quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Canta o desencanto.

Estação da luz, no escuro. Na claridade do dia, do amor, o frenesi das pessoas em cada passo que é dado.
O caos nos automóveis. Os sinais sem funcionar e de repente - não mais que isso - um rapaz dorme envolto por caixas de papelão para evitar o frio, alí mesmo, na rua.
Minha mente recordou quando alguns adolescentes sem alma mataram um rapaz que fazia isso, outro dia.

O paraíso nem se via. Deixou de ser paraíso depois da serpente chegar.

As sinaleiras não funcionam. Os guardas tentam ajustar o caos, que permanecerá, permanecerá, permanecerá [...]

As vozes saem das bocas sem parar.
Pedem por favor, desculpas, pelo amor de Deus, e coisas que vão fixando em nossa mente a cada esquina.

Um vão. Um vento, dentro.
Vem o metrô alí, já dá pra escutar o barulho.
Um vento, um vão entre o metrô e a estação. Fora.

O silêncio do vazio das pessoas dentro do metrô.
Passam várias estações e continua desabando o mundo do lado de fora.
O desencanto da alma, de fora pra dentro.
A sensação das mãos vazias. Dos braços necessitados de abraços.
Os olhos meio baixos. A fraqueza nas pessoas vista por meus olhos, de cima pra baixo.
De fora pra dentro.

O desencanto que eu não canto.

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