segunda-feira, 8 de março de 2010

Utópico.

Eu costumava ver o mundo por trás de uma outra face, que não era minha.
Ontem, eu fiquei sabendo que essa outra face nunca me pertenceu, de fato.

Eu chorei, e as lágrimas saiam pelos meus olhos descontroladamente, fazendo com que o meu rosto ficasse molhado, e então eu pude notar - com mais clareza - que as dores só me pertencem. Elas são minhas e ninguém as toma por mim.

E Vinícius de Moraes me pareceu bastante coerente dessa vez, quando finalmente encontrei um bom contexto pra encaixar o samba em prelúdio que desde que você me apresentou parecia ser uma bobagem qualquer.
Uma utopia, pela qual nós jamais passaríamos.

'Os meus braços precisam dos teus,
teus abraços precisam dos meus.
(...)
Tenho os olhos cansados de olhar para o além,
vem ver a vida, sem você, meu amor, eu não sou ninguém.
Ai, que saudade. Que vontade de ver renascer nossa vida.'

Chorei de novo, mas não foi por você, nem por nossa condição.
Chorei por ter me enganado tanto, sozinha, e, por ainda assim,
não ter deixado de acreditar.

O choro de hoje, meu bem, foi de felicidade.


Hoje a tristeza foi,
amanhã ela volta.
Depois ela vai,
e volta.

Eu nunca mais havia lembrado das duas sombras dançando num tapete.
O amor não é lá tanta verdade assim...
Uma hora dessas, acho que eu preferia estar desacreditada.

Não sei nem chorar.

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