segunda-feira, 6 de julho de 2009

poesia nos olhos.

eu tinha prometido nunca mais observar as coisas do jeito cru que elas são.
eu tinha jurado nunca mais cegar os olhos, os meus olhos, pra quando eu quisesse enxergar as coisas mais fáceis.
não existe isso.
não existe nada dessa visão.
eu queria que fosse tudo bem mais fácil -na realidade- pra que eu pudesse não me forçar a enxergar que as coisas são fáceis.
eu vi a lata perdida, pelo catador de latas. sofri de vontade de falar, mas a boca não abria.
eu estava também entretida observando o cara que se dava bem, depois de horas de papo-furado, tentando beijar uma menina meio estranha.
também estava analisando a música que tocava no jukebox, que aquelas três pessoas felizes haviam escolhido.

e pensava ' é lindo. é feio. é bizarro. é legal.'
fiquei tonta - e não foi com a cerveja - por uns instantes. e pensei em tanta coisa,
e em como eu estava bonita naquela noite...
eu me sentia linda,
e estava bêbada.

a brisa da praia. os cabelos.

a lua, tão cheia... e nem era hora d'ela estar mais alí.
havia passado a hora da lua, mas ela não quis ir, e ficou. ( e sorte a minha. que espetáculo! )

eu queria sempre ver mais claro.
mas não queria me embreagar sempre - só pra ver, só.
eu até tento,
mas as coisas nos olhos e no coração ...

bom,

- só mais uma dose.

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