terça-feira, 23 de março de 2010

Sempre faz sentido.

- o que você quer?

- preciso da minha varanda,
dos meus amigos,
das minhas brejas,
e dos meus carltons.
fora isso,
eu não preciso de mais nada.
- mais nada? nada nada nada?
- bom... acho que não. deveria?
- uhm... se deveria eu não sei,
mas sei que seria bom...
- bom? como assim? já te falei tudo que eu preciso. o que poderia ser melhor que isso?
- você não sabe?! imagine eu...
- na real... ainda tem um espaço vazio.
- eu sei que tem.
- como você sabe?
- vejo o vazio nos seus olhos,
mesmo eles estando maquiados assim...
- mas, como se vê o vazio nos olhos de alguém?
- não dá pra explicar. eu sinto.
- é... eu também sinto.
- eu sei.
- COMO VOCÊ SABE?
- eu sinto.
- COMO VOCÊ SENTE O QUE SABE E SABE O QUE SENTE?
- eu sinto. já falei...
- então me faça sentir... eu preciso sentir.
- não sei como 'fazer sentir'.
- NÃO?! eu adoraria sentir...
- tá, vamos tentar... fecha os olhos e pensa num vazio.
- só consigo ver um lugar cheio de coisas aleatórias... que droga,
cadê o meu vazio?
- ok, vamos tentar de outro jeito...

(...)

- abre os olhos e olha reto, bem profundo, se concentra, mas só abre os olhos quando eu falar 'já'.
- ok. to com os olhos fechados...

(... )

- já!
- ...
- ???

- odeio espelhos.


( sábado, 20 de dezembro de 2008, às 01h52 am. )

Nenhum comentário:

Postar um comentário