ao show do Ozzy Ousborne ou do Parangolé - ou qualquer coisa extrema assim que brinque com os nervos.
Descansem com os anjos.
E que cada grito dado durante a briga seja válido. Consigam provar porque estão certos, e perdoem quem está errado.
Desculpem-se os errados e peçam misericórdia a Deus.
Lamentem-se pela briga.
Durmam com os anjos.
Cada lágrima derramada se transforme em alegria absoluta, no dia de amanhã.
E que sejam bem-aventurados, de fato, os que choram, para que sejam consolados.
O choro de um pecador, como o de uma criança que vem ao mundo, desesperadamente em busca da vida.
Que o pecador chore e nasça outra vez.
Mas que fique com os anjos.
Os sorrisos sejam como flores desabrochando, levando paz e alívio aos corações.
Sorrisos sinceros e humildes.
Extravagantes. Sorrisos que tragam à nossa vida mais um motivo pra continuar a jornada por aqui.
Um sorriso que esconda a luta por segundos.
Mas que permaneçam com os anjos.
Um sexo com amor, entre marido e mulher que mesmo após 20 anos de casamento permaneçam com a sede de se amarem, a vontade de se tocarem e a ansiedade pelas próximas juras renovadas de amor ao pé do ouvido.
E que continuem com os anjos.
E a morte, por fim, sombria, que seja silenciosa, que não seja dolorosa.
Virá como flecha. Talvez dê tempo de doer, talvez não.
Mas que não doa.
Que permaneçam vivos, dentro dos que reservaram um espaço no coração pra esses tais mortais.
Mas que vão, e que vão com a certeza de que tudo isso fizeram.
Que os anjos os abracem e que finalmente possam dizer : Eu nunca estive só.
O mundo permanece no caos, mesmo com o silêncio que nos engana, dentro das paredes em que nos trancamos.
Continuam dormindo, brigando, chorando, sorrindo, amando e morrendo.
O tempo inteiro.
Ninguém dorme só.
Ninguém briga só.
Nem chora ou sorri só.
Ninguém ama só,
e todo mundo acaba morrendo um dia.
Posso sentir e até ouvir o silêncio quase perfeito, não fosse o tritinar dos grilos, e o vento forte do ventilador no maior nível, meus mais fiéis companheiros essa madrugada.
Consigo imaginar a quantidade de pessoas que dormem, brigam, choram, sorriem, fazem amor e morrem a essa hora da madrugada.
Mas que durmam bem e que tenham bons sonhos. Que descansem o tempo suficiente pra encararem logo menos a realidade do dia. O trânsito caótico - não importa de onde, trânsito é sempre assustador - da cidade, as pessoas infelizes na fila do banco, o filho ligando pedindo autorização pra ir ao show do Ozzy Ousborne ou do Parangolé - ou qualquer coisa extrema assim que brinque com os nervos.
Descansem com os anjos.
E que cada grito dado durante a briga seja válido. Consigam provar porque estão certos, e perdoem quem está errado.
Desculpem-se os errados e peçam misericórdia a Deus.
Lamentem-se pela briga.
Durmam com os anjos.
Cada lágrima derramada se transforme em alegria absoluta, no dia de amanhã.
E que sejam bem-aventurados, de fato, os que choram, para que sejam consolados.
O choro de um pecador, como o de uma criança que vem ao mundo, desesperadamente em busca da vida.
Que o pecador chore e nasça outra vez.
Mas que fique com os anjos.
Os sorrisos sejam como flores desabrochando, levando paz e alívio aos corações.
Sorrisos sinceros e humildes.
Extravagantes. Sorrisos que tragam à nossa vida mais um motivo pra continuar a jornada por aqui.
Um sorriso que esconda a luta por segundos.
Mas que permaneçam com os anjos.
Um sexo com amor, entre marido e mulher que mesmo após 20 anos de casamento permaneçam com a sede de se amarem, a vontade de se tocarem e a ansiedade pelas próximas juras renovadas de amor ao pé do ouvido.
E que continuem com os anjos.
E a morte, por fim, sombria, que seja silenciosa, que não seja dolorosa.
Virá como flecha. Talvez dê tempo de doer, talvez não.
Mas que não doa.
Que permaneçam vivos, dentro dos que reservaram um espaço no coração pra esses tais mortais.
Mas que vão, e que vão com a certeza de que tudo isso fizeram.
Que os anjos os abracem e que finalmente possam dizer : Eu nunca estive só.
O mundo permanece no caos, mesmo com o silêncio que nos engana, dentro das paredes em que nos trancamos.
Continuam dormindo, brigando, chorando, sorrindo, amando e morrendo.
O tempo inteiro.
Ninguém dorme só.
Ninguém briga só.
Nem chora ou sorri só.
Ninguém ama só,
e todo mundo acaba morrendo um dia.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Te pergunto.
Cada um vai colher o que plantou, eu disse.
Preciso desabafar.
Dizem por aí que o bem vence o mal, mas nem sempre é assim.
Onde você tem depositado a sua raiva? O que você tem feito com a sua raiva?
Se tu quer a paz, eu te digo que eu quero também.
Qual seu lado favorito?
Eu caminho pelos campos da paz, enquanto outros vivem no campo de guerra.
Porque você reclama na fila do supermercado da demora enquanto outros morrem de fome do lado de fora?
Tu quer a paz? Eu quero também.
Porque você reclama da chuva enquanto outros sofrem na seca?
E você da seca, que reza pra chover, enquanto outros morrem afogados?
Cada um por si e Deus por todos?
Vence o mal com o bem.
Oh Deus, perdoa esses pobres coitados, cheios de mágoas.
Ganância demais.
Tristeza demais.
Frio demais, calor demais.
E a paz, cadê?
Falta de tudo. Sobra de tudo.
Esse povo sofre demais.
Preciso desabafar.
Dizem por aí que o bem vence o mal, mas nem sempre é assim.
Onde você tem depositado a sua raiva? O que você tem feito com a sua raiva?
Se tu quer a paz, eu te digo que eu quero também.
Qual seu lado favorito?
Eu caminho pelos campos da paz, enquanto outros vivem no campo de guerra.
Porque você reclama na fila do supermercado da demora enquanto outros morrem de fome do lado de fora?
Tu quer a paz? Eu quero também.
Porque você reclama da chuva enquanto outros sofrem na seca?
E você da seca, que reza pra chover, enquanto outros morrem afogados?
Cada um por si e Deus por todos?
Vence o mal com o bem.
Oh Deus, perdoa esses pobres coitados, cheios de mágoas.
Ganância demais.
Tristeza demais.
Frio demais, calor demais.
E a paz, cadê?
Falta de tudo. Sobra de tudo.
Esse povo sofre demais.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
De coração.
O ruim do amor é quando ele deixa de ser.
