quarta-feira, 10 de março de 2010

Cachaça.

'Se a coisa não sai do jeito que eu quero, também não me desespero, o negócio é deixar rolar. E aos trancos e barrancos lá vou eu, sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu.'

Salve, salve, cachaça!
E ainda há quem diga que da boca de um bêbado só saem coisas ruins.

Bobagem! As coisas ruins estão nos ouvidos de quem as ouve. Nos olhos de quem as vê, no sentimento de quem as sente.
E se sente, é porque a coisa é ruim mesmo.
Mas os ouvidos não sabem de nada e os olhos são quase cegos!

Mas sentir nunca é pouca coisa.
A gente sente desde que chega nesse mundo, e sai desse mundo sentindo tudo. De dor, até amor.

Acorda cedo e se veste de amor um dia.
Faz um samba, tenta ser feliz.

Num outro dia, acorda tarde e se veste de luto.
Cores neutras, vendo a vida em preto e branco. Mais preto que branco.
Ensaia a morte em cada rua atravessada.
Lamenta a saudade em forma de melodia... lamenta o dia.

Vez ou outra dorme cedo, pra melhorar o aspecto de doente.
Dorme o dia inteiro, pra nem vê o dia passar, de tanto desgosto.

Ah, amarga vida!


Mas faz um samba e muito amor até mais tarde, e só por isso tem muito sono de manhã.

A rotina da pele é o arrepio, já a rotina do equilíbrio é a medida.
Já tentou viver sem?
Sem rotina, sem medida.
Todo dia fazendo tudo sempre igual, não há beleza.
Ritmo, ritmo, ritmo. Disritimia.
Tudo. Cérebro e coração.

Salve, salve, cachaça!

Um comentário:

  1. "Pra se ritmar, dentro desse tempo lunático. Tente imaginar a disritmia de uma coração magnético"

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