domingo, 31 de janeiro de 2010

Vá embora, vá ser artista!

Um dia eu ouvi uma amiga me dizer que a avó dela disse exatamente essa frase : Vá embora, vá ser artista.
Ao ouvir esse trecho da história, pensei com os meus botões : Eu vou.
E fui.
To aqui, fora de casa, fora dos meus amigos nordestinos, fora dos meus amores nordestinos, começando a sentir a pesada brisa da cidade grande.

Eu só não sabia que iria doer tanto, essa decisão de ser artista.
É porque chega uma hora que tudo começa a doer. O coração é o mais atingido, logo depois vem a mente, e preciso me cuidar pra não ser metástase.
Porque vai doendo aqui, alí, acolá, e quando resolve não parar mais de doer a gente pode, sei lá, inventar dor em lugar que nem dá pra sentir nada. Tipo no dente, na parte branca, sem a carne. Só ele.
A gente começa a querer chorar lágrimas arrependidas e começa a querer soltar risadas falsas em ambientes desconhecidos.
E de repente, a ilusão acaba. A gente pode até pensar que esse lance de ir embora e ser artista é fácil, mas depois os olhos abrem e o coração, como o primeiro canto a doer, nos alerta de que tem chumbo grosso pela frente.
É preciso ter garra e é preciso ser forte.
Caso contrário, game over.

Tem sido difícil desde que entrei no avião e pensei : Já era.

Já era, já era.
A nova era que vem me espera, tenho que ficar e suportar.

Ei, distância, não me leve a sério. Eu só quero ser artista.
Tenha dó de mim, saudade?!

3 comentários:

  1. O difícil vale a pena. Dói, mas vale.

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  2. 'É preciso ter garra e é preciso ser forte.'
    foi dada a largada. agora vá em frente. o que plantou por aqui é tudo seu. mas falta plantar aí e colhera bons frutos com toda certeza. já foi embora, agora vire artista!

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