O amor aparece pra te fazer acreditar na vida, acreditar em significados que o dicionário explica, sobre todas as palavras.
As coisas intrínsecas deixam de ser, junto com o amor. E aí você começa a dar conta de que as coisas não funcionam bem do jeito que você planeja.
Começam a dar errado. Começam a deixar de funcionar, junto com o tal amor.
E o amor, que passa a ser desamor?
A atenção, desatenção.
O desejo, desgosto.
Escarrando na boca que beijei. Sofri.
Você me fez sofrer, e só quero que saiba isso, por enquanto.
O que vem pela frente, meu bem, não podemos mais chamar de amor.
De coração.
O amor aparece pra te fazer acreditar na vida, acreditar em significados que o dicionário explica, sobre todas as palavras.
As coisas intrínsecas deixam de ser, junto com o amor. E aí você começa a dar conta de que as coisas não funcionam bem do jeito que você planeja.
Começam a dar errado. Começam a deixar de funcionar, junto com o tal amor.
E o amor, que passa a ser desamor?
A atenção, desatenção.
O desejo, desgosto.
Escarrando na boca que beijei. Sofri.
Você me fez sofrer, e só quero que saiba isso, por enquanto.
O que vem pela frente, meu bem, não podemos mais chamar de amor.
De coração.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
A dor vira força?
Ontem, deitei na cama, aqui desse lugar desconhecido, cheio de gente desconhecida, pensei em ligar pra alguém a quem eu sempre ligo, provavelmente seria a menina que virou irmã nos últimos anos, se eu não estivesse longe e sem celular. Quando eu estava perto tinha créditos praticamente infinitos pra falar com ela ao telefone, então, sempre que me sentia só na vida, eu ligava pra ela e passava horas e horas falando sobre qualquer coisa, sobre várias coisas ou até mesmo sobre nada, até sentir sono e dormir levemente.
Se eu estivesse em casa, provavelmente eu faria isso, acordaria a hora que me desse vontade antes do almoço, olharia a minha mãe na cozinha fazendo alguma comida especial - porque pra mim, qualquer coisa que ela faça é especial - provavelmente desejaria bom dia a ela, daria um beijo e um abraço por trás, enquanto as mãos dela estariam ocupadas cortando algum vegetal, ela certamente iria reclamar da hora que eu fui dormir, e reclamaria de alguma coisa a mais que mãe sempre arruma pra reclamar, então eu ligaria o computador pra falar com meus amigos. Pra saber o que tem de bom no dia.
Falaria com a menina que vê cavalos marinhos, combinaria algum programa pra mais tarde. Diria o quanto quero ver coisas no céu, na água e na areia. Ela diria que também...Sei que diria.
Perguntaria a menina dos cabelos longos como andam as coisas. Ela me contaria as novidades do dia, que tenho quase certeza que não seriam muitas, até pelo fato de eu sempre estar por dentro do que acontece por lá, com ela. Ela me convidaria pra almoçar na casa dela, se o almoço fosse algo que eu gostasse.
A menina que virou irmã a essa hora provavelmente falaria alguma pouca coisa comigo - porque ela estaria no trabalho e também por ela não ser muito boa em conversas instantâneas por internet -, diria um 'amo você' ao final de cada conversa com cada amiga minha, almoçaria com a minha mãe na sala, vendo algum programa bobo na tv, deitaria na cama, escutaria música... Coisas assim, que só a sua casa, o seu lar, a sua cidade podem te proporcionar.
Tudo com aquele cheiro. Tudo com aquele ar.
Quando desse 5h30 da noite a cidade estaria escurecendo, como naturalmente é. A Francisco Porto, a Hermes Fontes e a Beira-mar estariam com aquele trânsito grande - que cá pra nós, sabemos que é pouca coisa - por ser o horário que as pessoas saem do trabalho e vão pra casa encontrar a família.
Meu pai me ligaria, perguntaria o que eu fiz durante o dia, diria que estava tudo bem, me contaria os problemas do trabalho, o estresse do dia, perguntaria se eu já jantei, a essa hora com certeza eu não teria jantado ainda, ele talvez comprasse um lanche pra mim, com suco de manga em caixa acompanhando e levaria na minha casa. Diria algo como ' desce daqui a 10 minutos que eu já tô chegando', eu desceria, esperaria ele mais uns cinco minutos, ele me pediria a mão pra me dar a benção de pai, me desejaria boa noite, diria de amor e sairia com o carro. E eu ficaria vendo o carro dele ir embora... e entraria no prédio, doida de vontade pra ver qual seria o lanche do dia.
E a minha família, cadê? Longe, longe, longe.
Deitada ontem nessa cama que nem parece ser minha, pensei em tanta gente especial, em tantos momentos especiais.
Quis chorar. E chorei. E estou chorando.
É que aqui não tem o cheiro da minha cidade, não tem o ar da minha cidade, nem minha família, nem meus amores, nem minha família, de novo.
Por enquanto, o ar daqui não me pertence. E estou tentando - eu juro - fazer com que o ar daqui seja meu também.
Chamam isso de adaptação.
Eu ( ainda ) não me adaptei.
Ainda dói. Ainda me sinto só.
Ainda me sinto pequena. Ainda me sinto perdida. Perdida no mundo, na vida.
Eu sei, gente, eu sei, eu vou me encontrar e talvez demore mesmo.
Eu sei que faz parte essa fase.
Pra chegar no chefão a gente passa por vários levels. Acho que me encontro no primeiro, e isso significa que falta muito.
Hoje eu escutei de uma menina loira e praticamente da minha idade que '...pra tudo na vida a gente precisa passar por etapas, é preciso ser perseverante. ' Ela deve ter saído de casa, como eu, deve ter chorado, deve ter sofrido, deve ter tido vontade de desistir e hoje diz esse tipo de coisa aos novatos.
Pra ser sincera com vocês, digo que na hora em que ouvi isso não consegui levar muito a sério.
Mas sei que deveria. Sei que devo. E vou tentar.
Deixei amores lá longe. Deixei amigos lá longe.
Deixei minha vida longe daqui, por enquanto, estou me tornando produto pro mercado. Preciso ser forte, porque acima de qualquer outra coisa, EU QUERO ser forte.
Mas é que ser fraco é sedutor e aparenta ser mais fácil de ir por esse caminho.
Mas quem disse que seria fácil?
Me encontro na terra de ninguém, onde nada me pertence a não ser o meu eu de maneira melhorada.
Aqui, nessa terra de ninguém, eu quero é crescer com a dor.
Peço perdão/ajuda/amor/força/tudo de vocês que ficaram longe de mim.
E um dia, quero poder dizer que '...primeiramente agradeço a Deus pela graça alcançada, em seguida, agradeço aos meus amores, sejam eles sangue do meu sangue, sangue de outros sangues... vocês fizeram parte da minha luta, e vencem hoje junto comigo.'
Na verdade, hoje eu só sinto vontade de abraçar todos vocês.
Se eu estivesse em casa, provavelmente eu faria isso, acordaria a hora que me desse vontade antes do almoço, olharia a minha mãe na cozinha fazendo alguma comida especial - porque pra mim, qualquer coisa que ela faça é especial - provavelmente desejaria bom dia a ela, daria um beijo e um abraço por trás, enquanto as mãos dela estariam ocupadas cortando algum vegetal, ela certamente iria reclamar da hora que eu fui dormir, e reclamaria de alguma coisa a mais que mãe sempre arruma pra reclamar, então eu ligaria o computador pra falar com meus amigos. Pra saber o que tem de bom no dia.
Falaria com a menina que vê cavalos marinhos, combinaria algum programa pra mais tarde. Diria o quanto quero ver coisas no céu, na água e na areia. Ela diria que também...Sei que diria.
Perguntaria a menina dos cabelos longos como andam as coisas. Ela me contaria as novidades do dia, que tenho quase certeza que não seriam muitas, até pelo fato de eu sempre estar por dentro do que acontece por lá, com ela. Ela me convidaria pra almoçar na casa dela, se o almoço fosse algo que eu gostasse.
A menina que virou irmã a essa hora provavelmente falaria alguma pouca coisa comigo - porque ela estaria no trabalho e também por ela não ser muito boa em conversas instantâneas por internet -, diria um 'amo você' ao final de cada conversa com cada amiga minha, almoçaria com a minha mãe na sala, vendo algum programa bobo na tv, deitaria na cama, escutaria música... Coisas assim, que só a sua casa, o seu lar, a sua cidade podem te proporcionar.
Tudo com aquele cheiro. Tudo com aquele ar.
Quando desse 5h30 da noite a cidade estaria escurecendo, como naturalmente é. A Francisco Porto, a Hermes Fontes e a Beira-mar estariam com aquele trânsito grande - que cá pra nós, sabemos que é pouca coisa - por ser o horário que as pessoas saem do trabalho e vão pra casa encontrar a família.
Meu pai me ligaria, perguntaria o que eu fiz durante o dia, diria que estava tudo bem, me contaria os problemas do trabalho, o estresse do dia, perguntaria se eu já jantei, a essa hora com certeza eu não teria jantado ainda, ele talvez comprasse um lanche pra mim, com suco de manga em caixa acompanhando e levaria na minha casa. Diria algo como ' desce daqui a 10 minutos que eu já tô chegando', eu desceria, esperaria ele mais uns cinco minutos, ele me pediria a mão pra me dar a benção de pai, me desejaria boa noite, diria de amor e sairia com o carro. E eu ficaria vendo o carro dele ir embora... e entraria no prédio, doida de vontade pra ver qual seria o lanche do dia.
E a minha família, cadê? Longe, longe, longe.
Deitada ontem nessa cama que nem parece ser minha, pensei em tanta gente especial, em tantos momentos especiais.
Quis chorar. E chorei. E estou chorando.
É que aqui não tem o cheiro da minha cidade, não tem o ar da minha cidade, nem minha família, nem meus amores, nem minha família, de novo.
Por enquanto, o ar daqui não me pertence. E estou tentando - eu juro - fazer com que o ar daqui seja meu também.
Chamam isso de adaptação.
Eu ( ainda ) não me adaptei.
Ainda dói. Ainda me sinto só.
Ainda me sinto pequena. Ainda me sinto perdida. Perdida no mundo, na vida.
Eu sei, gente, eu sei, eu vou me encontrar e talvez demore mesmo.
Eu sei que faz parte essa fase.
Pra chegar no chefão a gente passa por vários levels. Acho que me encontro no primeiro, e isso significa que falta muito.
Hoje eu escutei de uma menina loira e praticamente da minha idade que '...pra tudo na vida a gente precisa passar por etapas, é preciso ser perseverante. ' Ela deve ter saído de casa, como eu, deve ter chorado, deve ter sofrido, deve ter tido vontade de desistir e hoje diz esse tipo de coisa aos novatos.
Pra ser sincera com vocês, digo que na hora em que ouvi isso não consegui levar muito a sério.
Mas sei que deveria. Sei que devo. E vou tentar.
Deixei amores lá longe. Deixei amigos lá longe.
Deixei minha vida longe daqui, por enquanto, estou me tornando produto pro mercado. Preciso ser forte, porque acima de qualquer outra coisa, EU QUERO ser forte.
Mas é que ser fraco é sedutor e aparenta ser mais fácil de ir por esse caminho.
Mas quem disse que seria fácil?
Me encontro na terra de ninguém, onde nada me pertence a não ser o meu eu de maneira melhorada.
Aqui, nessa terra de ninguém, eu quero é crescer com a dor.
Peço perdão/ajuda/amor/força/tudo de vocês que ficaram longe de mim.
E um dia, quero poder dizer que '...primeiramente agradeço a Deus pela graça alcançada, em seguida, agradeço aos meus amores, sejam eles sangue do meu sangue, sangue de outros sangues... vocês fizeram parte da minha luta, e vencem hoje junto comigo.'
Na verdade, hoje eu só sinto vontade de abraçar todos vocês.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Canta o desencanto.
Estação da luz, no escuro. Na claridade do dia, do amor, o frenesi das pessoas em cada passo que é dado.
O caos nos automóveis. Os sinais sem funcionar e de repente - não mais que isso - um rapaz dorme envolto por caixas de papelão para evitar o frio, alí mesmo, na rua.
Minha mente recordou quando alguns adolescentes sem alma mataram um rapaz que fazia isso, outro dia.
O paraíso nem se via. Deixou de ser paraíso depois da serpente chegar.
As sinaleiras não funcionam. Os guardas tentam ajustar o caos, que permanecerá, permanecerá, permanecerá [...]
As vozes saem das bocas sem parar.
Pedem por favor, desculpas, pelo amor de Deus, e coisas que vão fixando em nossa mente a cada esquina.
Um vão. Um vento, dentro.
Vem o metrô alí, já dá pra escutar o barulho.
Um vento, um vão entre o metrô e a estação. Fora.
O silêncio do vazio das pessoas dentro do metrô.
Passam várias estações e continua desabando o mundo do lado de fora.
O desencanto da alma, de fora pra dentro.
A sensação das mãos vazias. Dos braços necessitados de abraços.
Os olhos meio baixos. A fraqueza nas pessoas vista por meus olhos, de cima pra baixo.
De fora pra dentro.
O desencanto que eu não canto.
O caos nos automóveis. Os sinais sem funcionar e de repente - não mais que isso - um rapaz dorme envolto por caixas de papelão para evitar o frio, alí mesmo, na rua.
Minha mente recordou quando alguns adolescentes sem alma mataram um rapaz que fazia isso, outro dia.
O paraíso nem se via. Deixou de ser paraíso depois da serpente chegar.
As sinaleiras não funcionam. Os guardas tentam ajustar o caos, que permanecerá, permanecerá, permanecerá [...]
As vozes saem das bocas sem parar.
Pedem por favor, desculpas, pelo amor de Deus, e coisas que vão fixando em nossa mente a cada esquina.
Um vão. Um vento, dentro.
Vem o metrô alí, já dá pra escutar o barulho.
Um vento, um vão entre o metrô e a estação. Fora.
O silêncio do vazio das pessoas dentro do metrô.
Passam várias estações e continua desabando o mundo do lado de fora.
O desencanto da alma, de fora pra dentro.
A sensação das mãos vazias. Dos braços necessitados de abraços.
Os olhos meio baixos. A fraqueza nas pessoas vista por meus olhos, de cima pra baixo.
De fora pra dentro.
O desencanto que eu não canto.
domingo, 31 de janeiro de 2010
Vá embora, vá ser artista!
Um dia eu ouvi uma amiga me dizer que a avó dela disse exatamente essa frase : Vá embora, vá ser artista.
Ao ouvir esse trecho da história, pensei com os meus botões : Eu vou.
E fui.
To aqui, fora de casa, fora dos meus amigos nordestinos, fora dos meus amores nordestinos, começando a sentir a pesada brisa da cidade grande.
Eu só não sabia que iria doer tanto, essa decisão de ser artista.
É porque chega uma hora que tudo começa a doer. O coração é o mais atingido, logo depois vem a mente, e preciso me cuidar pra não ser metástase.
Porque vai doendo aqui, alí, acolá, e quando resolve não parar mais de doer a gente pode, sei lá, inventar dor em lugar que nem dá pra sentir nada. Tipo no dente, na parte branca, sem a carne. Só ele.
A gente começa a querer chorar lágrimas arrependidas e começa a querer soltar risadas falsas em ambientes desconhecidos.
E de repente, a ilusão acaba. A gente pode até pensar que esse lance de ir embora e ser artista é fácil, mas depois os olhos abrem e o coração, como o primeiro canto a doer, nos alerta de que tem chumbo grosso pela frente.
É preciso ter garra e é preciso ser forte.
Caso contrário, game over.
Tem sido difícil desde que entrei no avião e pensei : Já era.
Já era, já era.
A nova era que vem me espera, tenho que ficar e suportar.
Ei, distância, não me leve a sério. Eu só quero ser artista.
Tenha dó de mim, saudade?!
Ao ouvir esse trecho da história, pensei com os meus botões : Eu vou.
E fui.
To aqui, fora de casa, fora dos meus amigos nordestinos, fora dos meus amores nordestinos, começando a sentir a pesada brisa da cidade grande.
Eu só não sabia que iria doer tanto, essa decisão de ser artista.
É porque chega uma hora que tudo começa a doer. O coração é o mais atingido, logo depois vem a mente, e preciso me cuidar pra não ser metástase.
Porque vai doendo aqui, alí, acolá, e quando resolve não parar mais de doer a gente pode, sei lá, inventar dor em lugar que nem dá pra sentir nada. Tipo no dente, na parte branca, sem a carne. Só ele.
A gente começa a querer chorar lágrimas arrependidas e começa a querer soltar risadas falsas em ambientes desconhecidos.
E de repente, a ilusão acaba. A gente pode até pensar que esse lance de ir embora e ser artista é fácil, mas depois os olhos abrem e o coração, como o primeiro canto a doer, nos alerta de que tem chumbo grosso pela frente.
É preciso ter garra e é preciso ser forte.
Caso contrário, game over.
Tem sido difícil desde que entrei no avião e pensei : Já era.
Já era, já era.
A nova era que vem me espera, tenho que ficar e suportar.
Ei, distância, não me leve a sério. Eu só quero ser artista.
Tenha dó de mim, saudade?!
domingo, 24 de janeiro de 2010
Existe.
Acabou de me passar que sei escrever bem quando estou triste.
E que gosto de escrever quando estou bem triste.
E no momento, não tenho vontade alguma de escrever - embora o esteja fazendo.
É porque exatamente agora, qualquer um vai me olhar e dizer : Felicidade existe.
E que gosto de escrever quando estou bem triste.
E no momento, não tenho vontade alguma de escrever - embora o esteja fazendo.
É porque exatamente agora, qualquer um vai me olhar e dizer : Felicidade existe.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Sunshine.
Hoje me veio um brilho aos olhos e nem fazia sol.
Era meio que de madrugada. Amanhecendo. Nem escuro demais, nem claro.
Estava só analisando a vida, do jeito que ela é.
A vida assim, meio bela, embora crua, curta.
A vida é pequena, e digo isso para esses que estão a vendo de maneira grande...
Esquecendo dos mínimos detalhes do que é viver.
O sol não estava diretamente em minha retina, mas eu havia enxergado a claridade logo cedo, quando acordei.
A claridade estava em minha mente, que não parava de pensar.
Juntei as mãos cruzando meus dedos e deixando os dois polegares soltos, e fiquei fazendo movimento circulares com eles dois.
Parecia que eu via o globo nos meus dedos.
A Terra em movimento assim, dando voltas e voltas sem parar, e chegando sempre onde o meu pensamento me levava.
Do jeito exato que eu queria.
O dia foi amanhecendo e a minha cara de sono continuava, pude ver no espelho encostado na parede do meu quarto.
Tenho essa mania de me olhar antes e depois de dormir. Gosto de mim, assim, olhando os meus cabelos e passando um pente neles antes de dormir.
Gosto de me olhar com a pele macia, de quem acabou de acordar, e com os lábios parecendo de plástico quando acordo.
E a vida começou a existir no hoje. Eu comecei a notar que a cidade começou a fazer barulho de novo, e era o dia de hoje que já estava passando a existir, de fato.
Fui até a varanda do meu apartamento, olhei a avenida em frente... passavam algumas pessoas fazendo suas caminhadas matinais.
Os pássaros já estavam alegres e o sol estava mostrando a sua beleza.
Olhei o sol, e pensei no que ele vê por aí.
Os absurdos do dia.
AS alegrias.
O sol daqui é o mesmo de lá.
Ao meio-dia eu notei que a cidade pegava fogo. Calor do sol, calor humano.
Gente pra lá e pra cá.
Horários.
O tempo inteiro.
A mente de ninguém estava parada.
Um loucura.
O sol cansou e deu boa noite a todo mundo.
Era meio que de madrugada. Amanhecendo. Nem escuro demais, nem claro.
Estava só analisando a vida, do jeito que ela é.
A vida assim, meio bela, embora crua, curta.
A vida é pequena, e digo isso para esses que estão a vendo de maneira grande...
Esquecendo dos mínimos detalhes do que é viver.
O sol não estava diretamente em minha retina, mas eu havia enxergado a claridade logo cedo, quando acordei.
A claridade estava em minha mente, que não parava de pensar.
Juntei as mãos cruzando meus dedos e deixando os dois polegares soltos, e fiquei fazendo movimento circulares com eles dois.
Parecia que eu via o globo nos meus dedos.
A Terra em movimento assim, dando voltas e voltas sem parar, e chegando sempre onde o meu pensamento me levava.
Do jeito exato que eu queria.
O dia foi amanhecendo e a minha cara de sono continuava, pude ver no espelho encostado na parede do meu quarto.
Tenho essa mania de me olhar antes e depois de dormir. Gosto de mim, assim, olhando os meus cabelos e passando um pente neles antes de dormir.
Gosto de me olhar com a pele macia, de quem acabou de acordar, e com os lábios parecendo de plástico quando acordo.
E a vida começou a existir no hoje. Eu comecei a notar que a cidade começou a fazer barulho de novo, e era o dia de hoje que já estava passando a existir, de fato.
Fui até a varanda do meu apartamento, olhei a avenida em frente... passavam algumas pessoas fazendo suas caminhadas matinais.
Os pássaros já estavam alegres e o sol estava mostrando a sua beleza.
Olhei o sol, e pensei no que ele vê por aí.
Os absurdos do dia.
AS alegrias.
O sol daqui é o mesmo de lá.
Ao meio-dia eu notei que a cidade pegava fogo. Calor do sol, calor humano.
Gente pra lá e pra cá.
Horários.
O tempo inteiro.
A mente de ninguém estava parada.
Um loucura.
O sol cansou e deu boa noite a todo mundo.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Soletrando.
Não dou mais sorrisos a quem não merece ver meus dentes. Não boto fé em nada que me faça ser descrente. Não queimo a mão por nada que me faça sentir vontade de incendiar. Eu abri os olhos. Fechei o coração com poucas coisas dentro. Eu quero ver o ôco. Confiança, brother, é só pra quem me dá segurança! Eu quero é ver a paz. E se não for desse jeito, nem me satisfaz. Não forço ninguém a estar comigo. Ou está ou nunca esteve. Quem me conhece de fato, sabe, carrego no peito sinceridade, carinho e respeito. Falo a verdade, sempre. Faz parte de mim ser assim. Lutando na guerra fria de corações aquecidos, vou até o fim. Tudo que plantei até aqui eu colhi. Não me plante coisa ruim... Saber soletrar é uma arte : primeiro vem o a, depois um m, um i, a última letra do alfabeto, a primeira letra do alfabeto, um d e um e. Misturo amizade e amores, tudo num pote só. É muito semelhante, nada muito aterrorizante. Ou confia ou não confia. Ou soletra, ou pega a reta.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Até breve.
A vida é mais frágil do que a gente pensa.
Hoje demos adeus a mais um brother.
Da mesma idade que eu. Vinte anos.
Muito pouco.
Quase nada de vida.
Quando a gente se dá conta, já aconteceu.
O ar parou de entrar nos pulmões. O coração parou de bater.
Morreu.
Quando a gente se dá conta, a gente nota que a vida é um fiasco.
A vida chega a ser humilhante.
Você dá tudo que tem, e morre.
Você ri, e morre logo em seguida.
De repente - não mais que de repente - você acabou de beijar o amor da sua vida, e morre.
Você deu tchau aos seus amigos numa mesa de bar, e como piada da vida, era pra você ter dado adeus.
A gente nunca sabe até quando. Nem como. Nem onde.
A gente não sabe é de nada dessa vida, embora vivamos.
Como diria Bial, a morte por si só é uma piada pronta.
Completamente sem graça.
Hoje demos adeus a mais um brother.
Da mesma idade que eu. Vinte anos.
Muito pouco.
Quase nada de vida.
Quando a gente se dá conta, já aconteceu.
O ar parou de entrar nos pulmões. O coração parou de bater.
Morreu.
Quando a gente se dá conta, a gente nota que a vida é um fiasco.
A vida chega a ser humilhante.
Você dá tudo que tem, e morre.
Você ri, e morre logo em seguida.
De repente - não mais que de repente - você acabou de beijar o amor da sua vida, e morre.
Você deu tchau aos seus amigos numa mesa de bar, e como piada da vida, era pra você ter dado adeus.
A gente nunca sabe até quando. Nem como. Nem onde.
A gente não sabe é de nada dessa vida, embora vivamos.
Como diria Bial, a morte por si só é uma piada pronta.
Completamente sem graça.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Luzes.
Anjos passam por mim diariamente.
Eles fazem um papel sensacional em minha vida : Proteger e trazer paz.
Digo anjos, porque talvez essa possa ser a melhor maneira de transmitir ao caro leitor o modo carinhoso que uso quando me refiro a cada ser que passa por mim e me faz sentir um perfume doce.
Pessoas que me soltam sorrisos pela manhã e me desejam um bom dia.
Outras que ao me verem atravessar a rua, param seus carros por vontade de me ver chegar até o outro lado sem nenhum ferimento.
Algumas pessoas me abraçam. Outras me beijam a testa.
Outras me pedem a hora do dia, e eu dou. Mas pelo menos, elas falam comigo.
Às vezes, quando paro no sinal, chegam uns anjinhos e me pedem por ajuda, e mesmo que eu não tenha nada pra dar, lhes dou um sorriso com remorso por não poder ajudar, e recebo em troca algumas palavras sutis. Recebo em troca elogios.
Outro dia, eu estava no sinal da 13 de Julho, próximo ao supermercado, e de repente, um menino moreno, mal vestido, parou ao lado do meu vidro que estava fechado e pediu com a mão alguns centavos. Minha bolsa estava no chão do carro, e o sinal estava próximo a abrir, e eu lhe disse com a mão que não tinha nada.
Ele sorriu e eu abaixei o vidro pra dizer a ele que na próxima vez que passasse por alí eu o ajudaria, e ele disse ' você é linda. ', antes mesmo que eu abrisse a minha boca numa tentativa de justificar o que lhe neguei.
E ele não esperou nada em troca, pondo em vista que logo que disse que eu era linda, ele virou as costas e eu gritei agradecendo o elogio, e ele virou e disse ' você é muito linda. não sabia?'... Chamei por ele, dizendo um ei - o sinal estava terminando de abrir, com o último pontinho vermelho, chegando no verde - e peguei a minha bolsa no chão, tirei uma graninha e disse ' Você merece. Não sabia?'.
Isso pode até soar como uma troca de favores, mas não foi.
Ele me fez bem, aquele menino de rua. Ele foi simples e sem más intenções.
Ele foi real, ao modo dele.
E eu prefiro a realidade.
Anjos passam por mim desde mil novecentos e oitenta e nove, quando abri meus olhos pra esse mundo.
Me iluminam com gestos, palavras e atitudes.
Me sorriem sem dentes e com dentes.
E pra mim, nada mais luminoso como um sorriso.
Alguns anjos passam despercebidos, me salvando de perigos que nem noto.
Outros, aparecem em minha vida e fazem uma reviravolta, bagunçando e organizando tudo de maneira diferente.
Chamo alguns de família, outros de amigos, alguns são até apenas conhecidos, e outros, bom, outros são completamente desconhecidos.
Existem anjos que estão comigo há muito tempo, outros que já estiveram e sumiram, como se a missão deles em minha vida já estivesse acabado.
Eu devo ser um anjo pra alguns também. Imagino que cada um de nós tem a chance dada desde o princípio para sermos bons com os outros.
Se bem soubéssemos, plantaríamos e semearíamos o bem, sem nem olharmos a quem.
E com certeza, como uma equação impossível de dar errada, colheríamos apenas coisas boas.
Existe uma luz dentro de cada um de nós, e só nós podemos administrar a intensidade dela.
O importante é cuidar pra que ela nunca queime ou seja apagada pelo mal alheio.
Devemos acreditar que somos anjos na vida de outras pessoas, para que possamos agir com sabedoria.
Que sejamos sábios para aceitar as coisas que não podemos modificar.
Que tenhamos coragem pra modificar as coisas que podemos.
E que saibamos diferenciar uma coisa da outra.
São pequenos atos que fazem uma boa alma.
Chegou o tempo de abrir os nossos olhos, coração e mente pra que tenhamos plena paz interior, e que saibamos amar uns aos outros de maneira simples, como o menino do sinal fez comigo.
É tempo de sorrir com os olhos. Amar com a alma, e viver com o coração.
Luz.
Seja um anjo na vida de alguém, e passe a ver os anjos que existem à sua volta.
Eles fazem um papel sensacional em minha vida : Proteger e trazer paz.
Digo anjos, porque talvez essa possa ser a melhor maneira de transmitir ao caro leitor o modo carinhoso que uso quando me refiro a cada ser que passa por mim e me faz sentir um perfume doce.
Pessoas que me soltam sorrisos pela manhã e me desejam um bom dia.
Outras que ao me verem atravessar a rua, param seus carros por vontade de me ver chegar até o outro lado sem nenhum ferimento.
Algumas pessoas me abraçam. Outras me beijam a testa.
Outras me pedem a hora do dia, e eu dou. Mas pelo menos, elas falam comigo.
Às vezes, quando paro no sinal, chegam uns anjinhos e me pedem por ajuda, e mesmo que eu não tenha nada pra dar, lhes dou um sorriso com remorso por não poder ajudar, e recebo em troca algumas palavras sutis. Recebo em troca elogios.
Outro dia, eu estava no sinal da 13 de Julho, próximo ao supermercado, e de repente, um menino moreno, mal vestido, parou ao lado do meu vidro que estava fechado e pediu com a mão alguns centavos. Minha bolsa estava no chão do carro, e o sinal estava próximo a abrir, e eu lhe disse com a mão que não tinha nada.
Ele sorriu e eu abaixei o vidro pra dizer a ele que na próxima vez que passasse por alí eu o ajudaria, e ele disse ' você é linda. ', antes mesmo que eu abrisse a minha boca numa tentativa de justificar o que lhe neguei.
E ele não esperou nada em troca, pondo em vista que logo que disse que eu era linda, ele virou as costas e eu gritei agradecendo o elogio, e ele virou e disse ' você é muito linda. não sabia?'... Chamei por ele, dizendo um ei - o sinal estava terminando de abrir, com o último pontinho vermelho, chegando no verde - e peguei a minha bolsa no chão, tirei uma graninha e disse ' Você merece. Não sabia?'.
Isso pode até soar como uma troca de favores, mas não foi.
Ele me fez bem, aquele menino de rua. Ele foi simples e sem más intenções.
Ele foi real, ao modo dele.
E eu prefiro a realidade.
Anjos passam por mim desde mil novecentos e oitenta e nove, quando abri meus olhos pra esse mundo.
Me iluminam com gestos, palavras e atitudes.
Me sorriem sem dentes e com dentes.
E pra mim, nada mais luminoso como um sorriso.
Alguns anjos passam despercebidos, me salvando de perigos que nem noto.
Outros, aparecem em minha vida e fazem uma reviravolta, bagunçando e organizando tudo de maneira diferente.
Chamo alguns de família, outros de amigos, alguns são até apenas conhecidos, e outros, bom, outros são completamente desconhecidos.
Existem anjos que estão comigo há muito tempo, outros que já estiveram e sumiram, como se a missão deles em minha vida já estivesse acabado.
Eu devo ser um anjo pra alguns também. Imagino que cada um de nós tem a chance dada desde o princípio para sermos bons com os outros.
Se bem soubéssemos, plantaríamos e semearíamos o bem, sem nem olharmos a quem.
E com certeza, como uma equação impossível de dar errada, colheríamos apenas coisas boas.
Existe uma luz dentro de cada um de nós, e só nós podemos administrar a intensidade dela.
O importante é cuidar pra que ela nunca queime ou seja apagada pelo mal alheio.
Devemos acreditar que somos anjos na vida de outras pessoas, para que possamos agir com sabedoria.
Que sejamos sábios para aceitar as coisas que não podemos modificar.
Que tenhamos coragem pra modificar as coisas que podemos.
E que saibamos diferenciar uma coisa da outra.
São pequenos atos que fazem uma boa alma.
Chegou o tempo de abrir os nossos olhos, coração e mente pra que tenhamos plena paz interior, e que saibamos amar uns aos outros de maneira simples, como o menino do sinal fez comigo.
É tempo de sorrir com os olhos. Amar com a alma, e viver com o coração.
Luz.
Seja um anjo na vida de alguém, e passe a ver os anjos que existem à sua volta.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Representando bem, a vida.
Alguém já deve ter escutado na vida que a burrice do malandro é achar que só ele é malandro.
Já escutei isso várias vezes...E sei bem o significado disso aí.
Olha, sinceramente, preciso dizer aos que se sentem malandrinhos na vida, que eu também sou malandra. E não nego a malandragem de vocês.
Sei bem do que digo, quando solto palavrinhas bobas, perdidas, como quem não quer nada.
E faço de conta que tá tudo bem.
Não gosto de disfarçar, mas faz parte do espetáculo teatral que chamamos de vida.
E se me perguntarem sobre a vida, vou dizer que sei viver.
E sei viver da melhor maneira pra mim, e busco que seja a melhor maneira pra quem me rodeia também.
Nem sempre eu sou rude com quem merece que eu seja rude.
Nem sempre sou doce com quem merece que eu seja doce.
E vou vivendo.
Porque a vida engana a gente, e ela consegue esconder em rostinhos bonitos coisas que nunca imaginamos.
Mas sinceramente, eu vivo.
Devo dizer, meus caros espectadores, que o drama, a aventura e a comédia fazem parte do show.
Esse é o meu show, e quero que assistam de perto, e quando acabar, espero que me aplaudam.
Porque tenho certeza de que mereço aplausos, de todos que me assistem.
Tenho certeza de que minhas máscaras - e devo dizer que Rotherdan concordaria plenamente com o que digo agora - são todas muito bem confeccionadas, e que sei usá-las muito bem nas devidas ocasiões.
Faço questão também de deixar claro aos queridos espectadores, que só faz parte desse show quem assim optar.
Posso ser nua e crua.
Mas posso me vestir por completo, deixando apenas os olhos de fora, arregalados, pra que eles enxerguem de maneira evidente quem merece o meu cru e o meu nu.
Usar máscaras não é o meu tipo de brincadeira preferida, mas quem quiser brincar, é só vacilar.
Já escutei isso várias vezes...E sei bem o significado disso aí.
Olha, sinceramente, preciso dizer aos que se sentem malandrinhos na vida, que eu também sou malandra. E não nego a malandragem de vocês.
Sei bem do que digo, quando solto palavrinhas bobas, perdidas, como quem não quer nada.
E faço de conta que tá tudo bem.
Não gosto de disfarçar, mas faz parte do espetáculo teatral que chamamos de vida.
E se me perguntarem sobre a vida, vou dizer que sei viver.
E sei viver da melhor maneira pra mim, e busco que seja a melhor maneira pra quem me rodeia também.
Nem sempre eu sou rude com quem merece que eu seja rude.
Nem sempre sou doce com quem merece que eu seja doce.
E vou vivendo.
Porque a vida engana a gente, e ela consegue esconder em rostinhos bonitos coisas que nunca imaginamos.
Mas sinceramente, eu vivo.
Devo dizer, meus caros espectadores, que o drama, a aventura e a comédia fazem parte do show.
Esse é o meu show, e quero que assistam de perto, e quando acabar, espero que me aplaudam.
Porque tenho certeza de que mereço aplausos, de todos que me assistem.
Tenho certeza de que minhas máscaras - e devo dizer que Rotherdan concordaria plenamente com o que digo agora - são todas muito bem confeccionadas, e que sei usá-las muito bem nas devidas ocasiões.
Faço questão também de deixar claro aos queridos espectadores, que só faz parte desse show quem assim optar.
Posso ser nua e crua.
Mas posso me vestir por completo, deixando apenas os olhos de fora, arregalados, pra que eles enxerguem de maneira evidente quem merece o meu cru e o meu nu.
Usar máscaras não é o meu tipo de brincadeira preferida, mas quem quiser brincar, é só vacilar.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Caminhos diferentes.
Eu acabei de dar tchau a três pessoas importantes em minha vida. Duas delas umas das mais importantes. Minha irmã Ellen e minha sobrinha Ester.
Escrevo porque choro, no momento, e preciso muito desabafar.
Manaus é longe pra cacete, e quando digo isso é porque sei do que estou falando.
É melhor sair de Manaus e ir pra Miami, do que vir pro nordeste.
É mais perto.
O coração doeu muito, quando em meus braços pude sentir o peso da minha pequena estrelinha de dois anos que sempre me chamava de tia elika de um canto ao outro dessa casa.
Me chamava quando acordava e eu ainda estava dormindo, batendo à porta do meu quarto, às 6 da manhã, 'able tia elika', e eu com muito sono, abria e não conseguia fazer outra coisa a não ser beijar sem parar aquela pequenina linda.
E o coração doeu ainda mais quando tive que sentir o cheirinho de bebê dela pouco antes de ela ser tomada dos meus braços pelo pai, meu cunhado, que aparentava estar com o choro entalado na garganta. Mas é homem, e era ele quem estava levando todo mundo pra longe, afinal de contas. Não que fosse culpa dele. Enfim.
Deixei a minha sobrinha nos braços do pai, que por sinal, é um super pai - e torço pra que Deus o conserve assim.
Abracei a minha irmã, que chorava muito, e falei do meu amor por ela em seu ouvido.
Disse algumas coisas a mais, além do amor, como ' se cuida por lá.' e fiquei abraçando-a enquanto ela com voz de choro dizia sem parar ' eu vou te visitar em São Paulo'.
É. Eu sei que falei sobre nordeste no início do texto, mas é que daqui a poucos dias quem vai se despedir sou eu... Vou pra São Paulo, tentar a vida.
Chorei. Chorei muito enquanto a abraçava.
Paramos de nos abraçar e minha mãe falava sem parar algumas frases que a minha Esterzinha falava vez ou outra, como se doesse muito nela também - e com certeza doeu muito, ela é avó.
E dói mesmo. Dói muito.
E minha mãe até brincou, dizendo ' Deixem a minha pequena...'.
E rimos, meio amarelos, pra parecer que algo de engraçado estava acontecendo.
Abracei o meu cunhado, e disse ' Eu também te amo e preciso muito que cuide bem delas.'.
Ele, com aquele jeito de homem certo que sempre teve, só me disse ' Eu amo vocês.'.
Tenho certeza de que cuidará muito bem delas.
Ele nunca nos decepcionou.
Despedidas doem. A cada dia que se passa eu só tenho mais certeza disso.
Eu dei as costas por segundos e não resisti, voltei correndo pra dar mais um beijo na cabecinha da pequena estrelinha, que dormia em meio ao caos.
Dei o beijo, virei e quando olhei de novo estavam todos dentro do carro, mal podia vê-los mais...
Chorei encostada no muro do meu prédio e minha mãe me abraçou falando frases da Esterzinha, novamente. Foi quando notei que a partir de hoje, eu não a veria mais crescer. Talvez daqui uns tempos ela nem lembre mais da tia elika... Vai ser difícil conquistá-la da próxima vez que nos vermos.
E agora, estou escrevendo pra tentar fazer com que a dor diminua um pouco.
Mas dói.
Talvez amanhã essa dorzinha passe.
Só tenho certeza de uma coisa nesse momento : cada um de nós está no seu mundo, sofrendo com o coração apertado pela dor da despedida.
Escrevo porque choro, no momento, e preciso muito desabafar.
Manaus é longe pra cacete, e quando digo isso é porque sei do que estou falando.
É melhor sair de Manaus e ir pra Miami, do que vir pro nordeste.
É mais perto.
O coração doeu muito, quando em meus braços pude sentir o peso da minha pequena estrelinha de dois anos que sempre me chamava de tia elika de um canto ao outro dessa casa.
Me chamava quando acordava e eu ainda estava dormindo, batendo à porta do meu quarto, às 6 da manhã, 'able tia elika', e eu com muito sono, abria e não conseguia fazer outra coisa a não ser beijar sem parar aquela pequenina linda.
E o coração doeu ainda mais quando tive que sentir o cheirinho de bebê dela pouco antes de ela ser tomada dos meus braços pelo pai, meu cunhado, que aparentava estar com o choro entalado na garganta. Mas é homem, e era ele quem estava levando todo mundo pra longe, afinal de contas. Não que fosse culpa dele. Enfim.
Deixei a minha sobrinha nos braços do pai, que por sinal, é um super pai - e torço pra que Deus o conserve assim.
Abracei a minha irmã, que chorava muito, e falei do meu amor por ela em seu ouvido.
Disse algumas coisas a mais, além do amor, como ' se cuida por lá.' e fiquei abraçando-a enquanto ela com voz de choro dizia sem parar ' eu vou te visitar em São Paulo'.
É. Eu sei que falei sobre nordeste no início do texto, mas é que daqui a poucos dias quem vai se despedir sou eu... Vou pra São Paulo, tentar a vida.
Chorei. Chorei muito enquanto a abraçava.
Paramos de nos abraçar e minha mãe falava sem parar algumas frases que a minha Esterzinha falava vez ou outra, como se doesse muito nela também - e com certeza doeu muito, ela é avó.
E dói mesmo. Dói muito.
E minha mãe até brincou, dizendo ' Deixem a minha pequena...'.
E rimos, meio amarelos, pra parecer que algo de engraçado estava acontecendo.
Abracei o meu cunhado, e disse ' Eu também te amo e preciso muito que cuide bem delas.'.
Ele, com aquele jeito de homem certo que sempre teve, só me disse ' Eu amo vocês.'.
Tenho certeza de que cuidará muito bem delas.
Ele nunca nos decepcionou.
Despedidas doem. A cada dia que se passa eu só tenho mais certeza disso.
Eu dei as costas por segundos e não resisti, voltei correndo pra dar mais um beijo na cabecinha da pequena estrelinha, que dormia em meio ao caos.
Dei o beijo, virei e quando olhei de novo estavam todos dentro do carro, mal podia vê-los mais...
Chorei encostada no muro do meu prédio e minha mãe me abraçou falando frases da Esterzinha, novamente. Foi quando notei que a partir de hoje, eu não a veria mais crescer. Talvez daqui uns tempos ela nem lembre mais da tia elika... Vai ser difícil conquistá-la da próxima vez que nos vermos.
E agora, estou escrevendo pra tentar fazer com que a dor diminua um pouco.
Mas dói.
Talvez amanhã essa dorzinha passe.
Só tenho certeza de uma coisa nesse momento : cada um de nós está no seu mundo, sofrendo com o coração apertado pela dor da despedida.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Falta muito pouco.
Hoje eu me tremi por inteiro, quando um amigo me olhou e disse: Vinte dias.
E eu estava rindo de uma situação anterior, e não me liguei no que ele havia dito, e ele repetiu: Vinte dias em Sergipe. Falta só isso pra você.
Eu parei de rir. Fiquei séria. Senti felicidade, senti saudade antes dela existir.
Senti necessidade, senti tudo.
Uma vontade absurda de adiantar e atrasar os ponteiros do relógio.
É que existe uma mistura imensa de sensações quanto à isso.
Minha voz travou e eu não consegui falar nenhuma palavra por alguns minutos, e fiquei olhando pra ele, fazendo aquela cara de 'é, falta pouco, fodeu.', e respirei fundo e consegui soltar 'é, falta pouco, muito pouco'.
Eu vou embora da minha cidade, carregando no peito a saudade. Carregando no peito todos os meus amores.
Levarei dentro de mim, como num potinho de segredos, cada detalhe de tudo que por aqui vi e senti.
Carregarei comigo cada sensação. Cada palavra de amor, cada gesto.
Vocês, meus amigos, minha família.
Tenho plena consciência de que faz parte. A lagarta deixa de ser lagarta quando cria asas. E quando cria asas, ela vira borboleta e vai voar.
Gente grande não tem asas, mas precisa sentir um pouco da sensação de voar.
Pra sentir a liberdade. Pra conhecer o mundo. Pra conhecer a si próprio. Pra construir futuro e concretizar sonhos.
Estou partindo porque agora sou gente grande, e tenho sonhos a serem concretizados.
Sei que vai doer, porque a saudade faz doer. Vou chorar, como já estou agora... E quando precisar das pessoas que estão longe, sei que as terei.
Porque tudo o que plantei, com certeza colherei.
Plantei a fé, o amor e a coragem.
Falta muito pouco, e a contagem agora é regressiva.
Mas, tudo bem, eu ainda sinto uma vontade maluca de atrasar os ponteiros do relógio.
Falta pouco, e também sinto vontade de adiantar esses ponteiros.
É uma loucura.
E eu estava rindo de uma situação anterior, e não me liguei no que ele havia dito, e ele repetiu: Vinte dias em Sergipe. Falta só isso pra você.
Eu parei de rir. Fiquei séria. Senti felicidade, senti saudade antes dela existir.
Senti necessidade, senti tudo.
Uma vontade absurda de adiantar e atrasar os ponteiros do relógio.
É que existe uma mistura imensa de sensações quanto à isso.
Minha voz travou e eu não consegui falar nenhuma palavra por alguns minutos, e fiquei olhando pra ele, fazendo aquela cara de 'é, falta pouco, fodeu.', e respirei fundo e consegui soltar 'é, falta pouco, muito pouco'.
Eu vou embora da minha cidade, carregando no peito a saudade. Carregando no peito todos os meus amores.
Levarei dentro de mim, como num potinho de segredos, cada detalhe de tudo que por aqui vi e senti.
Carregarei comigo cada sensação. Cada palavra de amor, cada gesto.
Vocês, meus amigos, minha família.
Tenho plena consciência de que faz parte. A lagarta deixa de ser lagarta quando cria asas. E quando cria asas, ela vira borboleta e vai voar.
Gente grande não tem asas, mas precisa sentir um pouco da sensação de voar.
Pra sentir a liberdade. Pra conhecer o mundo. Pra conhecer a si próprio. Pra construir futuro e concretizar sonhos.
Estou partindo porque agora sou gente grande, e tenho sonhos a serem concretizados.
Sei que vai doer, porque a saudade faz doer. Vou chorar, como já estou agora... E quando precisar das pessoas que estão longe, sei que as terei.
Porque tudo o que plantei, com certeza colherei.
Plantei a fé, o amor e a coragem.
Falta muito pouco, e a contagem agora é regressiva.
Mas, tudo bem, eu ainda sinto uma vontade maluca de atrasar os ponteiros do relógio.
Falta pouco, e também sinto vontade de adiantar esses ponteiros.
É uma loucura.
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